Escolhas e Consequências (Romance Lésbico)

Capitulo 28

Como prometido mais um capítulo fresquinho para vocês <3 espero que gostem.

- Isso é verdade. Pode dar certo. Ao longo de semana trataremos de amadurecer essa ideia. - Natalie deitou-se direto na cama e Diana iniciou a leitura. As duas sabiam que aquela era uma situação perigosa e que só podiam vencer se fossem mais espertas que seus oponentes, por isso era preciso jogar todas as suas cartas.
Depois de seis dias, Natalie já estava andando e as dores eram quase mínima, elas só apareciam se ela exagerasse, mas para isso tinha a mãe e Diana. A Lady nunca pensou que sua amada fosse tão controladora como sua mãe, mas ainda assim não se importava muito com isso, até porque ela tinha outras coisas para se importar, como as constantes opiniões divergentes entre elas e as discussões disfarçadas de conversas amistosas. Natalie não dizia, mas tinha orgulho de Diana, realmente o sangue nobre corria pelas suas veias, afinal era difícil não discutir educadamente com sua mãe e ainda assim sair vitoriosa algumas vezes. As aulas de etiqueta fluíam bem, exceto quando Diana não concordava com Jacqueline em determinadas posturas diante das pessoas, não queria viver de acordo com o que os outros esperavam, queria viver como bem entendesse, sem se importar com terceiros.
- Natalie, simplesmente eu não quero viver assim. - Diana esbravejou pela quarta vez. As duas estavam na biblioteca, Natalie observava sua amada falar irritada.
- Eu já disse como você está linda hoje?
- Natalie, você pode prestar atenção no que eu digo e não no meu corpo, pelo menos uma vez.
- Sente-se ao meu lado. - Natalie deu três tapinhas de leve no sofá, a passadas pesadas Diana se sentou, soltando um suspiro bem alto. - No momento não temos muito o que fazer, eu sei que é chato viver assim, porque eu vivo assim, mas eu prometo que será passageiro. - A mais nova concordou. - Hoje você vai passar o dia comigo, que tal fazermos um piquenique? - Diana encostou a cabeça no ombro de Natalie e segurou sua mão. 
- Seria muito bom e me desculpe pelo que falei antes, obrigada pelo elogio.
- Está tudo bem.
- Fui ao mesmo modista que faz suas roupas.
- Eu pedi a mamãe que te levasse nele.
- Eu prefiro você de vestido. - Diana admitiu. - Você fica ainda mais linda. - A mais nova se esticou e roubou um selinho de Natalie, antes que ela pudesse rebater. - É estranho estar na mesma casa que você e sentir saudades?
- Não. - Natalie capturou seus lábios de maneira apaixonada e saudosa, ela também sentia saudade de Diana, afinal sua mãe roubava todo o tempo dá mais nova. Natalie a deitou no pequeno sofá e ficou por cima de seu corpo. - Você ainda se nega ir para o meu quarto a noite. - Desceu os beijos para o pescoço da mais nova.
- Porque você ainda está machucada, então melhor pararmos. - Diana deu uma leve mordida no lábio inferior de Natalie.
- Certo. - Natalie suspirou. - Lúcia vem hoje?
- Sim. Ela disse que gosta das casas do Moss.
- Então ela está gostando do trabalho? - Diana concordou. - Você falou com ela sobre Victória.
- Ela está relutante, mas se Victória do cautelosa e aparecer hoje, é provável que ela aceite conversar.
- Vamos torcer para que ela venha hoje.
- Vamos torcer para Lúcia estar disposta a conversar.  - Natalie voltou a beijar Diana, queria aproveitar aquele tempo livre com sua amada.
- TOC TOC! - A porta da biblioteca foi aberta e Henry entrou. Natalie sentou-se direito, Diana ajeitou a roupa que estava um pouco amassada e o homem riu da carranca da irmã. - Finalmente te encontrei. - Foi até Diana e beijou a mão da mais nova. Ele se sentou no meio das duas, Henry adorava implicar com a irmã e Diana já havia percebido isso, por isso apenas riu. - Mamãe está atrás de você.
- Foi por isso que veio aqui? - Natalie se levantou do sofá.
- Na verdade eu vim aqui para beber conhaque, mas quando entrei vocês estavam no sofá. - Henry se levantou. - Quer uma dose?
- Sim, obrigada.
- Diana?
- Eu não gosto de beber durante o dia.
- Na verdade eu estava perguntando se você deixa a Natalie beber a tarde. - Diana e Henry começaram a rir.
- Ah me poupem os dois. - Natalie foi até a garrafa e acabou se servindo por si. - Papai está em casa?
- Em breve ele deve estar vindo para a biblioteca. Mamãe está com um humor terrível, Diana você deveria receber um prêmio.
- Então todos decidiram vir para a biblioteca fugir da mamãe, mas a grande questão é, por que a biblioteca?
- Porque você está aqui. - Diana respondeu.
- Exato! Se você está no cômodo, mamãe fica tão mansa quanto um gatinho e ela sabe que você fica aqui lendo e escrevendo, então não vai vir nos procurar aqui e eu pedi para Harold se fingir de cego, então estaremos a salvo aqui.
- Graças a Deus Natalie está aqui. - Pierre, o patriarca dos Bordeaux passou pela porta, ele secava seu suor com um lenço. - Sua mãe hoje está de péssimo humor, não sei como você aguenta querida. - Ele falou com Diana e a mais nova sorriu.  
- Aqui papai. - Henry serviu conhaque ao pai. - Vamos brindar a nossa família. - Os três brindaram e ficaram conversando sobre a investigação.
Diana participava ativamente da conversa, quando percebeu que Natalie estava ficando mais animada que o normal, pediu para que ela parasse e bebesse água, assim também fez com Henry e Pierre.
- Beba tudo. - Diana praticamente obrigou Natalie a beber a água.
- É Natalie, dessa vez você arrumou uma igual a mamãe. - Christopher falou.
- Dessa vez? - Diana murmurou, aquela foi a primeira vez que pensou no passado de Natalie e como Henry havia dito, dessa vez, provavelmente Natalie já teve outras e sua família sabia. Natalie percebeu o que Diana havia dito, sabia que uma hora ou outra ela teria que conversar sobre seu passado. - Eu vou me lavar para irmos tomar chá.
- Eu vou me deitar. - Pierre quase nem conseguia levantar do sofá.
- Deixa que eu te ajudo, meu velho. - Henry foi ajudar o pai. Os dois saíram, Natalie foi até Diana, antes que ela saísse.
- Está chateada com algo?
- Não!
- E a verdade é…
- Eu não tenho direito de ficar chateada pelo seu passado.
- Eu sei que não, mas é bem comum. - Natalie deu um beijo na testa de Diana. - Venha cá. - As duas voltaram a se sentar, Natalie segurou a mão da mais nova e sorriu para ela. - Eu amo você. - Diana corou diante das palavras, ela não esperava ouvi-las, não naquele momento. - Eu sei que não digo isso com tanta frequência, mas todas as vezes que digo é verdadeira.
- Eu sei. - Diana acariciou o rosto de Natalie.
- Se eu pudesse voltar no tempo e te conhecer antes, não teria me relacionado com essas pessoas. Ao todo tive três relacionamentos.
- Todas mulheres?
- Eu tive um noivo, também. - Diana ficou surpresa, não esperava por aquilo. - Foi logo depois da primeira mulher que me relacionei, ela se chamava Alexandra Logan, ela foi a primeira pessoa, fora minhas amigas que sabiam quem eu era.
- Sir Lucas?
- Sim, as coisas não saíram como eu esperava e bom, minha família precisou se envolver. Depois disso minha mãe me obrigou a noivar, mas não foi de todo ruim, bom até ele querer me obrigar a ser completamente submissa as opiniões dele. Ele não conseguia aceitar o fato de que sua futura mulher conseguia conversar sobre política, sobre negócios, coisas que só homens faziam, então ele terminou o noivado.
- Você realmente ia se casar com ele?
- Eu… não sei. Não era como se eu o odiasse, na verdade eu cheguei a gostar dele...
- Você o amava?
- Não, eu não o amava.
- Você ficou triste quando ele rompeu o noivado?
- Um pouco, mas superei rápido. Ele parecia diferente no começo, parecia diferente dos demais homens. Depois dele conheci Katherine, foi de longe os piores e dias da minha vida.
- Ela fez muito mal a você?
- Ela exercia um controle sobre mim, me manteve presa a ela, mesmo depois de casar. Nosso relacionamento não era saudável, nossas brigas… - Natalie negou. - Elas sempre me faziam tão mal, já chegamos a nos estapear e eu não sou assim, eu odeio violência, mas perto dela parecia que algo em mim mudava. Era quase que como um vicio, eu sempre terminava, mas ela voltava pedia desculpas e lá estava eu novamente. Quando finalmente me decidi, ela usou o Sir Lucas contra mim. Eu não tenho um bom histórico de relacionamentos, foi por isso não achei importante falar sobre o passado.
- Eu não queria te trazer memórias ruins, só que… eu senti ciúmes e agora me sinto impotente, parece loucura, mas eu queria ter te conhecido antes para impedir que você se machucasse. - Natalie abraçou Diana.
- Eu queria ter te conhecido antes, assim eu também poderia cuidar de você. Queria que você não precisasse viver dessa maneira e todos os dias me culpo por não ter te tirado de lá antes. Você me perdoa?
- Há um tempo certo para tudo, não precisa me pedir perdão. - Diana deu um selinho em Natalie. - Eu amo você.
Após a conversa das duas, ambas foram tomar o chá da tarde e logo Justice e Lúcia chegaram. Justice decidiu contratar Lúcia como sua dama de companhia, em meio a isso ela tirava informações sobre os sentimentos dela por Victória.
- Faz um tempo que não desenho, então não sei se posso fazer isso. - Lúcia estava muito insegura.
- Você pode, afinal eu já pude ver pessoalmente seu trabalho. - Victória estava na porta da biblioteca. Por mais ansiosa que estivesse para conversar com Lúcia, estava seguindo o conselho de Justice, que já havia contado que Lúcia estava como sua dama companhia, mas ainda assim só iria permitir que Victória conversasse com ela se mantesse a calma e o bom senso. Sendo assim Victória passou os dias refletindo e tentando acalmar toda aquela tempestade dentro de si.