Capítulo 7 - Adeus

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– Loki! – Thor gritou com fúria observando o prisioneiro que se atrapalhava com suas próprias palavras.

O moreno pensou em gritar por ajuda, mas algo melhor passou por sua mente: "Quer saber? Que se dane! Estou seguro em minha cela a prova de Thor".

– Estou falando de você, seu grande idiota! – Loki respondeu friamente, dando uma risada fria ao final.

Thor apenas encarou o irmão linguarudo com mais ódio ainda, se é que aquilo era possível, e com movimentos rápidos ergueu o Mjölnir na direção do mais novo, como se estivesse fazendo uma ameaça silenciosa ao outro.

– Pare de apontar essa arminha ridícula em minha direção, seu tolo, caso não tenha percebido eu estou seguro aqui, em minha cela.

Mas Thor não se importou com isso, ou se quer ouviu, ele estava nervoso, muito nervoso. Aproximou-se mais alguns passos da cela de seu querido irmão, quase ao ponto de encostar-se à tela de luz que cercava o local.

– Vá em frente! – Loki o incentivou – Tenho todo o tempo do mundo para vê-lo se destroçar, vamos me mostre um movimento digno do deus do trovão? – o provocou.

A fúria no rosto de Thor era quase palpável, e Loki lamentou não ter a sua disposição algo para aproveitar aquele momento de triunfo. Se existisse pipoca em Asgard ele provavelmente estaria sentado em sua confortável poltrona comendo enquanto observava a explosão de reações do irmão, mas no momento precisou se contentar apenas com a poltrona e o show a sua frente.

O moreno ria e ria com vontade, pela primeira vez se sentiu aliviado por estar preso, do contrário com certeza ele já estaria morto, e bem morto.

– Vamos Thor venha aqui, aposto que jamais me venceria sem esse martelo idiota, sem ele você não é nada! Poderia vencê-lo de olhos fechados e com as mão amarradas. – o moreno debochou com um amplo sorriso.

Um sorriso amplo que aos poucos foi se encolhendo, sendo substituído por uma pequena preocupação transmitida por um singelo sorriso que nasceu no rosto do homem a sua frente.

– Como desejar irmão! – o loiro disse com um sorriso inusitado aos olhos do irmão, que acompanhou com receio o movimento de cabeça que Thor fez em direção a um guarda que acompanhava tudo rindo – Pode abrir, preciso ensinar uma lição ao meu querido irmão.

– O quê? – foi tudo que Loki disse antes de arregalar os olhos diante da imagem falha de sua parca proteção sumindo a sua frente, tudo que teve tempo de fazer foi se levantar afoitamente, se afastando o máximo que podia do loiro, encontrando um refugio nada animador em uma parede velha.

– O que você estava mesmo dizendo irmão? – perguntou Thor adentrando o até então refugio do deus da trapaça.

O moreno engoliu em seco.

– O que você ouviu. – respondeu ainda desafiadoramente, ignorando o leve tremor em suas pernas.

O baque surdo do Mjölnir caindo no chão trouxe o desespero para o moreno que como o bom filho da mãe que era resolveu apelar para sua última esperança: Frigga. Em um contato mental fraco.

– Mãe! – ele a chamou em desespero como sempre fazia quando precisava de algo.

– Filho! – a voz cordial de Frigga preencheu a mente perturbada dele.

– Thor! Ele está aqui, ele...

– Que bom! - Frigga o interrompeu – É bom saber que estão se dando bem novamente, mas agora eu preciso ir ajudar o seu pai... – ela falava incansavelmente deixando o filho apreensivo.

– Não, espere! Não é isso...

– Não precisava ter vergonha Loki, mande um beijo para seu irmão.

– Não Frigga! Espere! – ele suplicou.

O silêncio na mente do prisioneiro indicava o que se tornaria sua vida no momento em que Thor se aproximou perigosamente dele, o astuto podia jurar que já escutava o som de ossos se partindo.

– Seu mal agradecido! - a voz de trovão voltou a trazer o moreno para a realidade – Me esforço para fazê-lo se sentir melhor e assim que sou agradecido, com sua língua cruel e cheia de veneno...

– Ei vocês ai! – um prisioneiro da cela ao lado o interrompeu - Vão ficar o dia inteiro nisso! Acabe logo com essa confusão!

– Isso mesmo! Eu quero dormir! – outro prisioneiro continuou.

– Quando me prenderam aqui me disseram que teria direito ao silêncio! – um preso barbudo e mal humorado também reclamou.

– Ora seus... Como ousam interromper o filho de Odin? – Thor esbravejou, deixando de lado o moreno que tanto ameaçou.

– E como ousa interromper o meu sono! – o prisioneiro retrucou, enquanto Loki se afastava sorrateiramente de Thor.

– Isso mesmo! – outro preso o acompanhou.

– Calem-se, ou sentirão a fúria de Thor!

– Então venha nos calar! – um anônimo o desafiou.

– Que assim seja! - o loiro respondeu irritado – Guardas abram as celas! Veja Loki será como nos velhos tempos, vamos acabar com esses vermes. – O loiro sorriu virando o rosto para observar Loki ou pelo menos o que havia restado dele, ou melhor, nada. – Loki, seu covarde! Volte aqui – ele gritou.

Só que o moreno já estava longe dali, acessando com agilidade a rota de fuga que havia planejado durante meses em sua cela, chegando a palácio, onde segundo sua lógica ele deveria encontrar alguma arma para ajudá-lo a fugir, mas tudo que ele encontrou foi uma melodia familiar e encantadora. Movido por uma curiosidade típica de um bisbilhoteiro logo Loki estava observando entre a fresta de uma porta entreaberta.

Na sala havia uma jovem familiar de longos cabelos ondulados e irritantemente loiros, tocando um piano com seus dedos trêmulos e pálidos, um lembrete de um pesadelo.

Ele precisou de alguns segundos para reconhecer a mulher de voz cavernosa a sua frente, gritou em sua própria mente para fugir dali e deu vários passos para trás quando percebeu que a mulher havia parado de tocar e sorria para ele.

– Oh não! – ele sussurrou antes de sair correndo.

Não conseguiu correr muito, logo sua face pálida estava encarando o nobre piso de Asgard, enquanto uma mulher pequena o abraçava pelas costas.

"Deuses, Sigyn parece a besta verde".

– Amor! Você voltou! – a mulher gritou contra o homem que se debatia no chão.

Carpe diem - Parte I (Loki - Avengers)Onde histórias criam vida. Descubra agora