Capítulo 16

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Você já deve ter deduzido o tipo de lugar inóspito que um asteróide pode ser, não é mesmo? Um corpo celeste minúsculo, com uma órbita completamente instável, de um terreno majoritariamente irregular e sem atmosfera. É CLARO que era esse o tipo de lugar para o qual estávamos indo.

Nossa nave pousou em uma pedra no meio do nada, essa era a verdade. E atrás de algo que sequer sabíamos o que era, baseado apenas em uma intuição despertada no meio de uma reza. Tudo normal até aqui, desde que embarquei com esses bruxos.

Durante as manobras de pouso — leia-se caçar um local plano para aterrissar a aquela banheira voadora — ouvi minha voz ser chamada enquanto conversava com o computador da nave, para ter certeza de que estava tudo nos conformes. Era Erak, que brotou do meu lado como que por encanto:

— Muito ocupado aí, Shizo?

Quando se escuta uma voz inesperada e do seu lado tem um Kel-dor, a reação não costuma ser das melhores. Ainda mais com a carranca que ele teimava em chamar de máscara.

— Pelo asteroide, Erak! Da próxima vez, avise ao invés dessas aparições! Você tem teletransporte ou o que? – Disse, ainda meio travado.

— Para de bancar o frouxo, nanico! Na verdade ia te dizer que mandou bem aguentando esse monte de desgraça que aconteceu até aqui. O Esquadrão Amarelo tá te fazendo bem!

— E isso é um elogio? – Perguntei sem entender se eu realmente deveria ficar feliz com aquilo. – Então muito obrigado, bruxão! Eu acho...

— O clube dos engenhoqueiros terminou de discutir? Do contrário, Haquim e eu vamos na frente!

— E como vocês pretendem ir lá fora sem sequer um rascunho de atmosfera respirável?

— Como assim? Não entregou o dele ainda, Erak? — Perguntou Minora, fazendo cara feia.

— Eu tava resolvendo um negócio importante com o nanico! Toma aqui, Shizo!

Nem notei que Erak trazia consigo um respirador. Achei que havíamos embarcado sem esse tipo de coisa na nave. Alguém pelo jeito não procurou direito no meio do pânico na última vez.

— Onde estava isso? — Perguntei.

— Em um fundo falso debaixo dos painéis. Tem o suficiente até para o seu amigo Nagai e ainda via sobrar um. — Respondeu Minora. Pega um desses e vamos embora.

— E vamos andar por aí sem nem saber em que raios desse lugar está o que vocês estão procurando? — Indaguei mais uma vez, ainda duvidoso de qualquer coisa.

— Nós já sabemos mais ou menos onde é, só vem! — Minora respondeu, com um certo tom de superioridade.

— E como é que... Já sei: a Força...

— Aham! — Confirmou Erak.

Descemos. E essa beleza onde pousamos era realmente GRANDE, daqueles que se em algum momento desembestasse, conseguiria tirar um planeta da própria órbita, dependendo da velocidade da pancada.

A nave pousou em frente a algo similar a uma entrada de uma caverna, que se embrenhava para baixo e cada vez mais fundo no interior do asteroide. À primeira vista, achei que caminharíamos alguns anos até chegar no outro lado. Gostaria de ter caminhado ao lado dos Jedi, mas eu tinha uma assombração no meu ombro que não desgrudou de mim nem por um momento desde que entramos na caverna, e não me senti à vontade de compartilhar esse desgosto com os demais, principalmente com a Haquim.

Uma assombração chamada Niyv, que não calava a boca:

— De todas as coisas que já fez, essa foi a mais estúpida de todas, Shizo! Temos um acordo, sabia? Eu te tirei de Tatooine e dei dinheiro para você construir suas bugigangas! O máximo que poderia fazer era ter dado ouvidos a mim e não a esse bando de malucos com quem temos que lidar daqui para a frente!

Star Wars - O Esquadrão AmareloOnde histórias criam vida. Descubra agora