- Irmã, como andam as coisas? Perguntou Valentina enquanto escolhiamos um vestido para festa.
- Está tudo bem, como seu marido não pôde ir a viagem ele teve que ocupar o lugar.
- Agora compreendo, pensei que tivesse acoecido algo.
- O que você acha de dourado? perguntei mudando de assunto.
- Vai ficar lindo na sua pele com a tiara de esmeralda.
Quando minha irmã foi embora a casa pareceu tão vazia, o jantar foi mais silencioso que nunca. Por um momento eu quis sair dali correndo e não voltar nunca mais, talvez fosse uma opção se para isso eu não tivesse que abdicar da minha posição .
Ao sentar-me na cama pra ler as minhas correspondências meu coração se apertou de maneira especial ao ler uma carta da minha mãe.
Querida Katerina,
Espero que a sua estadia na bela Itália esteja sendo agradável, não sabe o quanto sou grata por você por ter escolhido o dever ao invés de devaneios, espero que eles estejam cumprindo a promessa e cuidado de você...
Sei que talvez as coisas possam estar difíceis mas é sempre assim no começo.
Sempre amarei você,
Arminda.
Tudo que eu queria era entrar em seu quarto agora e chorar em seus braços desabafando toda minha frustração.
Passava do meio dia quando despertei em meus aposentos com chamados impacientes de Donatella.
- o que houve?
- a sua irmã esteve aqui para buscá-la e a senhora não estava pronta, gostaria se saber se ainda vai para a festa.- Em uma hora estarei pronta.
-Senhora, sozinha é muito perigoso...
- Não se preocupe , levarei os guardas.
Em uma hora eu já estava completamente vestida, o vestido dourado me caiu perfeitamente bem e os meus cabelos estavam ornados por uma tiara verde em esmeraldas.
Seguimos na direção da festa e tudo parecia completamente bem até que nos deparamos com uma carruagem com problemas obstruindo o caminho.
- Senhor precisa de ajuda? ouvi um guarda perguntar e olhei pela lateral da janela quando congelei ao ver o homem atravessar uma espada sobre seu peito. A vontade de gritar foi automática mas me forcei a uma contensão, precisava sair dali então abri o lado contrário da porta e caminhei em direção a floresta.
Ao sair do campo de visão dos homens corri em direção a floresta, para meu azar não conhecia pedaço algum daquele lugar, meu corpo tremia como se eu não tivesse controle próprio, quanto mais procurava uma saída mais parecia entrar em um buraco sem fim, ouvi passos nas folhas secas e tentei me esconder mas já era tarde demais um homem alto e mal vestido me esperava .
- Olá Lindinha. Caminhei pra trás tentando me afastar.
- Nem pense em correr.
- Eu não o faria...
- Onde está o príncipe?Essa é a carruagem dele não é?
- Si-si sim, tentei falar.
- Onde ele está?
- Ele não está aqui.
- Está escondendo ele princesa?
- Não , ele não veio hoje.
- E onde ele foi?
- Por favor eu não sei dos assuntos do meu marido.
- A sua cara não diz isso.Ele berrou e eu percebi que eu não estava sendo convincente o suficiente.
Ele me pegou pelo braço imobilizando meu corpo, eu comecei a gritar sem me importar com o que aconteceria, era o máximo que eu poderia fazer agora.
- Guardas! guardas ! Alguém me ajude por favor, guardas!
- Quieta! Ele me deu um tapa forte demais e eu joguei um punhado de terra em seu rosto e corri.
- Socorro! Socorro!
Enquanto corria senti um forte ardor e minha respiração foi abafada e então , outra pontada olhei pra baixo horrorizada.
Uma flecha estava atravessada em minha barriga e outra em meu peito, lutei pra ficar de pé enquanto via do outro lado um homem segurando um arco sorrindo como um predador que acaba de capturar a presa.Eu não podia desistir naquela hora, corri em direção a mata cambaleando sem saber se havia alguém atrás de min, estava enxergando muito pouco quando encontrei uma carruagem na estrada e meu primeiro extinto foi gritar.
- Socorro! Por favor me ajuda!
- Katerina! Eu não sabia qual era o meu estado mas ouvi um tom de aflição vindo da minha irmã.
- Valentina! Por favor está doendo muito. Não aguentei e cai de joelhos no chão Henry o irmão de Christian correu em minha direção me pegando nos braços.
- o que aconteceu princesa?
- Uns homens renderam uma carruagem no caminho, parecia uma emboscada eles estavam procurando por seu irmão.
- Vamos tirar você daqui, aguente mais um pouco.
- Está queimando , todo meu corpo está queimando.
- Chame um médico! E peça que ele vá direto para casa do príncipe Christian.Ele ordenou a um dos guardas.- Isso deve estar envenenado, preciso retirar. Disse enquanto arrancava as flechas de min.
- Ahhhhhhhh! Gritei enquanto as lagrimas inundavam meu rosto.
- Calma Katarina, vai passar logo...Henry tentou me tranquilizar mas eu sabia que estava mentindo. - Christian seu bastardo, eu te amaldiçoou .Falou como se soubesse de algo.
Quando ele me colocou na carruagem a única coisa que eu sentia era o chacoalhar misturado a dor. Só soube que estávamos em casa quando ouvi os gritos abafados de Donatella, as vozes foram ficando cada vez mais distantes e eu fui tomada por uma escuridão profunda.
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Amor e Reinado ( Concluído )
RomanceNos meados do século XVII na apaixonante Paris a princesa Katerina Matarazzo vê sua vida virar pelo avesso quando sua mãe a comunica que pela primeira vez ela terá que se sacrificar em razão da coroa, casar-se com o príncipe Christian Salvatore para...