- NÃO! POR QUE ELE FEZ ISSO?
Essas eram as únicas coisas que eu consegui falar, tomado pelo pranto. Depois disso, apenas um longo silêncio para entender o que acabou de acontecer. Não havia mais um planeta a ser explorado. Não haveria mais a companhia de Thalia pela capital após um drinque depois de jogar conversa fora. Não haveria a calorosa hospitalidade da Bigg Bardha. Ambas não existiam mais no universo, se foram sem ao menos ter chance de resistir. Assim foi com bilhões de vidas que povoavam aquela esmeralda no fim da galáxia. Calista se tornou uma pedra inanimada onde jamais brotou algo lá novamente.
Haquim, apesar de abalada, se esforçou para juntar forças e dar continuidade à missão. Erak ainda se mostrava o mais centrado, o que não queria dizer muita coisa. No fim das contas, sua aparência calculista era sustentada pela raiva. Era perceptível isso no seu modo de falar:
- Veja se a nave volta a responder e ajuste o curso novamente, Shizo. Vamos sumir logo daqui.
Não consegui reagir. Parecia uma estátua, paralisado e de joelhos, com as quatro mãos na janela contemplando o que um dia foi um planeta, na esperança de que aquilo fosse somente uma ilusão, e tudo voltaria ao normal.
Infelizmente, não era.
- Erak, tenha um pouco de paciência. Pense no que acabamos de passar, olha o estado do pobre do Shizo. Ele merece ao menos um tempo pro luto. - Respondeu Haquim, quase que ofendida, os olhos inchados pelas lágrimas.
- Haverá hora para luto quando sairmos daqui! Quanto mais tempo desperdiçarmos, mais planetas terão o mesmo destino de Calista! Se mexe, Shizo!
Não consegui. Apenas com a ajuda da Haquim, que soltou um longo suspiro de insatisfação. Já que não restava alternativa, enxuguei as lágrimas e fiz o melhor que pude. Restabeleci os sistemas da nave e recalculei a rota do hiperespaço mais uma vez. Erak assumiu o comando nesse momento e logo estávamos navegando na velocidade de dobra finalmente.
Nessas horas, só uma coisa me ajuda a recuperar o ânimo: construir coisas. Me tranquei na oficina sem falar com ninguém e pensei no que poderia fazer com o resto de sucata à bordo. Pelo que eu pude escutar, alguém levou Niyv para cima enquanto outra pessoa cuidou da Minora, que demorou a recuperar a consciência.
- Ai... Onde estamos? Eu perdi alguma coisa? - ela perguntou.
- Foi melhor você ter perdido. - Respondeu Erak. - Tá tudo bem contigo?
- Depende da sua referência de bem. Só de não ter ninguém na minha cabeça, nem mesmo aquela dor insuportável, me sinto satisfeita. Aconteceu alguma coisa?
- Nem sei como começar - interveio Haquim - mas algo muito sério aconteceu em Calista.
Pacientemente, o Kel-dor e a Mirialan descreveram todo o incidente com o planeta, da chegada da Ravenger até sua partida, e como o lugar foi transformado em um território estéril, aniquilando toda forma de vida ali presente.
Chocada com tudo o que ouviu, Minora levou um tempo até conseguir pensar em algo para falar a respeito:
- Eu não tô acreditando que isso tá acontecendo logo conosco. Maldito holocrom que apareceu no nosso caminho. De coração, eu não quero mais isso, Erak! Vamos entregar isso pro conselho e nos livramos dessa porcaria de vez!
- Do que você está falando, mulher? Tá maluca? No mínimo esses caras pegarão esse cubo brilhante aí, engavetarão em algum cofre ultra secreto e nunca mais falam no assunto enquanto essa assombração chupa planeta por planeta! – retrucou Haquim.
- Olha, eu imagino como deve ser difícil pra você carregar esse negócio, ainda mais que ele abre um elo direto com aquele sujeito. De qualquer forma, pensa que você não tá sozinha! No esquadrão amarelo, é todo mundo junto, ou não é ninguém! – continuou Erak.
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Star Wars - O Esquadrão Amarelo
FanfictionEsta é a grande era dos heróis da Velha República. Em uma época em que a Força nunca esteve tão presente na galáxia, dois grandes grupos brigam para impor sua ideologia e manter, à sua maneira, o equilíbrio e restaurar a ordem através das estrelas...