Capítulo 25

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    Wallace e eu fomos para um lugar afastado. E eu iria ficar aqui o dia inteiro.
   Chorava baixinho toda vez que pensava em meus pais mortos. Eles morreram por minha causa.
— Lamento por seus pais— Disse Wallace depois de um tempo
— Eles não deviam ter morrido— funguei— É tudo minha culpa. Devia ter sido mandada para esse mafioso de uma vez!
— Para com isso! Acha que seus pais iriam gostar?
— Eles estão mortos!— cobri o rosto com as mãos— Há uma semana.
— Tenho certeza que Alexander queria ter te contado, mas não queria que você ficasse triste.
— Eu estou triste, Wallace.— chorei mais— Muito triste. Eu não acredito que isso aconteceu e nem que ele me escondeu...
— Ele pisou na bola. Admito. Mas você tem que falar com ele, Emma.
— Ainda não. Não quero. Estou com raiva dele e... Espera... E o enterro? O que houve?
— Pelo que sei...
— Você sabia?!— Quase berrei
— Não!— Wallace arregalou os olhos— soube hoje. Daniel me falou e eu ia falar com você, dar meus pêsames, mas você surgiu chorando e correndo. Não entendi muito bem.
—Ah...— funguei
— Pelo que sei. Os corpos foram queimados. Seus pais estavam fugindo, e os caras acharam que você estava junto. Quando viram que não, mataram os dois. Os agentes acharam os corpos e queimaram os dois.
— E as cinzas?—indaguei
— Vão trazer para você.
— Ele iria contar quando as cinzas chegassem??!— quase berrei
— Eu sei que ele errou ,Emma.— Wallace me abraçou— fica calma.

  Abracei ele de volta e me pus a chorar.

   Wallace e eu passamos o dia fora de casa. Eu não quis comer e nem nada assim, fomos para o shopping e ficamos andando por lá. Ele disse que havia avisado a Alexander, e eu nem me importei com isso.
  Infelizmente, quando ficou escuro, tínhamos que voltar.
— Promete que vai conversar com ele.— Wallace pediu— Ele fez, não tem razão, errou, mas tenta perdoar ele.
— Vamos pra casa.— suspirei

  Subimos na moto e fomos para casa.

   A primeira coisa: tava tudo escuro. Wallace freiou bruscamente. Não havia luzes na casa e nem seguranças espalhados por ela. Wallace desceu da moto e sacou uma arma. Eu desci e fui para perto dele.
— Que está havendo?— perguntei.
— Tem algo errado. Claro que tem.

  Ele me puxou, e, agachados, entramos na propriedade. Não havia ninguém conhecido.
  Paramos perto do muro. Eu olhei envolta.
  A segunda coisa: a porta da frente estava aberta.
  Meu coração parou ao ver Alexander amarrado em uma cadeira.
— Não!!— Corri na direção dele
— Emma!— ouvi Wallace gritar

  Não parei e nem liguei. Continuei correndo.
  Passei pela porta da frente. Alexander me olhou, assustado. Seu rosto tinha um  arranhado, um lábio sangrando e um olho roxo.
— Não...— sussurrou ele
— O quê houve?!—perguntei tentando soltar as cordas.
— Vai embora, Emma! Não devia ter...
— Emma!— uma voz nova ecoou na entrada.

   Fiquei na frente de Alexander de forma protetora, e me virei para encarar o desconhecido de terno preto brilhante. Era uma velho, talvez de 65 anos de idade, mas era cuidado, como um...mafioso.
— Você...— engoli em seco
— Eu falei..— riu ele— Disse para meus capangas que não era difícil pegar você. Mas, eles são idiotas. Então, vim buscar você pessoalmente.
— Eu não sou sua..— rosnei
— Oh..— ele cruzou os braços— Infelizmente, seu pai fez a aposta.
— Meu pai morreu!! E eu não sei nada disso!
— Pouco me importa, sua puta!— ele sacou uma arma e apontou para mim— Você é minha, assim como todas as outras. E vai comigo. Ou, eu vou matar esse idiota na sua frente e servi de jantar para meus cachorros. O que acha?

  Meu coração saltou. Olhei para Alexander, vendo meu medo refletir em seus olhos
— Não!— Alexander rosnou— eu te proíbo!
— Desculpe..— sussurrei
— Emma...!— Alexander se sacudiu

   Me inclinei e beijei seus lábios suavemente.
— Eu te amo..— sussurrei e me pus na direção do mafioso.
— De agora em diante..—sorriu o velho— são os meus lábios que você irá beijar. E quero tratamento VIP, princesa.

   Caminhei até ele enquanto ouvia Alexander berrar. O mafioso apontou a arma para ele.
— NÃO!— gritei— Não ouse!

  O velho me pegou pelo braço e me puxou para fora. Do nada, havia muitos capangas ali. Wallace não estava à vista. O velho me jogou em um carro preto no banco de trás e me levou para longe. Eu sentia meu coração doer, mas minha mente não conseguia pensar em nada.
— Ei..— o velho chamou

  Olhei para ele. Ele pôs um pano em meu rosto e eu apaguei sem demora.

   Estava claro. Não estava no carro. Estava em uma cama.
  Me sentei e quase soltei um grito. Eu estava apenas de calcinha e sutiã. Olhei envolta absorvendo o local em que eu estava.
  Era um quarto enorme, paredes brancas, cortinas douradas, móveis caros. Uma cama de casal como em filmes de princesa.
  Ao lado, em uma cômoda, havia um vestido preto. Me pus de pé e me vesti rapidamente. Corri para a janela e meu queixo caiu. Era uma casa enorme na beira da praia, rodeada de árvores altas e cheias. Era bem escondida. Olhei para baixo, havia uma piscina redonda cheia de mulheres. Conversando, rindo e outras apenas pegando sol.
  A porta do quarto se abriu e eu saltei, me agarrando à cortina.
— Olá, Emma...— disse o mafioso parado na porta.
— Você ganhou todas essas garotas? Você é louco!
— Os pais apostaram. As mães venderam. Eu não tenho culpa.
— Me mate, mas eu não vou me submeter a isso. Nunca!— rosnei
— Entendo...— ele suspirou e olhou envolta.— Eu não vou gritar e nem dizer nada. Vou lhe dar o tempo que quiser. Mas, quando eu quiser te ter, eu terei. Nem que seja a força. Entendeu? Fique aqui, ande pela casa, tanto faz. Mas aceite: você é minha.

  Ele saiu sorrindo. Eu me sentei na cama, as lágrimas vieram automaticamente. Eu sabia que era o fim, eu poderia tentar sair daqui, mas via que não tinha jeito. A casa devia estar rodeada de capangas, câmeras e tudo o mais.
  Eu estava aqui. E iria ficar aqui. Eu estava perdida.

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