- Sim, uma em especial, Diana, mas que também pode ser conhecida como Maria e não adianta fingir que não sabe, porque eu não sou fácil de se manipular como meu marido. Então você vai começar a falar por bem ou por mal?
A carruagem parou do outro de uma rua suja de Londres. Jacqueline nunca pensou andar por aquele bairro, mas ainda assim se viu na necessidade de fazer isso. Puxou um pouco a cortina da janela e espiou. Meia hora depois ela via uma jovem saindo da casa em que lhe indicaram. A jovem mulher estava com uma trouxa de roupas nas mãos vermelhas e calejadas, um rosto cansado, mas ainda assim sorria.
- Siga ela discretamente. - Ordenou ao cocheiro.
Seguindo a mulher, começou a se lembrar da conversa que teve com Eleonor, a noite anterior. Nunca pensou que fosse ver a mulher novamente, mas precisou, afinal Natalie lhe deixaria se ela não fosse atrás dessa prostituta.
Eleonor soltou uma gargalhada, o que deixou Jacqueline furiosa, mas ela se conteve. Infelizmente teve que se rebaixar para procurar a prostituta, tudo por Natalie, principalmente por ter estado ausente por muitos anos, Natalie não sabia do motivo para ela ter se mantido afastada, mas agora ela queria a filha ao seu lado.
- Por que eu devo dizer a você onde ela está? - Madame Clark percebeu que sem querer acabou revelando que sabia.
- Eu posso te dar algo que você sempre quis.
- E o que eu sempre quis?
- Um sobrenome para sua filha morta. Posso mandar trocar a lápide e fazer um novo anúncio no obituário, com o sobrenome Bordeaux.
- Isso não mudaria nada, ela já está morta.
- Então me faça seu preço, pela minha filha eu faço qualquer coisa.
Madame Clark estava a ponto de expulsar a mulher de seu escritório, mas pensou melhor, colocou a raiva e o rancor de lado para dar lugar a sua sede de vingança.
- Eu direi onde ela está, mas com uma condição. - Eleonor sorriu diabolicamente.
A carruagem seguia a mulher, mas numa distância razoável que impedia que a mesma visse que estava sendo seguida. Diana andou até a casa de uma das clientes que Madame Clark indiciou e lhe entregou as roupas. Ela cobrou metade do preço na primeira vez, para assim ver se a mulher ficava com seus serviços.
- Olha, realmente você tirou todas as manchas. - Ela avaliava o espartilho. - Mas eu não sei, o preço está muito caro.
- Eu estou fazendo um valor bem abaixo dos outros.
- Claro, você é nova nisso, ninguém te conhece, então tem que fazer mais barato mesmo.
- Eu não posso diminuir o valor. - Diana estava com o preço bem abaixo, se ela diminuísse mais não teria dinheiro para pagar o aluguel e ter no mínimo uma refeição por dia.
- Eu vou pensar. - A mulher deu a Diana o dinheiro e a jovem saiu decepcionada, tinha certeza que conseguiria essa cliente, esfregou tanto as roupas que suas mãos estava esfoladas.
Decepcionada, voltava para casa a passos lentos, era visível que estava triste, mas a tristeza não era pela cliente e sim por uma Lady de olhos azuis. Às vezes se perguntava se Natalie pensava nela ou simplesmente a esqueceu.
- Venha comigo! - Um homem magro, alto, cabelos castanhos, cortados bem baixo, parou na sua frente. Ele não tinha barba, nem parecia sujo, até mesmo parecia alguém com dinheiro.
- Eu preciso ir, com licença. - Ela tentou passar, mas o homem a impediu. - Me solta! - Gritou.
- Fique calma, tem uma pessoa que quer falar com a senhorita.
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Escolhas e Consequências (Romance Lésbico)
RomanceNa cidade de Londres no século XIX duas mulheres, com vidas completamente diferentes, tem seus destinos ligados. Uma Lady da alta sociedade Londrina e uma prostituta de um bordel. O que as duas tem em comum? A escolha de ficarem juntas, enfrentar um...