Capítulo 02

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Retornando pessoal para mais um capítulo. Espero que o primeiro capítulo tenha agradado.

O CAPITULO 3 JÁ ESTÁ DISPONÍVEL NO BLOG (Link externo) ou www.contoscontados.com.

Comentem e favoritem, deixem a opinião de vocês que é muito importante para mim. <3


- Eu... me chamo... Diana. - Ela exalava insegurança. Ela sabia que aquilo poderia causar diversos problemas para as mulheres, mas não conseguia entender porque Lady Bordeaux fez aquilo, afinal elas nunca haviam se visto antes e ela não tinha nenhuma obrigação de ser cortês com ela.

Hesitante Diana pegou o bolinho, mordeu sem fazer cerimônia. Como desconfiava o sabor era divino, nunca havia experimentado algo tão gostoso antes. Lady Bordeaux a observava atentamente, o que acabou a fazendo ficar um pouco ruborizada. Após perceber que estava constrangendo a jovem, Natalie desviou o olhar, deixando que ela comesse em paz. Então abriu o jornal que estava sobre a mesa, com esse movimento, percebeu o olhar atento dá jovem ao seu jornal.

- Você gosta de ler jornal? - Justice falou antes que Natalie pudesse dizer algo. Era incomum mulheres se interessarem pelo jornal. Geralmente vinha falando de políticas, casamentos, nascimentos, obituários e algumas notícias. Mulheres preferiam ler romances e sobre roupas.

- Eu gosto, mas só as segundas e quartas.

- Por que só as segundas e quartas? - Natalie franziu o cenho.

- Bom, não sei se conhecem, tem um colunista Sir Lucas Jackson, o que ele escreve é publicado sempre as segundas e quartas. - Justice trocou um rápido olhar com Natalie.

- E o que ele escreve? - Natalie mostrou-se interessada para saber se a mulher realmente conhecia o que o homem escreve.

- Hoje, segunda, seria uma história, sobre algum morador de Londres, uma pessoa anônima, que tem vida simples, mas muito interessante. Eu gosto dá maneira que ele retrata as pessoas, mesmo sendo um cavaleiro distinto e de boa família, penso eu, ele ainda assim é humilde para escrever sobre pessoas de classe social inferiores a dele.

- E o que acha sobre a visão política dele? - Natalie a olhava bem séria, Diana achou que estava irritando a mulher.

- Eu... não sei se seria bom eu opinar.

- Não se preocupe, ela não irá te morder. - Justice que percebeu o olhar penetrante dá amiga, sabia que não era por mal e sim o quanto ela gostava do tema, também por ter um interesse pessoal nas opiniões sobre o que o Sir Lucas escreve. Diana olhou hesitante para Natalie, mas Justice lhe deu um olhar confiante. A mulher negra era linda, sua pele era o que lhe destacava no meio de todas aquelas mulheres, mas não somente isso, tinha bondade em seu olhar que era difícil de se notar nos demais, mas ainda assim reservado, chamava atenção, mas não era vulgar, os olhos eram marcantes como os dá amiga, podiam fazer você se sentir acuado ou simplesmente seguro.

- Eu penso que a opinião do Sir Lucas é bem... - Diana buscou a palavra que o homem usou uma vez. - extravagante. - Natalie sorriu de leve, mas tentou não mostrar-se tão contente, se não seria bem suspeito. - Ele é um homem inteligente, não tem medo de desafiar o sistema, fico feliz que tenha alguém para falar por nós, principalmente por nós mulheres.

- Então gosta dele?

- Sim! - Diana acabou falando animada demais. Acabou criando um amor platônico pelo o que o homem escrevia e o idealizando. - A Lady o conhece?

- Sim, somos amigos próximos.

- E como ele é? - Diana não percebeu sua animação, mas não passou despercebida por Natalie e Justice.

- Branco, 1,65 de altura, cabelo preto como carvão e liso, olhos azuis, boca rosada. Estatura média, posso dizer que ele é magro, mas possui carne para lhe esquentar a noite. - Justice falou com um ar risonho e por baixo da mesa Natalie chutou a perna da amiga, que soltou um leve gemido de dor, mas disfarçou com uma tosse forçada.

- Ele deve ser muito bonito.

- Você quer ler o que ele escreveu? - Natalie estendeu o jornal para a jovem. Diana ruborizou fortemente.

- Eu não sei ler, Milady.

- Quer que eu leia para você?

- Eu não quero lhe incomodar, a senhorita tem sido muito boa comigo, as duas.

- Está tudo bem. - Natalie sorriu gentil para a jovem. - Bom o título de hoje é Limpadores de chaminé. - Natalie soltou um breve pigarro para começar a ler. - Eles estão sempre sujos, sempre apressados com seus esfregões desgovernados. Cuidado! Cuidado! Gritou Josephine, ela apenas deu um tapa na cabeça do moleque apressado. O garoto, sem mãe, sem pai, sem ninguém, apenas tinha aquela mulher como figura materna. A mulher, com um cesto de roupas na cabeça tinha mais oito com ela, sendo dois seus próprios filhos. Josephine os acolhia, mesmo que os fizesse trabalhar, cuidava deles, aos domingo os vejo na igreja, limpos, bem vestidos, meninos que ninguém quer, meninos que nasceram sem sorte, hoje tem a sorte de ter alguém, que os ama, que ensinou que família nem sempre significa carregar o mesmo sangue. - Diana tinha os olhos brevemente marejados afinal se identificou como o fato do menino não ter ninguém.

- Milady, se não estiver sendo inoportuna, posso ficar com o jornal.

- Eu posso saber o por quê?

- Bom, eu gosto de guardar o que o Sir Lucas escreve.

Justice encarou Natalie, sabia que o olhar dela era preocupante, ela nem sequer piscava ao olhar para a garota. Fez a xícara bater de propósito contra o pires, para que Natalie pudesse acordar de seu transe.

- Acho que Sir Lucas vai preferir que você leia por si.

- Eu não acho que terei a oportunidade de aprender a ler.

- Posso lhe ensinar. - Natalie se ofereceu prontamente.

- Céus, Natalie! - Justice a repreendeu. Não pelo fato dela querer ensinar a jovem, mas sim por não estar disfarçando seu interesse nela, sorte que a inocente mulher não reparou que Natalie nem sequer piscava quando a encarava, ou que, as vezes desviava o olhar para os seus lábios.

- Eu sou muito grata, mas penso que não seja uma boa ideia. - Diana percebendo que Lady Moss era contra, não fez cerimônia para recusar educadamente.

- Deixe-me ensiná-la a ler e prometo que conseguiria com que Sir Lucas publique algo especialmente para você.

- Milady, não será possível. - Diana viu-se de frente a um caminho sem vontade, teria que dizer que era, até porque não podia sair sempre dá casa de Madame Clark. - Eu não disponho de muita liberdade. Eu moro na casa de Madame Clark. - Não houve surpresa nos olhos de Natalie, Diana achou aquilo bem estranho. Geralmente as pessoas ficavam enojadas, mulheres principalmente.

- Prometo que darei meu jeito, mas você terá que me prometer que não irá fazer perguntas para a forma que eu arrumar para lhe ensinar a ler.

- Não quero ser um estorvo para a senhorita.

- Apenas prometa ou ela nunca vai terminar esse assunto. - Justice falou impaciente. Era tarde demais, Natalie já estava com aquele olhar. O olhar que a colocaria em problemas, novamente.

- Eu aceito.

- Apenas espere por meu contato, nossas aulas irão começar. - Natalie deu uma breve piscadela para a jovem e sorriu para a amiga.

Diana olhou rapidamente para a porta e viu um homem mal encarado lhe olhando, ela sabia que teria problemas, aquele era um dos seguranças de Madame Clark. A jovem mulher levantou-se rapidamente, sabia que poderia trazer problemas para as Ladys caso saísse com elas, afinal ele não seria tão cortês e talvez as senhoritas pudessem acabar envolvidas. Despediu-se, mas sua pressa não passou despercebida pelas outras.

Escolhas e Consequências (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora