Capítulo 01

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Olá pessoal! Eu estava com essa história guardada a um tempo, mas finalmente resolvi postar. A principio era uma fanfic, mas decidi(desde o ano passado) que não iniciaria fanfics grandes, que se fossem grandes (mais de 10 capítulos) seria uma história original. 

Como foi feita na minha história anterior (A amante do meu marido, se você não leu pode buscar nas minhas obras ou ir no meu blog, ela já está finalizada) vai ser postado no blog um capitulo a frente do que irei postar aqui, ou seja, se aqui está no 01, lá já tem o 02 disponível. 

As atualizações a principio (nos primeiros 15 capítulos) serão feitas 3 vezes por semana, os dias são: Terça, Quinta e Sábado. Depois do capítulo 15 serão apenas as Quintas e Sábados.

Espero que gostem da história e que comentem bastante para que eu saiba se estão gostando ou se estão odiando ou se simplesmente estão surtando.

Para quem não sabe ainda meu blog é www.contoscontados.com (ou no link externo) ou basta pesquisar no google Contos Contados, que ele é o primeiro site que aparece. 

Acordar com o frio do inverno Londrino era complicado, mas preguiçosamente Daiana fez. O aquecimento de sua casa não era tão bom, mas as colchas eram grossas, não deixavam nada a desejar, pelo menos isso, pensou ela. Mesmo depois de uma noite mal dormida, por conta dá pequena dor latente que sentia em seu íntimo, ainda assim conseguia acordar relativamente cedo. Com dificuldade se levantou, colocou um casaco pesado e saiu do quarto. A casa era grande, mas estava sempre cheia, claro que somente durante a noite. Andando pelos corredores, ouvia algumas vozes, femininas e masculinas, alguns homens saindo dos quartos, uns a cumprimentavam, outros fingiam que nem a via. Ao passar por uma das portas, dois homens, vestindo suas roupas apressados, saíram rindo alto e conversando em outra língua, era francês, idioma que Diana achava lindo. Antes de passarem por ela, os homens abaixaram as cabeças.

- Bonjuor! - Um deles falou. A voz rouca, o sotaque e o perfume dele a fizeram parar brevemente no corredor. Foi uma luta cruel para não olhar para trás, ela não podia comprar uma briga com sua 'colega de trabalho'. Desceu as escadas, a cozinha era seu destino, precisava comer algo, seu estômago estava reclamando desde a noite anterior.

A movimentação era grande, mas nada anormal, muitas mulheres contando os acontecimentos da noite anterior, ela poderia ser uma dessas, mas preferia resguardar seus clientes, não lhe cabia dizer quem era o melhor ou o pior, quem era maior ou menor. Seu trabalho era satisfazer aos homens, então era isso que iria fazer. A última a se juntar a elas foi Lúcia Salazar, outra moça espanhola como Diana.

Diana chego a Londres jovem, a última coisa que se lembra que fora tirada a força dos braços da mãe e jogada num navio sujo com outras garotas, Lúcia era uma delas. As duas foram levadas a uma exposição humilhante, onde foram escolhidas por Madame Clark, a mulher lhes deu uma casa, comida, roupas, mas em troca de trabalho, não era um trabalho honesto para Diana, mas lhe alimentava e a mantinha viva, porque sabia que quem fazia algo contra as vontades de Madame Clark simplesmente desaparecia.

- Veja, estão anunciando o noivado de Sir Edwards. - Evelyn, cabelos castanhos claros, pele um pouco bronzeada, seios pequenos, magra, mas ainda assim igualmente bonita as outras.

- Ele pode se casar, mas a fidelidade dele é com minha cama. - Clarissa, loira, olhos azuis, seios fartos, pele clara, boca carnuda, tinha um ar ousado.

- Eu posso ficar com o jornal quando vocês terminarem? - Diana gostava de uma coluna chamada "The Truth", que era lançada todas as quartas, e também gostava das colunas de segunda que se chamava "The life". Ambas eram do mesmo colunista, mas que abordavam temas diferentes. A coluna das segundas falava sobre a vida em geral, histórias de pessoas desconhecidas, mas que por mais simples Diana adorava ler, ou melhor, ouvir, já que não sabia ler. As quartas a coluna era sobre a realidade Londrina, a pobreza, os ricos fúteis e política, coisas que deveriam deixar muitas pessoas zangadas.

- Eu não entendo para que você quer o jornal, você nem sabe ler. - Clarissa, uma de suas colegas, debochou dela. Diana sentiu-se envergonhada, nunca teve oportunidade de aprender a ler, o pouco que sabia era em espanhol.

- Eu gosto do que vem nele nas segundas.

- Você não tem mais o que fazer com esse jornal, dê a ela. - Madame Clark falou.

- Certo! - Clarissa falou a contragosto. Ela não conseguia entender porque Madame Clark sempre fazia as vontades de Diana. Ela esticou o jornal a Diana, quando a mais nova ia pegou, Clarissa segurou com mais força, fazendo assim o jornal de rasgar.

- Você fez de propósito! - Diana gritou sem nenhuma cerimônia.

- Claro que não, foi um acidente. - Clarissa falou de maneira falsa.

- Quer saber, pode ficar com jornal. - Diana jogo o jornal na mulher e saiu irritada. Ouviu a Madame Clark gritar seu nome, mas não voltou, subiu as escadas, trocou rapidamente de roupa e saiu. Não deveria sair assim, mas a irritação que estava sentindo a fez agir sem pensar.

Caminhou pelas ruas gélidas e sujas de Londres em busca de um jornal, algo que seria impossível, caminhou até ficar cansada e nada de encontrar um jornal. A fome começou a se fazer ainda mais presente, afinal não comeu nada, olhou para uma confeitaria chique no outro lado de rua, o cheiro dos bolinhos fizeram sua boca salivar. Que mal tinha comprar um bolinho? Tinha dinheiro, não iria roubar. Com coragem passou pela porta e logo os olhares de julgamento se fizeram presentes. Os homens provavelmente sabiam quem ela era, as mulheres mesmo não sabendo ao certo o que ela fazia, a julgavam pela sua roupa de baixa costura.

- Eu gostaria de um desses. - Apontou para o pequeno bolinho de creme exposto na vitrine.

- Desculpe, acabou. - O homem falou grosseiro.

- Eu tenho dinheiro, não estou pedindo, estou comprando.

- É melhor você sair.

- Bom dia, eu gostaria de dois desses. - Uma mulher, bem vestida, parou ao lado de Diana. Ela pediu os mesmo que Diana havia pedido, sendo assim eles iriam acabar. - E mais dois desses de morango. - O homem prontamente a atendeu.

- Aqui, Lady Bordeaux.

- Sirva em minha mesa, por favor. - O homem concordou. - Senhorita, gostaria de me acompanhar? - Os olhos verdes penetrantes da mulher foram as primeiras coisas que consegui notar, depois seu olhar estudou cuidadosamente cada parte de seu rosto, cada minucioso detalhe.

- Por que está fazendo isso? - Perguntou surpresa. Ninguém fazia algo bom sem esperar nada em troca. A mulher soltou uma breve risada, achou graça na desconfiança da mulher.

- Porque simplesmente quero desfrutar de sua companhia.

- A Lady não tem medo do que podem dizer só por estar falando comigo?

- Não. - Respondeu prontamente. - Apenas venha, nossos bolinhos irão esfriar. - A mulher pegou de leve seu braço e a levou até a mesa, onde uma outra mulher, negra, bem vestida, extremamente elegante estava sentada tomando chá. As pessoas estavam murmurando, Diana se sentia desconfortável, sabia que estavam falando da Lady por estar com ela.

- Bom dia! - A mulher negra sorriu para ela, um sorriso caloroso e sem nenhum julgamento. - Gosta de chá?

- Cla-claro. - Gaguejou. Justice lhe serviu chá.

- Meu nome é Natalie Bordeaux, está é Lady Justice Moss.

- Eu... me chamo... Diana. - Ela exalava insegurança. Ela sabia que aquilo poderia causar diversos problemas para as mulheres, mas não conseguia entender porque Lady Bordeaux fez aquilo, afinal elas nunca haviam se visto antes e ela não tinha nenhuma obrigação de ser cortês com ela.

Escolhas e Consequências (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora