Vinte - He met Marmalade

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Inspirado no conto: O Corcunda De Notre-Dame. Escrita por nayozil11 , para minhas amiga secreta, heybellec . Nos vemos nas notas finais, Isa. ♥


Ultimamente me sentir um nada era rotina. Qual jogador que gosta de ficar parado? Ainda mais por causa de uma lesão. Era como pegar impulso para correr, mas voltar pra trás com tudo, porque você está acorrentado, amarrado ao departamento médico do time.

Minha única opção naquela noite era terminar de comer a pizza que eu havia pedido por um aplicativo de delivery e assistir não sei o que na televisão. Uma sexta maravilhosa.

Apelei para o Instagram, era engraçado ver no que as pessoas me marcavam... as vezes. Depois de uns bons minutos rolando a página do aplicativo, me deparei com um banner de um evento, confesso que me chamou atenção. Entrei no perfil, se tratava de um inferninho em Montparnasse, olhando por cima e era um local parecia ser bem frequentado, inclusive havia fotos de alguns famosos. Eu não estava fazendo nada mesmo, aliás, eu não estava fazendo nada há um bom tempo, eu precisava me entreter e afogar as mágoas, já que naquele momento eu era um nada.

O local era escuro, sendo iluminado por pequenas luzes no chão, havia mesas espalhadas na frente do palco e a grande maioria delas já estavam ocupadas, os funcionários usavam figurinos impressionantes, no palco havia um pole dance e todas as luzes que estavam direcionados a ele eram em tons de vermelho. Todo aquele clima me levou pra outra década. Não era nada mal... não mesmo.

Uma garçonete em trajes burlesque anotou meu pedido e rapidamente um copo de Armanhaque foi colocado em minha mesa. Uma nova música se iniciou, fazendo com que algumas pessoas se ajeitassem melhor na cadeira e pra me enturmar, fiz o mesmo.

Quando a música acabou, todas as luzes se apagaram, deixando todo o ambiente silencioso e em completo escuro. A voz tão conhecida de Christina Aguilera foi iniciada em uma nova música, Lady Marmalade. Luzes negras foram direcionadas a uma mulher, vestida apenas com uma lingerie branca, que entrava em contato com as luzes, fazendo com que o tecido ficasse fluorescente, e possuía também uma máscara cobrindo apenas os olhos. A loira caminhou lentamente até o pole dance, rebolando até o chão e quando subiu, pegou um impulso, jogando suas pernas em volta do objeto.

Ela parecia bem à vontade ali, principalmente com o público, que estava em completo silêncio. O jeito que ela rebolava, segurava o cano e sorria estava me intrigando, a loira tinha todo o poder puxado para si... ela conseguia prender a atenção de cada um ali pra si mesma.

Eu só consegui parar de olhar pra ela, quando o público começou a aplaudir e assobiar, alguns até se levantaram. A loira saiu do palco, agradecendo, e uma outra mulher, mais velha subiu ao palco.

- Hoje iremos sortear uma pessoa pra conversar apenas trinta minutos com nossa dançarina favorita. A maioria já conhece as regras, mas vale a pena reforçar. É só conversar, tirar dúvidas... - O pessoal riu. - Então vamos lá.

Ela abriu a carta, que estava em sua mão. - A pessoa sortuda é o número vinte e sete. Olhem o número da cadeira de vocês.

Continuei com a atenção voltada pro palco, esperando o grande sortudo ir, pra eu voltar a beber em paz.

- É você, senhor. - Uma garçonete se aproximou sorrindo. - Pode me acompanhar.

- Não, obrigado. Pode passar pra frente. - Respondi, tentando ser simpático.

- Eu te aconselho a ir, ela é uma boa pessoa. Vocês não vão fazer nada demais lá dentro. - A garçonete riu, puxando meu braço.

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Quinta Edição - Conto de FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora