Capítulo 8 - Live And Let Die

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Por um momento tudo que o asgardiano desejou foi voltar para o desconforto de sua cela, e era exatamente isso que ele teria feito se certo deus loiro não estivesse lá.

– Meu amor! Senti tanto a sua falta! – Sigyn exclamou com um amplo sorriso, quase sufocando o deus em seus braços.

– Me solte sua louca! – Loki resmungou se debatendo no chão.

– Vamos ficar juntos para sempre meu lindo! – ela disse, ignorando Loki completamente.

– Sigyn você está me sufocando! – reclamou.

– Oh desculpe! - ela se afastou levemente do deus.

Loki se levantou sobressaltado assim que teve oportunidade, temendo que alguém o encontrasse ali olhou para todos os lados com apreensão. Distraído não conseguiu evitar levar um breve selinho de Sigyn.

– Sigyn, pare com isso! – ele disse irritado.

– Ah Loki, não seja chato! – fez uma pausa como se pensasse em algo – Pelo menos hoje. Estou com tanta saudade de você, te esperei durante tanto tempo e você simplesmente sumiu. – concluiu prendendo o deus em mais um de seus abraços assassinos.

– Eu estava preso, caso não tenha percebido. – ele respondeu com ignorância ainda tentando se livrar dos braços fortes da menina, como ela podia ter tanta força?

– Mas você não estava preso quando me abandonou em Vanaheim. – ela disse com um tom acusador, assustando levemente o moreno que estava em seus braços, Loki sabia muito bem como ela era perigosa quando queria.

E por um breve momento lembranças do passado passaram pela mente do trapaceiro, do dia que ele havia abandonado a mulher em Vanaheim, um dia do qual ele se arrependia muito, não por tê-la abandonado, muito pelo contrário, se arrependia de não ter se livrado dela antes e de uma vez por todas.

Sigyn era classificada por Loki com uma mulher irritante, grudenta e às vezes ou quase sempre assustadoramente violenta. Um caso antigo, ou como diria o asgardiano um erro antigo, e aparentemente irreparável se dependesse da pequena e decidida mulher de olhos azuis.

No começo, ele havia se envolvido com ela apenas por capricho, a beleza estonteante da jovem o havia hipnotizado e então ele decidiu que ela seria sua, e quando Loki deseja algo ele consegue. Os meios para isso não foram os mais honestos, mas honestidade e Loki são termos que não podem ser usados na mesma frase, e alguns pagaram o preço de sua pequena travessura. O príncipe só não imaginava que a até então doce Sigyn era na verdade uma mulher extremamente ciumenta, grudenta e por que não dizer louca.

Loki não demorou muito a descobrir que ou se livrava de Sigyn logo ou ela acabaria o matando, era viver ou morrer. Angerboda que o diga, a jovem que um dia conversou com Loki, apenas conversou, porque isso foi tudo que Sigyn permitiu que ela fizesse, depois daquele dia Loki jamais teve alguma noticia da mulher, ou melhor, ninguém nunca mais teve. Sigyn era assustadora quando queria.

E realmente aquela ultima lembrança era tão assustadora quanto os olhos intensos de Sigyn sobre ele naquele exato momento.

– Amor, você foi um garoto muito mau! Me deixou lá sozinha em Vanaheim, esperando por você durante todo esse tempo. – ela pareceu refletir por um tempo - Tudo bem que eu não fiquei sozinha todo esse tempo, na verdade eu nem fiquei, mas... – por algum motivo Loki não gostou nada daquele comentário – Bom amor, eu pensei que você estivesse morto, sabe como dizem por ai, a vida continua, mas isso agora é passado, você está aqui e isso não importa mais.

– Você esteve com outro homem? – Loki perguntou, não conseguindo conter a sua incredulidade.

– Outros, meu bem, outros. – o corrigiu, mentindo com simplicidade e se contendo para não rir da cara emburrada de Loki – Você é tão fofo quando está com ciúmes, mas não se preocupe nenhum deles se compara a você. – sorriu, o que só irritou Loki mais ainda.

– Sigyn me deixe, caso tenha se esquecido eu sou um assassino perigoso. – tentou assustá-la.

– Todos somos meu amor e, além disso, eu sempre gostei de homens maus. – respondeu com simplicidade, abraçando Loki com mais força – Como dizem viva e deixe morrer.

Sigyn era louca, e disso Loki tinha certeza. Naquele momento ele sentiu como se estivesse sendo esmagado pelo Hulk. De onde ela tira essa força? Perguntou-se assustado.

– Quando soube que estava preso vim correndo pedir ao seu pai para me deixar ficar presa ao seu lado, mas aquele velho mau não permitiu isso. – reclamou.

E pela primeira vez em anos Loki teve vontade de chamar Odin de pai, porque com certeza ficar preso no mesmo lugar que Sigyn era pior do que a morte, e Odin sabia disso. E naquele momento Loki se sentiu amado.

– Mas o que importa é que agora podemos ficar juntos para sempre, e nem adianta tentar se livrar de mim de novo. Poderei cantar para você todos os dias, como antes.

A palavra "sempre" o assustou tanto quanto a visão dela cantando, e Loki fez uma nota mental sobre isso: "É melhor jogá-la congelada em Jotunheim da próxima vez". O que trouxe a sua mente uma ideia infalível para se livrar dela.

– Sigyn não podemos ficar juntos porque eu não sou quem você está pensando. Eu sou um jotun, um gigante de gelo, o que você vê não é real. – ele disse com a certeza de que nunca mais veria a mulher irritante.

E para o seu desespero um sorriso largo e encantador surgiu nos lábios da mulher a sua frente, enquanto ela colocava os braços no pescoço dele.

– Isso é perfeito! Azul é a minha cor favorita! – ela disse antes de beijá-lo nos lábios.

E naquele momento tudo que Loki desejou foi que o Mjölnir destruísse sua cabeça. Ficar ao lado de Sigyn era a mesma coisa que viver e se deixar morrer.

Carpe diem - Parte I (Loki - Avengers)Onde histórias criam vida. Descubra agora