Sinta

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Sua palma quente ainda apertava a minha, o lençol cobria-nos até a cintura. Ela soprou um suspiro em minha nuca, e depositou um longo beijo, se sentando na cama e ligando o abajur. Não havíamos conseguido dormir, não depois de tudo. Eu a olhei se sentar e mexer nos cabelos. A sombra escura da tatuagem em suas costas me despertou ainda mais.

- Eu deveria ter me recordado de manter roupas no meu carro, talvez precise de um banho para dormir de verdade. – Seu comentário me fez virar em minha cama, a olhando encarar tudo a sua volta.

- Pode usar as minhas, eu não me importo com isso. – Falei automaticamente, a olhando inclinar o rosto sobre o ombro e sorrir de canto, sua nudez era tão natural para ela. Olhou sobre a cama e se inclinou, capturando um tecido negro que logo me surgiu a plena visão ser uma jaqueta de couro. Minha.

Ela enfiou os braços nas mangas e moveu os cabelos sobre o tecido se ajoelhando no colchão e me olhando com um sorriso divertido nos lábios.

- Isso soa bem legal, eu poderia mesmo trocar alguns vestidos longos pelo estilo rocker que você usa, o que acha? – Perguntou estendendo os braços e sorrindo. Eu apertei meus lábios cerrados a olhando toda nua, apenas com a minha jaqueta de couro nela. Era uma visão diferente e avançada demais para que eu pudesse ser racional.

Estava bonito e ao mesmo tempo...

Sexy...

Porque ela... Bom, ela moveu os fios castanhos ondulados e me olhava com uma noção tão selvagem sobre ela mesma. Eu poderia me enterrar entre o colchão, minha jaqueta parecia bem melhor dela do que em mim. Desci meus olhos pelo seu abdômen, a olhando se rastejar e aproximar.

- Sabe o que seria ótimo agora? Um bom banho, desses terrivelmente quentes... O que acha? – Perguntou pairando seu rosto próximo ao meu, seus lábios rentes e quase tocando nos meus. Eu engoli em seco.

- Por que sempre soa relutante sobre meus convites de banho com você, Lauren Jauregui? Acha que eu tenho algo muito terrível para fazer contigo ali? É apenas um banho, sei que está cansada e não quero ultrapassar limites... Além disso, pretendo mostrar meu presente para você ainda hoje... Não quer mesmo vir? – Aqui está, sua voz sedutora atingindo níveis baixinhos, completamente convencíveis.

Eu apenas assenti, recebendo seu impulso animado e terrível de beijo no pescoço. Ela se deitou sobre mim, se apoiando em seus braços e me olhando de perto, parecia tão animadamente inquietável.

- São quatro da manhã, acho que nosso café com minha mãe realmente será pela tarde... – Falou baixinho, e riu. Algo no seu riso, me fez estremecer a olhando de perto. Pude observar melhor seus olhos, brilhavam e tinham plenas noções castanhas intensas agora.

- Seus olhos... Estão mais claros... – Falei tocando em sua bochecha com o polegar, acariciando com afeto. Ela sorriu torto.

- Era você a dona da escuridão neles.

Eu relutei sobre minha fala.

- Eu sinto muito... – Lamentei por ter sido eu um dos motivos para que sua viagem tenha se tornado algo a ser suportado. Eu não queria mesmo isso. Ela sorriu, negando com o rosto, tocando sua mão direita em meus cabelos, acariciando tão delicadamente que em outra circunstância, e lotada de sono, eu dormiria facilmente.

- Você não tem que se lamentar por coisas que não estão ao seu controle, amor.

Eu pisquei repetidas vezes tentando analisar seu rosto. Ela parecia olhar para muito além de mim, como se eu fosse tão suave quanto ela falava e ela fosse tão densa quanto aparentava a cada segundo.

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