Capítulo 27

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Quem é vivo sempre aparece não é mesmo? Vou tentar postar mais alguns capítulos hoje, mas não vou prometer. Amo vocês comentem muito favoritem e indiquem :*

- Diana, onde ela está? Você precisa me dizer, onde Lúcia está.
Victória andava de um lado para o outro, ela estava impaciente, queria rever Lúcia, falar com ela, pedir desculpas, mas a saudade em seu peito apertava cada vez mais, sentia que ia enlouquecer.
- Por favor Diana. - Victória se aproximou de Diana.
- Victória, por mais que você tenha boa intenção agora, eu não posso dizer.
- Por quê?
- Porque a decisão é dela e não minha.
- Como a decisão é dela? Ela nem está aqui.
- Durante esse tempo conversamos, ela disse quer esquecer você.
- Eu só quero me desculpar. - Victória se sentou na cadeira e colocou as mãos na cabeça. Natalie olhou para Diana, a mais nova estava sentindo pena.
- Olha Victória, você tem que respeitar esse tempo dela, afinal você teve diversas oportunidades de pedir desculpas, mas nem se quer tentou.
- Eu cometi muitos erros, mas estou tentando consertar tudo.
- Respeite o tempo dela, quem sabe ela não te procura.
- Só queria ter a oportunidade de pedir desculpa. - Victória falou cabisbaixa.
As três ficaram ali conversando, Laurie chegou com o chá da tarde e Diana percebeu as manias que Lúcia falou que ela tinha. No fim ela nem acabou bebendo o chá, depois de prepara-lo por um longo tempo.
- Victória, não vai tomar seu chá? - Natalie falou.
- Ele não está na temperatura exata.
- A quanto tempo não come?
- Isso não vem a caso, estou muito bem de saúde.
Ambas perceberam as olheiras e a palidez de Victória, mas o assunto se encerrou por ali. Natalie contou a Victória exatamente o que aconteceu no porto e disse que iria precisar da ajuda dela, mas ela deveria ser discreta, ela também foi incumbida a informar Justice e pedir sua ajuda, mas que deveria pedir para não entregar essa informação a seu pai.
- Acha que ele pode estar envolvido? - Diana perguntou.
- Não digo isso por ele, mas sim por outras pessoas que possam ter acesso a essas informações.
- Alguém dá Soctland Yard? - Victória falou.
- Sim. Por mais que seja algo que não pensamos que possa acontecer, a polícia deve ter acesso ao porto para fazer rondas rotineiras, acho que eles devem receber algo para fazer vista grossa.
- Isso é terrível. - Diana falou.
- Sim, mas ainda assim não podemos provar nada, por isso devemos ser cautelosas. Por isso preciso que vocês vão com Harold atrás do caderno.
- Você acha que eles não vão nos seguir? - Diana falou preocupada.
- Sim, mas vamos criar uma distração. Mas primeiro eu preciso está bem, eu já consigo me sentar sem sentir tanta dor, então uma semana é tempo suficiente para isso.
- Mais que tipo de distração está pensando? - Victória foi até a janela do quarto de Natalie olhar a movimentação da rua.
- Diana será reconhecida pela sociedade, minha mãe não abre mão disso. - Natalie acariciou a mão de Diana, que não estava nada feliz com isso. - Sei que não é muito prudente, mas acho que ela tem um bom motivo para isso. A questão toda é que nesse dia todos os nobres estarão aqui e essa será nossa distração.
- Você acha mesmo que não haverá pessoas de tocaia?
- Sim, mas faremos Diana se vestir na casa de Justice, assim ela precisará vir de carruagem, que Harold vai alugar, no trajeto Diana pegará o livro, quando o baile acabar ela me entregará.
- Pode dar certo. Mas e o homem que viu no porto, o que vai fazer a respeito? - Victória perguntou.
- Preciso descobrir quem é ele, depois disso eu vou ver traçar minha estratégia.
- Ainda bem que você é uma boa jogadora de xadrez. - Victória sorriu. - Mas acho que você tem usado mal seu bispo.
- Sir Lucas vai se tornar mais ativo nesse jogo.
- Sabe que não pode acusar ninguém.
- Posso dar pistas, de atos imorais contra a sociedade. No início não vai surtir muito efeito, mas quando algumas coisas começarem a ser reveladas as pessoas vão associar.
- É uma boa ideia. - Diana falou.
Victória não ficou para o jantar, partiu com a desculpa que iria jantar em casa e Natalie sabia que era mentira. Estava preocupada com a amiga, percebe que Diana também estavam.
- Ela está tão magra. - Natalie falou.
- Você está tentando me fazer reconsiderar, mas eu não posso.
- Você pode conversar com Lúcia.
- Veja bem, ela está magoada, não vai ceder.
- Não lhe custa nada falar, qualquer coisa falaremos nós duas juntas quando ela vier.
- Eu vou pensar no assunto, quando for para casa.
- Como assim, quando for para casa?
- Eu preciso pegar minhas coisas.
- Harold pegará para você.
- Eu preciso contar a Lúcia o que houve, ela deve estar preocupada.
- Ela está morando com você? - Natalie então se deu conta do quão perigosa era a situação.
- Sim.
- Lúcia não pode continuar vivendo lá.
- Por quê?
- Se eles não encontrarem você, eles a pegaram e tentarão fazer com que ela diga o que sabe. 
- Isso é mau, muito mau. - Diana começou a andar de um lado para o outro. - Eu preciso ir busca-la.
- Traga para cá, pode deixar que com minha mãe eu me resolvo.
- Mas e Victória, uma hora ou outra elas vão se encontrar, deixaremos que o destino cuide disso.
- Parece que desde que entrei nessa casa não consigo seguir nada do que eu falo.
- É normal mudar e opinião, ainda mais diante desta situação, não se preocupe com isso. - Natalie beijou as costas da mão de Diana. - Eu prometo que as coisas vão melhorar.
- Eu também quero que me prometa que vai se cuidar.
- Prometo. Deite-se um pouco comigo.
- E se alguém entrar?
- Eu o expulsarei. - Natalie riu. - Venha, estou sentindo sua falta.
Com todo cuidado Diana deitou-se ao lado de Natalie, virada de frente para a Lady. As duas ficaram se encarando por um longo tempo, apenas apreciando a presença uma da outra. Trocaram alguns selinhos e risadas cheias de intimidade.
- Poderia passar a vida inteira assim. - Diana falou.
- Se quiser ficar comigo, podemos passar a vinda inteira assim.
- Eu quero ficar com você, mais que tudo na vida. - Natalie aproximou seu rosto do de Diana, encostou sua testa na da dela e suspirou. - Você está pensando nos prós ou nos contras?
- Estou pensando que coloquei você no meio de toda essa confusão. - Diana tocou o rosto de Natalie, tentando acalmar os sentimentos de sua amada.
- Amar significa apoiar e cuidar de quem se ama, de ser companheira, eu vou estar com você para sempre a partir de hoje, então ficarei ao seu lado para tudo.
- Nunca pensei que teria alguém assim ao meu lado.
- Alguém que te ama? - Diana brincou.
- Sim, alguém que pudesse amar e cuidar de mim.
- Então é melhor ir se acostumando.
- É bom você se acostumar também, porque a partir de hoje, você será praticamente a senhora Bordeaux. - Natalie beijou Diana ardentemente, mas foi impedida de evoluir com o beijo pela mais nova.
- Vamos fazer algo como nos velhos tempos. - Diana sugeriu ao sair dá cama, sabia que Natalie estava ferida, mas que tentaria algo além de beijos. - Vou ler para você. 
- Sobre a escrivaninha tem alguns, Justice me trouxe para não ficar entediada. - Diana olhou os títulos e começou a folhear um deles.
- Natalie, eu tive uma ideia. - Correu até a cama com um livreto.
- O quê?
- Você vai dar pistas, como se fosse um romance, como este.
- Eu não entendi.
- Este livro, antes de virar um livro era publicado na coluna de uma revista, toda semana, você vai fazer isso.
- Mas as pessoas vão achar que é ficção.
- Exato, a ficção pode se confundir com a realidade, troque o nome das pessoas, crie uma cidade fictícia.
- Mas você não acha que os personagens vão saber que são eles?
- Exato! Será uma boa forma de dizer a eles o quanto você sabe…
- Mas eles vão saber nossos passos e nossos planos.
- E achar que sabemos mais do que realmente sabemos, você vai poder controlar o jogo, dar pistas falsas e verdadeiras.
- Então terei que conversar com Daniel sobre isso, não sei se ele vai querer publicar algo do gênero.
- Só não lhe dizer a verdade, diga que é uma mera história de ficção, chegou a hora de Lady Bordeaux ganhar seu espaço.
- Você sabe que isso vai nos colocar diretamente na mira deles, não sabe?
- Sei que isso os fará ficar mais cautelosos, creio que as pessoas ficaram mais curiosas e não será possível matar todos os curiosos de Londres, sem serem notados.
- Isso é verdade. Pode dar certo. Ao longo de semana trataremos de amadurecer essa ideia. - Natalie deitou-se direto na cama e Diana iniciou a leitura. As duas sabiam que aquela era uma situação perigosa e que só podiam vencer se fossem mais espertas que seus oponentes, por isso era preciso jogar todas as suas cartas.


Escolhas e Consequências (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora