Capítulo 2 - Nightmare: Shiny Happy People Laughing

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Aquilo só poderia ser o fim dos tempos, o crepúsculo dos deuses, o fim de tudo. Por que nada, além disso, poderia justificar a facilidade com que o asgardiano estava perdendo sua consciência para aquela canção. Perdendo. Porque ceder a qualquer coisa humana era uma derrota para o deus e seu orgulho.

Uma derrota agradável, completamente diferente de uma derrota para o Hulk, mas ainda sim uma derrota que o estava o deixando louco, ou mais louco talvez fosse o certo.

E quando enfim aquele som ritmado cessou o asgardiano sorriu satisfeito, no fim sua mente jamais sucumbiria as tolices humanas. Com um amplo sorriso ele olhou aquele maldito quadrado mágico que possuía um círculo e um triângulo estampado em seu centro.

– Magia dos tolos. – ele riu pegando o pequeno objeto e olhando com curiosidade o estranho fio que o prendia a um aparelho estranho e redondo que ainda estava dentro dos restos da caixa que ele havia destruído.

Ele teria rido novamente se um som irritante não tivesse voltado a sair daquele maldito objeto.

– Não, de novo não! – ele praguejou quando um som estranhamente mais irritante que o anterior voltou a preencher todo o local.

Shiny happy people laughing

Meet me in the crowd

People people

Throw your love around

Love me love me

Take it into town

Happy happy

Put it in the ground

Where the flowers grow

Gold and silver shine

Imaginar humanos felizes e sorrindo o enojavam, e aquele feitiço de lavagem cerebral o fazia sentir a estranha necessidade de ficar repetindo "People people".

Shiny happy people holding hands

Shiny happy people holding hands

Shiny happy people laughing

Que diabos de magia poderosa era aquela? Ele pensava em pânico.

Aquele quadrado mágico que parecia amaldiçoado aos olhos do deus não parava de emitir sons alegremente nauseantes aos ouvidos do asgardiano que extremamente desgostoso se controlava ao máximo para conter uma vontade avassaladora de gritar "shiny happy people laughing ".

– Ma-Mas que bruxaria humana é essa? - praguejava.

Sim, porque para Loki aquilo só poderia ser alguma bruxaria, e das fortes pelo visto. Capaz de ludibriar a mente do astuto de tal forma que ele parecia estar sendo completamente dominado pela energia sinistra daquelas frases desconexas e estranhamente agradáveis.

– Agradáveis? Nunca! - Loki jamais permitiria se controlar por tamanha bruxaria melodiosa. Com uma agilidade digna apenas de um deus o moreno agarrou o objeto de seu adorável martírio.

Bastaria apenas fechar os punhos com força e aqueles sons irritantes nunca mais tentariam manipular a sua mente a repetir aqueles cânticos dignos dos elfos, porque no fundo de seu subconsciente ele admitia nem que fosse apenas para si mesmo que aquelas frases ritmadas eram dignas das melhores canções dos elfos.

Com um sorriso escancarado no rosto o príncipe deixou escapar entre seus lábios aquelas frases que tanto eram repetidas na música e se assustou com o som de sua própria voz.

– Norns! - o asgardiano resmungou enquanto tentava tampar sua boca com uma de suas mãos, vendo que seus vizinhos de cela o observavam com curiosidade.

Temendo que aquele vexame se intensificasse o asgardiano pressionou o objeto entre seus dedos e quando estava prestes a acabar com aquela maldição notou ao lado de um emaranhado de fios um pedaço de papel com alguma coisa escrita na perfeita e inquestionável caligrafia trêmula de Thor. Pensou em ignorá-la, mas aquela altura seu cérebro já não funcionava direito e quando deu por si já estava lendo a mensagem deixada pelo inútil do Thor.

"Irmão"

–Quantas vezes terei que repetir para aquele idiota que não sou irmão dele?

"Este é um presente da Lady Darcy... Bom ela só não sabe ainda, mas de qualquer jeito é um presente."

– Presente? Isto esta mais para uma maldição. - resmungou o prisioneiro antes de fazer mais uma nota mental "matar essa tal de Darcy quando tiver oportunidade".

Mais abaixo no papel havia uma observação:

"Loki se você quebrar a caixa falante da Darcy eu te mato.

Assinado: Thor de Asgard"

– Thor de Asgard? Idiota! Como se eu conhecesse algum outro Thor. Como se essas ameaças inúteis pudessem me assustar, você é um tolo Thor! Um tolo... - resmungava descontrolado quando uma frase escrita mais ao fim do papel e com uma letra bem menor roubou sua fala.

"Se quebrar o objeto midgardiano vou contar para o pai e a mãe a relação que existe entre você e o Sleipnir."

– Não! - gritou o asgardiano com as bochechas coradas – Ele não pode fazer isso!

Nervoso o asgardiano começou a apertar os estranhos botões que existiam no objeto e se assustou quando reparou que a melodia alegre recomeçou.

– Oh, não! De novo não.

Carpe diem - Parte I (Loki - Avengers)Onde histórias criam vida. Descubra agora