Prólogo

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"Acordei"

Maxine Caulfield acorda em seu quarto da Academia Blackwell.

O quarto n ° 219 do Dormitório Prescott, que antes era considerado seu "casulo favorito", estava mais sombrio do que há um mês.

Um mês atrás ... Foi ai que tudo começou.

A maior aventura de sua vida. Não dava para acreditar no que aconteceu. Se a faculdade de fotografia não der certo, escreveria um livro com uma aventura que viveu e faria sucesso mundial. Uma aventura que nunca imaginou que aconteceria, mas também foi a aventura que exigiu seu maior sacrifício.

Chloe Elizabeth Price, sua melhor de amiga de infância, que faria de tudo para estar próxima, nem se fosse por um minuto, se sacrificou para que Arcadia Bay e todos pudessem ser salvos. Max não teve escolha, ou era isso ou Arcadia Bay e todos da cidade morreriam por uma tempestade criada por ela e seus poderes, de tanto viajar no tempo.

Agora, depois de um mês de tudo o que aconteceu, incluindo a prisão de Mark Jefferson, o assassino de Rachel Amber e mais seis outras pessoas, além de várias confusões que gerou na escola, as aulas foram suspensas por tempo indeterminado pelo diretor Raymond Wells .

Mas para Max, uma coisa ainda não estava resolvida: o vazio e o sentimento de culpa que a corroía. Antes mesmo de voltar no tempo e ver Chloe morrer no banheiro feminino, Max a havia beijado. Uma despedida final de anos de amizade verdadeira, mesmo com os últimos cinco anos não terem se visto. Agora, tinha apenas o sentimento de solidão e vazio que estava em Max, mesmo tendo sido há um mês os acontecimentos, não superou a morte da melhor amiga. E não sabia se superaria.

Tinha uma sensação de ter sido culpada pela morte dela, que em parte era verdade. Causou uma tempestade, mas não é culpa dela. Chloe estaria morta muito antes por Nathan Prescott pelo tiro dado. Não era como se aquilo estivesse errado ou certo, mas ainda assim o sentimento de culpa a tomava.

Olhando para o quarto vazio, Max estava sem expressão no rosto. Estava refletindo tudo o que aconteceu no mês passado, absolutamente em tudo. A volta no tempo, rever sua melhor amiga e ter vivido sua maior aventura. Tinha vontade de chorar, mas as lágrimas simplesmente não vinham. Não sabia mais do que fazer: se ficasse ou simplesmente fugiria depois de tudo.

Fugir? Não podia fazer isso, se não o sacrifício de Chloe seria em vão. Iria sim um dia sair de Arcadia Bay e realizar o desejo de Chloe em sair daquela cidade, mas seria do seu jeito. Talvez ficasse em Blackwell e depois sairia da cidade.

Olhou para resto do quarto. Com fotos que se erguiam ao lado da cama, cada uma é uma memória diferente. Seu antigo violão no lado oposto do quarto, não sabia mais se tocaria aquilo. O computador em cima da escrivaninha ao fundo. E, é claro, seu ursinho de pelúcia ao pé da cama. Aquele ursinho que sempre carregou as magoas de Max com um grande abraço, mas dessa vez as magoas são tão grandes que nem mesmo aquele urso consegue carregar.

Max suspirou. Tinha ido dormir de mau jeito entre a cama e a parede, e estava com dor no pescoço. Levantou da cama e parou no meio do quarto. Espreguiçou-se e olhou para o grande o espelho. Estava vestida com o "pijama", que na verdade era apenas uma camiseta branca e um shorts curto preto. Seus cabelos castanho-curto em todo o seu rosto e sua cara parece amassada de tanto ficar esfregando no travesseiro.

"Estou horrível" pensou Max. Sentou-se na cama e olhou para o absoluto nada, apenas perdida em seus pensamentos.

Não há nada para fazer. Com as as aulas suspensas, não sobrou nada que os alunos fizessem, caso algum aluno ainda estivesse em Blackwell.

Logo após a tempestade, Max perdera completamente os poderes. Não dava para voltar nem mesmo um segundo sequer. Não sabia se um dia voltaria a ter os poderes, mas não era certo. Havia gerado tanta confusão com eles, mas ao mesmo conseguiu ajudar outras pessoas.

Suspirou novamente. Apenas desceria para tomar café e voltaria ao quarto.

Ouviu uma batida na porta. Max olhou confusa para sua porta, se perguntando se foi apenas a sua impressão sua. Ouviu mais duas batidas, dessa vez tirou completamente suas duvidas. Alguém estava batendo em sua porta.

Abriu e ficou de frente com Kate Marsh. Max a principio se assustou um pouco, se perguntando o que ela fazia ali.

- Bom dia, Max - disse Kate, casualmente.

- Bom dia - respondeu Max.

- Bom ... — começou Kate — Depois de tudo o que aconteceu, eu estava me perguntando se estava tudo bem com você. Aquela menina, Chloe, ouvi dizer que você e ela eram amigas.

Max ficou em silêncio. Então os boatos já se espalharam por aí sobre quem era próximo de Chloe.

- Eu e ela nos conhecemos desde quando éramos pequenas — disse Max — Mas depois que me mudei para Seattle, há cinco anos, nos afastamos um pouco. Depois disso, a encontrei de novo quando vim para cá, mas fiquei pouco tempo com ela.

- Entendo ... — disse Kate. Ficaram mais um tempo em silêncio antes que Kate voltasse a falar — Então, queria ver se você precisava de alguma coisa. Em vez de me zoar por causa daquele vídeo viral que fizeram sobre mim, você realmente me ajudou a superar aquilo. Devo dizer que você me salvou, senão eu acho que teria até cometido suicídio. Ops, desculpe, melhor não falar sobre essas coisas...

"Sério mesmo" pensou Max. Se Kate tivesse uma crise de depressão como teve antes, ela é quem verdadeiramente estaria em apuros.

- Não foi culpa sua — disse Max — Você estava fora de si. Foi Nathan Prescott que você fez aquilo, você sabe.

- Obrigada, Max — disse Kate, com uma voz tímida — Agradeço por tudo.

- Quero ficar um pouco sozinha agora — disse Max, com voz fraca.

- Te darei privacidade, se é isso o que você quer — disse Kate — Mas saiba que você tem amigos que te ajudarão nisso. Se precisar de alguma coisa, não evite perguntar — e se virou para ir.

Mas antes, ela se virou.

- Max — chamou Kate — Se você deixar, podemos ser muito amigas também. Você também me ajudou, e estou disposta a te ajudar também — e saiu.

Max ficou apenas parada, sem ter tempo de resposta algo. De onde vinha aquela vontade de ajudá-la de repente, não sabia.

"Se eu deixar" pensou Max. Duvidava muito se tem outra pessoa que seja tão próxima de Max quanto Chloe foi, mas talvez pudesse ser possível.

Max entrou no seu quarto e se trocou. Não sabe o que faz, mas pensava muito nas palavras de Kate. Pessoas como Kate e até mesmo Warren Graham, um grande amigo, poderiam lhe fazer companhia.

Enquanto que é uma questão para o refeitório, deparou com o quadro de avisos, que é como aulas voltariam na próxima semana. Bom, a vida tem que se seguir em frente, e é exatamente o que é Max faria.

Life Is Strange Part.IIOnde histórias criam vida. Descubra agora