Capítulo 20

1.6K 203 20
                                    

   Uma semana mais tarde.

   Sabe como eu estou? Ah, normal. Nada de novo. Ah, claro, só os novos 20 seguranças.
   No meio desta semana, Alexander me levou pra jantar. Pois é, foi mágico. Infelizmente, na saída, um carro preto parou na nossa frente três homens armados saíram dele. Os nossos seguranças agiram rápido, e nós saímos dessa.
  Não sinto vontade de sair de casa agora, e Alexander chamou mais homens para nos vigiar. E, para completar as más notícias, não tem sinal do mafioso que está atrás de mim.
  Enfim... Hoje era domingo. Wallace não trabalhava, Cassandra havia pedido folga e Alexander estava trancado no escritório. O acordo importante dele estava sendo finalizado; reta final.
  E como eu estava? Mais apaixonada que nunca. Olhar para ele era o fim do meu funcionamento cerebral. Ficar longe dele era pensar em quando iríamos nos ver de novo. E estar perto dele era como... voar e não ter cérebro.
  Ah! Eu mereço umas tapas.

   Bem, eram 10h30 da manhã e já havia terminado mais uma leitura. Passei por meu quarto, pus meu biquíni e fui me refrescar na piscina. O sol não impedia o frio, mas o dia estava lindo para eu estar ali. Fechei meus olhos e comecei a nadar. Olhos fechados e pensamentos focados na atividade que eu exercia.
  Nadar. Nadar. Nadar.

   Almoço. Tédio. A mesa posta e o almoço bem servido. A cozinheira sorri para mim e sai. Eu começo a me servi. Aprendi a não esperar por Alexander.
   Como rápido e como muito, e então decido andar pela casa. Os cômodos vazios e os pensamentos tortuosos. É tanta coisa ao mesmo tempo e tudo em uma confusão.
  Meus pais não ligaram mais, o mafioso me quer, e Alexander está quase perdendo a vida por causa de mim. Seguranças e mais seguranças, apenas para proteger uma garota inútil. Eu!!
   Vou até a biblioteca e me sento no sofá da janela; pego o livro TMI e trago para o colo. Se você ainda não viu o livro capa dura de TMI, posso afirmar que é apaixonante.
  Começo pelo livro um e me perco na história por horas.

   Que horas são? Não sei dizer. Mas paro de ler assim que Alexander entra na biblioteca. Ele usava roupas comuns, e os cabelos não estavam arrumados.
— Oi.— disse ele, vindo para o meu lado no sofá.
— Oi.— sorri— como está sendo seu domingo?
— Um pouco cansativo, na verdade.
— Você trabalha demais.
— É. E você? Como está?

   Minha cabeça estava muito agitada, mas estava indo bem em controlar meus pensamentos.
— Normal.— dei de ombros
— Não quer passear?
— Não!— quase gritei
— Tudo bem.— ele passou as mãos no cabelo— quer jogar Xbox?
— Você tem um Xbox?— eu ri
— Sou péssimo. Mas acho que pode ser divertido.
— Claro. Vamos nessa.— me pus de pé, pondo o livro em seu lugar— e eu vou te derrotar, só para descontar o fato de ter me deixado curiosa.
— Deixei você curiosa?— Ele franziu o cenho
— Sim. Há uma semana— pisquei
— Que vingativa você é— ele riu
— Vamos jogar.— chamei

   Ele realmente tinha um Xbox. Escolhemos um jogo qualquer e começamos. Ele era péssimo, mesmo. Mas eu estava me divertindo.
  Às vezes, meu olhar encontrava o dele, e isso era o suficiente para ele ter vantagem no jogo.

   O sol sumia, deixando o cômodo laranja. Alexander estava sentado no sofá comigo, olhando bem para mim.
— Você é boa no jogo.— ele elogiou
— Eu acabei com você. Sou ótima, no mínimo.— me gabei
— Certo. —ele riu

   Ele fixou os olhos nos meus. Meu coração saltou, o cérebro adormeceu e eu esqueci qualquer coisa importante.
   Ele se aproximou de mim, e eu me senti ligada na tomada.
   O que iria acontecer?
  Nada! O celular dele começou a tocar.
— Preciso atender — ele levantou, atendeu e saiu da sala.

   Eu pisquei, desorientada. Tendo a completa certeza que ele iria me beijar.

   Pensar em beijos foi a chave para a loucura. Estava sentada no centro da estufa, olhando para o teto. O céu noturno criava um ambiente tão lindo àquele lugar. Infelizmente, não conseguia pensar nisso. Nem admirar.
   Meus pensamentos estavam girando em torno de Alexander.
   Wallace afirmava que Alexander gostava de mim, e eu, como uma boa sofredora, tentava não acreditar muito. O que me consolava era saber que Wallace estava no mesmo barco, e, mesmo que fosse egoísta, eu pensava no fato de que Cassandra gostava de Wallace, e isso era muito mais exato do que Alexander gostar de mim.
   Cobri o rosto com as mãos e respirei fundo.
   A porta da estufa se abriu, e eu ergui o rosto. Alexander estava parado na soleira da porta olhando para mim.
  Ah, deuses!
  Eu me apaixonei. Estava apaixonada. Estava apaixonada pelo conjunto de estresse, dedicação e falta de tempo que o compunha. Estava apaixonada pelos olhos lindos, cabelos cheios e sorriso raro. Estava apaixonada pela gentileza, preocupação e  carisma.
— Emma?— ele chamou, me fazendo perder a linha de raciocínio
— Estou apaixonada por você.— disse em voz em alta o que devia ter apenas pensado.

A T R I B U Í D AOnde histórias criam vida. Descubra agora