Capítulo 6- Caverna dos segredos? Ou perigos?

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"Quem não tem o sangue como o nosso não é dos nossos."

- Denatheor, rei dos dragões

O som desesperado ainda persistiu por vários minutos. Nenhum deles ousou levantar a cabeça até que cessasse completamente.

– Elas já foram? – sussurrou Missandra.

– Lindinhas, não? Não quer levar umas para casa? – zombou Lantis, levantando-se e depois estendendo a mão para ela.

A lamparina havia se partido e eles estavam totalmente no escuro agora. As fadas entraram em um pânico tão grande que usaram de toda a força para romper o vidro, mesmo correndo o risco de se cortarem.

– Lantis...

– Eu sei, está escuro. Vamos seguir; parece que há uma formação rochosa logo à frente. Deve ser a tal caverna que – eu espero – está cheia de segredos. Mane? Você está bem?

– Sim, vamos sair logo daqui. Não vou aguentar ver nenhum outro ser minúsculo. Nem mesmo um esquilo.

– Que tal um vagalume?

– De hoje em diante tenho fobia de vagalumes. Vou até inventar um nome pra ela. Vagafobia. Lumefobia. Valumefobia. Brilhofobia.

Missandra segurou firme no braço do guarda-costas surpreendendo-o, mas ele não o retirou.

– Lantis... o que você sabe sobre meu cristal? Por que não divide o que sabe comigo?

No escuro, ela não podia ver o rosto dele, mas sua voz soou calma depois de alguns segundos de caminhada.

– Não sei te dizer isso, Miss. Sei que esse cristal dado à sua mãe que depois o entregou a você. Esse brilho parece atrair coisas ruins. É um cristal poderoso, que jamais devia ter sido colocado em sua mão. Não sei de onde ele vem exatamente, mas não me sinto bem perto dele. Há muitas lendas a respeito de algo assim.

– Mas parece que quando meu cristal brilha não é dele que você sente raiva. É de mim.

Ele parou momentaneamente e colocou a mão sobre a dela em seu braço.

– Miss...

– Ei, vejam! – gritou Mane, interrompendo o momento – Estou vendo uma entrada ali na rocha! É mesmo uma caverna!

– Bem, estava pensando em como iremos enxergar ali, mas posso ver uma luz por dentro.

– Não, chega de luzes – avisou Mane – me sinto melhor no escuro.

Eles riram.

– Parece um brilho vermelho e pulsante – a princesa semicerrou os olhos – É fogo.

– Deve ser uma tocha – Lantis virou-se para o amigo – E então, Mane? Se a luz for quentinha você topa entrar?

– Bem, estamos aqui pra isso. Não faz sentido enfrentar essa dor de cabeça toda e ficar aqui fora.

Após tanta aventura na floresta, eles não estavam receosos ao entrar, apesar de que o fogo aceso poderia sugerir alguma presença. Nada poderia ser pior do que passar por aquelas fadas novamente.

Ao menos esperavam que não.

A caverna era uma entrada escavada na rocha, tão larga quanto um corredor do castelo e tão alta quando o teto de uma igreja. Apesar de poderem se locomover livremente, caminharam juntos, atentos aos perigos que poderiam haver ali.

O Legado do Dragão - degustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora