Capítulo Seis

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Caleb Hunter

— Filhos da puta, eu vou casar!

A voz de Duke retumbou na sala de conferência, fazendo com que Chase e eu levantássemos a cabeça de supetão. Não que não tivéssemos ouvido desde que ele entrou no corredor, a surpresa veio por causa da notícia.

— Casar? — Chase virou a cadeira para encará-lo enquanto eu continuava um tanto quanto embasbacado, apenas encarando meu amigo, que mantinha os braços abertos e um sorriso enorme no rosto.

— Ravenna aceitou se casar comigo! — jogou-se na cadeira da cabeceira da mesa. — Ravenna aceitou se casar comigo — repetiu como se não acreditasse.

Dylan e eu trocamos um olhar como que para confirmarmos que ambos estávamos presenciando isso, então ficamos em pé quase que ao mesmo tempo e do lado da cadeira de Knight. Enquanto Chase batia repetidas vezes nas costas de Duke, eu segurei em seus ombros e nós dois o sacudimos de um lado para o outro. Sua gargalhada espelhava a nossa.

— Casar! Duke Knight casado!

— Quem diria que nosso capitão arrumaria uma patroa para aguentar todo esse mau-humor.

— Chega, chega — nos empurrou para longe. — Seus imbecis — sacudiu a cabeça, rindo, enquanto voltávamos a nos sentar.

— Você comprou um anel? — Chase, sempre muito curioso, não demorou a se intrometer. — Por favor, me diga que você não se esqueceu de comprar um anel — virou-se para mim. — Lembra aquela vez que ele se esqueceu de comprar um presente de Natal para a Rave?

— Imbecil — assenti solenemente.

— Mas eu aprendi, babaca. Comprei o do ano passado com meses de antecedência.

— E não fez mais que a porra da sua obrigação. — Dylan sorriu.

— Você vai calar a boca e me deixar responder a sua pergunta ou tem mais algum comentário engraçadinho para fazer?

Chase levantou as mãos espalmadas em sinal de rendimento, mas seu sorriso de canto de lábios dizia claramente que ele ainda estava considerando a questão.

— Eu dei o anel da minha mãe.

Aquilo limpou o ar de toda brincadeira que ainda pudesse existir.

— Sua mãe?

Tive o cuidado de manter minha preocupação disfarçada. Duke não gostava que tratássemos o assunto de sua família com luvas de seda, mas sabíamos muito bem que era tabu. E a questão era ainda mais delicada quando envolvia a sra. Knight.

— Ela gostava do anel de noivado que o velho deu a ela — encarava a mesa a sua frente com um olhar perdido. — Quando ela... — limpou a garganta. — Quero dizer, ela me fez prometer que um dia daria o anel a mulher com quem quisesse me casar. Nunca pensei que realmente faria isso algum dia.

Duke certamente parecia estar falando mais consigo mesmo e, talvez por isso, eu não soubesse ao certo o que responder. Felizmente a boca grande de Dylan tinha suas vantagens.

— Menos mal então. Caso contrário, pobre Ravenna. Lembra aquela vez que ele queria comprar aquele terno branco? — de novo olhou para mim.

— Nossa — sacudi a cabeça, forçando o sorriso mais sincero possível e entrando naquela história para distraí-lo um pouco. — Terrível. Você não vai tentar usar um terno branco no seu casamento, não é mesmo, Duke Boy?

Knight revirou os olhos, mas dava para ver que a postura já não era tão defensiva.

— O pior foi a gravata azul para completar. Se alguém te desse um microfone, você podia subir no primeiro navio que passasse e começar a cantar no palco.

Haunted EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora