Capítulo 13 - Yo-ho-ho

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"Um dragão nunca deve confiar em ninguém.

Todos querem nos derrotar. Só confiemos em nossos iguais!"

- Denatheor, rei dos dragões

A cidade de Alexander era barulhenta e bastante ocupada. Eram tantas pessoas passando por eles que se esforçaram para manter-se juntos, algumas vezes passando por baixo de braços carregados de feno ou redes de pesca lotadas. Missandra e Mane estavam se divertindo, Sonna e Minus loucos para pegar um peixe largado pelo chão. Lantis olhava ao redor, procurando por uma estalagem. Missandra fizera uma viagem longa antes deles e parecia exausta, embora não dissesse nada.

Maryan tampou o nariz.

– Meu Deus, essa cidade fede!

Dhalek respirou fundo.

– Aaah, esse é o ar do mar! Isso revigora a alma!

– Esse é o cheiro do mar? Não entendo porque há tantas poesias a respeito dele então.

Dhalek tocou no braço dela e a surpreendeu. Colocou a mão da elfa em seu braço e seguiu puxando-a.

– Seu mal, querida Maryan, é não ver a beleza por trás das coisas. Não julgue a aparência. Uma vez dentro do mar ele estará em suas entranhas!

Ela estava corada e muda. Mane cutucou Missandra que deu uma risadinha.

Assim que chegaram na praça, Lantis conduziu-os a uma estalagem. Enquanto ia até o balcão para pagar por uma noite tranquila, os outros sentaram-se à uma mesa para tomarem uma bebida e se refestelarem com uma refeição quente.

Maryan contou sua história assim que Lantis chegou na mesa.

– Saí de minha casa na terra das elfas negras, Myriod, para caçar. Um druida corria feito louco pela estrada e resolvi segui-lo. Normalmente são tão calmos e pacíficos... Enquanto o seguia, ao longe, percebi que ele estava sendo seguido por outra coisa.

Minus saiu de dentro da mochila de Missandra e acomodou-se novamente no ombro de Lantis.

– Era um dragão?

– Oh, não. Era um bando de trolls.

Eles prenderam a respiração. Troll não era algo do qual se escapava facilmente. E um bando deles...

– Eles o alcançaram – ela abaixou a cabeça e juntou as mãos – Tive medo. Eu sabia que não podia enfrentá-los e... Enfim... quando finalmente o alcancei, eles haviam ido embora. O druida estava morrendo e estendeu um pergaminho para mim.

Dhalek e Lantis inclinaram-se na mesa, totalmente absortos na conversa.

– Ele me disse, antes de morrer em meus braços, para que o levasse para os elfos negros. Era um mapa que os levaria para o antigo covil dos dragões.

Missandra engasgou com a bebida e Lantis ficou ligeiramente pálido.

– Ai... – gemeu Mane – estou começando a ficar enjoado.

– O covil dos dragões se perdeu nas brumas no meio do oceano – disse Dhalek – ninguém mais pode encontrá-lo.

– Esse mapa pode – ela estendeu o pergaminho, velho e amassado que continha desenhos pela superfície – A ilha do covil não se perdeu. Está escondida por uma magia. Uma magia que ainda existe lá dentro que não deixa nada se aproximar.

– O coração do dragão! – suspirou Missandra.

– É o que acho. Entretanto, existem palavras mágicas, aqui neste mapa, que vão permitir a entrada. Infelizmente, no caminho, um Murdel me encontrou. Lutei como pude, mas ele estava prestes a me devorar. Só escapei porque outro Murdel apareceu e eles lutaram pelo território. Escapei por pouco.

O Legado do Dragão - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora