Eu já estava zonza, e fiquei ainda mais enjoada quando o avião pousou em solo Norte-Americano depois de horas de vôo.
Atravessar o Atlântico não era algo comum para mim. Não estava acostumada a sair de Dortmund, mas, depois que ganhei a promoção para o evento de 25 anos da mudança do Dallas Stars para o Texas, não pensei duas vezes em fazer a mala e passar um final de semana em outro país.
Depois de sair do avião, ando para o desembarque e pego a única mala que trouxe - que têm mais ou menos o mesmo tamanho que eu -, e chamo um táxi para me levar até o hotel.
- Beleza, tenho duas horas.
Falo para mim mesma, relembrando da minha mania de falar sozinha as vezes. Jogo a mala dentro do carro do motorista - que faz uma cara de poucos amigos para mim, e entrego-lhe o endereço.
Automaticamente, começo a lembrar das roupas que trouxe e o que vou usar no evento. Como toda garota, acho que nada vai ficar bom o suficiente, e deixo para decidir isso quando estiver me arrumando.
Depois de ter feito o check-in, entro no elevador e tento ler o cartão que a moça me deu na recepção. Preciso controlar novamente meu cérebro para que leia facilmente o inglês, já que minha língua nativa é o alemão.
Quando saio do elevador, acabo batendo de frente com alguém, e caio no chão. Resmungando tento levantar, e percebo que a pessoa me ajuda a fazer isso sozinha.
- Moça, desculpa - ele fala e eu olho zangada. - Eu estava no celular e você no cartão, então...
- Tanto faz - falo, voltando a pegar minha mala. - Estou atrasada, tenho um evento muito importante para ir, não me atrapalhe.
Escuto o rapaz ainda me chamando, porém ando até o quarto e me tranco. Coloco todas as roupas por cima da cama, e corro desengonçada para o banheiro, pronta para tomar banho e me arrumar.
Seco os cabelos ainda no banheiro, e aproveito para passar um creme corporal, afinal, nunca se sabe quando você pode esbarrar com Tyler Seguin.
Escolho a camisa do Dallas, junto com uma saia preta de lantejoulas brilhosas, e meus tênis brancos - não ando direito nem descalça, sendo assim, não opto pelo salto. Coloco um colar qualquer, brincos e passo um pouco de base, e em seguida meu inseparável delineador.
Me olho no espelho, e depois para o relógio, vendo que tenho quinze minutos para chegar no local. Desço pelo elevador e pego o primeiro táxi que vejo por ali, e dou o endereço para o motorista.
Observo a minha volta toda a paisagem, até chegarmos no local do evento, onde já posso ver vários fotógrafos e pessoas completamente maravilhosas.
- Moça - o motorista fala e eu o olho. - O dinheiro.
- Ah, sim - me lembro, e procuro dentro dos meus bolsos o dinheiro de pagar a corrida, e entrego em suas mãos.
Abro a porta e antes mesmo que eu dê o primeiro passo, enrosco minhas pernas e caio de cara no tapete vermelho. Posso ouvir várias risadas, e mesmo que morta de vergonha, tento me levantar, e mais uma vez naquele dia, sou amparada por alguém. Dessa vez, um segurança, que me pergunta se estou bem e me pede a entrada do evento.
Morta de vergonha, caminho para dentro do ginásio. A decoração não era nada demais, apenas exorbitantemente exagerada. Vários jogos de luz, globos, bandeiras do Dallas, e meu Deus, MUITA COMIDA.
Antes de qualquer coisa, caminho para a mesa de salgadinhos, e pego um mini-cachorro quente. Horas de vôo, e parecia ter um dragão em meu estômago reclamando, pois o barulho que meu organismo fazia não parecia normal.
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Quinta Edição - Conto de Fadas
Short StoryE se Cinderela se passasse nos dias de hoje? Se a Branca de Neve e o príncipe tivessem se conhecido em um estádio e a maça envenenada da Bela Adormecida fosse um puck? O que aconteceria se os contos de fadas se passassem nos dias reais? Bem, nessa e...