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Hermione ainda não acreditava naquelas linhas e menos ainda por serem de quem eram. A coruja ainda a encarava esperando por sua resposta. Ela suspirou. Era difícil entender como e por que daquilo, mas não teria como evitar mais.
Pegou um de seus papéis que usava para estudar e rabiscou um "Ok, tudo bem, eu vou até aí pela manhã. Te espero no hall" e ficou olhando a sua letra. Fora fria e direta, mas como poderia ter sido diferente? Antes que fritasse ainda mais seu cérebro, dobrou a folha de oficio e colocou no bico da coruja que pareceu estranhar a textura do papel, mas moveu as asas e foi até a janela a espera que Hermione a abrisse para que ela pudesse partir.
Elizabeth pesava em seus braços, ela estava cada vez mais gordinha e maior. Teria que arrumar logo um carrinho, mas antes disso um emprego e um salário. O hotel era tão lindo e luxuoso e de frente para a praia mais famosa do país. Bem aquilo combinava com ela. Anunciou na recepção quem procurava e um rapaz educado disse que ia ligar para o quarto avisando de sua chegada. Então ela esperou e esperou mais um pouco. Já estava ficando cansada.
- Senhorita?! – Ela ergueu os olhos para ver um carregador de malas do Copacabana Palace a sua frente. Ele parecia nervoso.
- Sim?
- Er.. a senhorita é Hermione Granger? – Ele falava com muita dificuldade e então ela compreendeu o porquê do nervosismo, ele não era bom em inglês. Ela se levantou e sorriu pra ele, se sentindo solidária.
- Sim, e eu falo um pouco português se você tiver paciência. - Hermione respondeu no seu melhor português. O rapaz sorriu sinceramente e começou a andar fazendo sinal para que ela o seguisse.
- Obrigado, é meu segundo dia aqui. A hóspede pediu para que eu a levasse até seu quarto. – Ela acenou um sim e entrou com ele no elevador.
O quarto dela caberia pelo menos umas cinco vezes naquele que entrara. Na verdade, ela estava apenas na anti sala. Colocara Eliz sentada em uma poltrona, mas ficara em pé. Não demorou cinco minutos uma porta adjacente se abriu e ela virou o rosto.
- Desculpe a demora, mas é que estava no banho quando você chegou. Fique a vontade, por favor. – Mas Hermione demorou uns bons segundos antes de movimentar. Ela de fato não conhecia Astória Greengrass. O rosto delicado, pequenas sardinhas como as dela, o cabelo castanho preso em um coque torto, os olhos astutos. Ela era bonita e simples.
- Obrigada. – E então se sentou ao lado da filha. O rosto da dona do quarto mudou um pouco.
- Oh! Ela...- A garota ficou encarando a pequena que a olhava de volta curiosa. Hermione abraçou a filha.
- Greengrass, eu realmente não entendi sua carta. – Astória pareceu voltar a si, e depois de uma tossida se sentou a frente.
- Imaginei que não. Desculpe. Eu... vou falar desde o inicio. Você deve saber que namoro... bem, namorei Draco. Ele nunca se doou por inteiro e eu nunca compreendi isso. Em determinado momento ele ficou tão estranho, frio... que pensei em desistir.. mas, eu o amo tanto. – Os olhos castanhos esverdeados dela ficaram úmidos e os de cor de mel de Hermione também.
- Eu..
- Não, por favor, me deixe falar. Eu, por fim, comecei a desconfiar de que algo entre vocês dois tivesse acontecido e o pressionei a me contar. Em resumo ele fez isso, mas disse que não sentia mais nada por você, que não queria nem ouvir seu nome. Ele estava determinado em acreditar nisso, Granger, mas era uma mentira tão vazia que eu não pude suportar. – Astória abaixou os olhos por uns segundos. Hermione tremia e Elizabeth apertava sua mão com seus dedos gordinhos.
