Capítulo 7- Acorrentado...por que motivo?

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                                                        "O que é isso? Algas? Sou um dragão, não um peixe!

                                Leve essa porcaria de volta e traga carne de verdade! Mal passada, de                        preferência"

                                                                                           - Denatheor, rei dos dragões

Missandra engoliu em seco.

– Não é humano. Definitivamente não é humano.

– É, vocês vivem como um sopro. Só tenho a melhor parte de ser humano. Beleza, força, determinação... do resto não preciso.

Lantis levantou-se com dificuldade e tomou a tocha de Mane.

– Vamos sair daqui. Seja o que for que ele tenha feito, foi suficiente para assustar o Murdel. Então vamos embora.

– Mas vamos deixá-lo assim? – murmurou a princesa baixinho.

– As fadas o guardavam. Deve ser alimentado.

O homem deu uma risada baixa.

– Alimentado? Provavelmente também acha que me deixavam dar uma voltinha de vez em quando.

– Você não come há duzentos anos? – assustou-se Mane.

– Bem, eu comi uma fada ou duas quando vieram me perturbar. Elas dão bastante força por muito tempo.

Missandra deu um passo para trás, colocando a mão sobre a boca, horrorizada. Por mais irritantes que elas houvessem sido lá fora, não esperava um ato tão cruel como esse.

– Elas o deixaram aqui para morrer, não é? – perguntou Lantis com um tom seco.

– Bem provável. Não deu certo, obviamente.

Lantis começou a caminhar para a saída.

– Espere, guerreiro! O que os fez vir buscar a minha caverna? Ou enfrentaram aquelas chatas lá fora por diversão? Não é todo mundo que desafia essa floresta por passeio.

Ele parou e olhou para o prisioneiro com desdém.

– Não há nada que você possa saber que possa nos ajudar.

– Ah, é mesmo? Pois se me soltarem daqui, eu tiro o veneno do seu corpo.

Eles sobressaltaram-se.

– La... Lantis foi envenenado? – gemeu Missandra.

– Oh, sim. Não dou nem meia hora de vida para ele. Mordida de Murdel, não é?

– Nunca ouvi falar que mordida de Murdel envenenava – Lantis devolveu.

– Também nunca ouvi falar que alguém escapara da mordida de um – retrucou o homem.

– Então como sabe que pode me curar?

– Tenho uma sabedoria muito mais longa que duzentos anos.

– Ele tem um ponto – assentiu Missandra.

– Não está pensando em libertá-lo, está? – Lantis ergueu para ela uma sobrancelha.

– Prefiro libertar um mal no mundo do que ver você morrer na minha frente.

Lantis arregalou os olhos momentaneamente e permaneceu fitando-a por alguns momentos até Mane começar a pigarrear.

O Legado do Dragão - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora