"O que é isso? Algas? Sou um dragão, não um peixe!
Leve essa porcaria de volta e traga carne de verdade! Mal passada, de preferência"
- Denatheor, rei dos dragões
Missandra engoliu em seco.
– Não é humano. Definitivamente não é humano.
– É, vocês vivem como um sopro. Só tenho a melhor parte de ser humano. Beleza, força, determinação... do resto não preciso.
Lantis levantou-se com dificuldade e tomou a tocha de Mane.
– Vamos sair daqui. Seja o que for que ele tenha feito, foi suficiente para assustar o Murdel. Então vamos embora.
– Mas vamos deixá-lo assim? – murmurou a princesa baixinho.
– As fadas o guardavam. Deve ser alimentado.
O homem deu uma risada baixa.
– Alimentado? Provavelmente também acha que me deixavam dar uma voltinha de vez em quando.
– Você não come há duzentos anos? – assustou-se Mane.
– Bem, eu comi uma fada ou duas quando vieram me perturbar. Elas dão bastante força por muito tempo.
Missandra deu um passo para trás, colocando a mão sobre a boca, horrorizada. Por mais irritantes que elas houvessem sido lá fora, não esperava um ato tão cruel como esse.
– Elas o deixaram aqui para morrer, não é? – perguntou Lantis com um tom seco.
– Bem provável. Não deu certo, obviamente.
Lantis começou a caminhar para a saída.
– Espere, guerreiro! O que os fez vir buscar a minha caverna? Ou enfrentaram aquelas chatas lá fora por diversão? Não é todo mundo que desafia essa floresta por passeio.
Ele parou e olhou para o prisioneiro com desdém.
– Não há nada que você possa saber que possa nos ajudar.
– Ah, é mesmo? Pois se me soltarem daqui, eu tiro o veneno do seu corpo.
Eles sobressaltaram-se.
– La... Lantis foi envenenado? – gemeu Missandra.
– Oh, sim. Não dou nem meia hora de vida para ele. Mordida de Murdel, não é?
– Nunca ouvi falar que mordida de Murdel envenenava – Lantis devolveu.
– Também nunca ouvi falar que alguém escapara da mordida de um – retrucou o homem.
– Então como sabe que pode me curar?
– Tenho uma sabedoria muito mais longa que duzentos anos.
– Ele tem um ponto – assentiu Missandra.
– Não está pensando em libertá-lo, está? – Lantis ergueu para ela uma sobrancelha.
– Prefiro libertar um mal no mundo do que ver você morrer na minha frente.
Lantis arregalou os olhos momentaneamente e permaneceu fitando-a por alguns momentos até Mane começar a pigarrear.
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O Legado do Dragão - degustação
Fantasía"Os dragões eram a lenda. Temidos, admirados. Viviam entre as pessoas disfarçados de seres humanos. Espreitando. Espionando. Parecendo buscar a paz, mas sempre tendo em vista o domínio. Sua última cartada. Rei Gallad, o mai...