Capítulo 7

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- Shizo, eu juro por tudo que é sagrado nessa galáxia que um dia eu ainda te pego, faço um rasgo no seu pescoço e te deixo pendurado de cabeça pra baixo sangrando até a morte! - Esbravejou o nagai, fazendo aquelas caras esquisitas dele, me obrigando a segurar o riso

- Ora, mas o que foi que eu fiz, homem? Ouvi dizer que a nave estava com princípio de incêndio no seu cômodo, eu só descarreguei o extintor pra evitar uma tragédia! Não me culpe se o senhor estava no lugar errado!

- Olha, eu inclusive aprovo essa atitude, hein! Mandou bem, Shizo! Você é um rapaz proativo! - Comentou Haquim.

- É melhor não dar muita corda pra eles, Haquim! Só vão piorar os problemas dessa forma! - Retrucou Minora. Como sempre, diga-se de passagem. Sempre tem alguém que não reconhece os meus serviços prestados para azedar as coisas.

Com a Rochelle nas costas e minhas novas bugigangas na cintura, finalmente chegamos ao famigerado planeta Zonju V. Bobagem, ele nem é tão famigerado assim.

Inclusive, olhando a superfície dessa rocha metida a besta, dá para entender o porquê disso. O sistema como um todo nunca foi incluído na Hydian Way e, a julgar por esse planeta, os demais não aparentam ser tão amistosos. O quarto tem uma pressão atmosférica muito alta e o sexto não passa de uma bolinha de gás tóxico. Não para Erak e sua máscara-carranca!

A colonização na época em que pisamos ali era bem parca, e a única silhueta presente era a dos asquerosos humanos. A vizinhança perturbada e a paisagem medonha do planeta espantavam muitos daqui. Como se já não fosse um problema estar no fim da galáxia, o relevo irregular, cheio de montanhas, canyons e vales para todos os lados transmitia um aspecto opressor, que se refletia na carranca dos moradores. Ou talvez fosse pelo simples fato de serem humanos, e eles por natureza são feios mesmo.

Se bem que, no caso da cidade onde paramos, existia ainda um terceiro motivo.

- É, pelo visto eu acho que aterrissamos no lugar certo! - Exclamou Erak.

A pequena vila de Hervoz foi construída exclusivamente para abrigar os operários do colosso que se erguia atrás daquele pequeno conjunto de casas. Uma instalação monstruosa criada para sustentar a máquina da guerra da República e que abrigava diversas linhas de produção, responsáveis por criar diversas peças para naves, armas variadas em larga escala, uniformes para soldados, etc! Uma cria da mãe República designada para prover à sua filha guerra seu mais nefasto alimento: morte!

- Ainda bem que chegamos no momento certo da rotação do planeta, pra não precisarmos sobrevoar a superfície procurando. Hachi, tá tudo bem contigo? - Perguntou Minora.

-Tá tudo bem, gente! Não se preocupem comigo, foi apenas um mal-estar! Tem alguma coisa muito hostil por aqui!

- Hum... acho que você é bonzinho demais para um lugar como esse! Shizo, pode avisar ao conselho que já chegamos?

Não tinha familiaridade nenhuma com aquela nave, mas os protocolos de comunicação não costumam se diferenciar tanto uns dos outros e por isso pensei que seria uma tarefa simples. Era só criptografar a mensagem e transmitir na frequência indicada. Seria simples se os planos fossem realmente de acordo com que o conselho jedi havia nos passado.

- EI PESSOAL! PRECISO QUE VOCÊS VEJAM UMA COISA! - Gritei.

Algo que eu notei é que não havia líder naquela equipe. Pude concluir que todo mundo queria ser líder por ali, mas ninguém tinha exatamente coragem para contar ao restante, ou então havia uma espécie de sonho coletivo entre eles, semelhante ao daquelas comunidades utópicas que aparecem nos noticiários vez ou outra, onde a galera se dopa e em algum momento rola uma morte. No caso deles eu preferi escolher a primeira opção. Na verdade, o que eu queria dizer é que todos subiram juntos a bordo. Nada de ninguém tomar a frente... enfim!

Star Wars - O Esquadrão AmareloOnde histórias criam vida. Descubra agora