Começo a subir a colina do cemitério de Arcadia Bay, junto com minha mulher. Ela andava devagar e sem pressa, carregando um buquê de flores. Seu semblante era de tristeza, e queria fazer algo por ela. Mas como visitaremos o túmulo de alguém importante para ela, alguém que foi sua melhor amiga, eu não podia fazer nada. Apenas podia apoiá-la.Após um tempo de subida, chegamos ao túmulo. Na pedra, estava escrito o nome de "Chloe Price". Minha mulher se abaixou e colocou delicadamente o buquê. Ela ficou por alguns momentos encarando o túmulo, e eu apenas observava em silêncio. Aquele era o momento dela, e eu não podia atrapalhar.
Algumas lágrimas desceram do rosto dela. O seu cabelo castanho curto balançava com o vento, e as lágrimas faziam aquele rosto brilhar. Não podia deixa-la assim, tinha que dar forças para ela. Então eu abracei.
- Kate... — ela começou a dizer em meus braços, e mais lágrimas começaram a escorrer — Obrigada.
- Não posso te deixar assim, Max — eu disse, apertando ainda mais — Me entristece te ver triste. Chloe foi uma ótima amiga para você, então é normal que se sinta assim. Mas mesmo assim, eu...
- Não precisa dizer mais nada — ela sussurrou no meu ouvido — Eu sei. E saiba que ter você aqui é muito importante. Obrigada por me dar apoio Kate.
- Sou sua mulher, não sou? É isso que tenho que fazer — eu disse.
Nos separamos. Max deu uma última olhada ao túmulo de Chloe Price antes de me dar a mão e sairmos.
Descemos a colina e entramos no carro. Iria ir no assento do motorista, mas Max segurou o meu braço. Isso significava que ela que queria dirigir. Não questionei e sentei no assento passageiro. Quando entramos, quase me esqueci que agora temos um carro novo. Uma camionete nova agora, não mais aquela camionete velha da Max.
Quando pensei que iriamos voltar para Seattle, nossa casa, Max parou por um momento. Olhei para ela, e vi que ela estava insegura.
- O que foi? — perguntei, colocando minha mão na dela.
- Só estive pensando... — começou Max — Se você não se sente diminuída quando começo a falar de Chloe. Sabe, com ciúmes ou pensando que eu não...
- Ei — apertei a mão dela, para que ela prestasse atenção em mim — Claro que não. Chloe foi importante para você, e eu entendo isso. De verdade, Max. Você agora é a pessoa mais importante para mim, nunca tive ninguém com que eu me sentisse assim. Perder alguém assim, que você realmente amava, é difícil. Eu entendo, Max.
Max sorriu e me beijou. Ficamos por um momento assim, e eu aproveitei cada segundo daquele beijo.
- Obrigada por entender — disse Max, olhando para mim — Mas olha, você é importante para mim agora. Desde que começamos a namorar, você sempre foi.
- Eu sei — eu disse. Olhei para minha mão esquerda, onde tinha um anel dourado no anelar. Uma aliança. Aquela aliança simboliza quanto Max me ama, assim como simboliza meu amor no dedo dela.
- Antes de ir, quero fazer uma coisa — disse Max — Quero visitar a Joyce. Preciso vê-la, e o nosso afilhado também.
Eu e Max somos madrinhas do bebê de Joyce, William. Joyce mudou de nome quando ele nasceu, deixando o nome de William Madsen. Pelo menos ficou melhor que "David Junior". Já tem quatro anos que ele nasceu, já está bem grandinho.
- Adorarei revê-los — eu disse, sorrindo.
Então Max ligou o carro e partimos para a casa de Joyce. No caminho, me lembrei de quando começamos a namorar. Já fazem cinco anos, e somos agora recém-casadas, com apenas duas semanas de casamento. Mas nesses cinco anos, seis messes dele foi de puro medo e inseguranças por minha parte. Apenas depois fui, de verdade, ser namorada da Max. Me arrependo hoje, mas eu estava tomando uma decisão interna do que seguir: Max ou a tradição da minha família. Escolhi a Max, e hoje não me arrependo.
- Pensando em que? — perguntou Max.
- Quando começamos a namorar — respondi, sorrindo — Acho que mudei muito desde aquela época para cá. Eu queria que não tivesse ocorrido como ocorreu, de todas as minhas inseguranças no início, e depois de sermos sequestradas.
- Claro que mudou. Se tornou até uma nova pessoa — disse Max. Ela pegou na minha mão enquanto dirigia — E sobre de sermos sequestradas não teve importância, pois assumimos o nosso namoro um pouco antes disso. Lembra?
- Lembro — respondi. Quando eu me separei da Max em Blackwell, repensei sobre tudo. Estava triste, e não sabia o que fazer. Por uma semana inteira, a dúvida sobre o que fazer ficou na cabeça, até me dar conta de que eu não parava de pensar na Max. Foi ai que me decidi ficar com ela, por que eu a amo. Então uma dúvida me pegou de repente— Mas Max, você ainda tem aqueles poderes?
- Tenho — respondeu Max — Mas eu não os usei uma única vez desde aquele ocorrido, e prefiro continuar assim. Esses poderes têm muitas consequências, e quero evita-las o máximo possível.
- Então não quero que você mude nada — eu disse — Tudo o que aconteceu tinha que acontecer, e acho isso bom. Perdi meu medo de me assumir a três anos atrás, e não quero que isso mude. Foi lá que fiquei com você, e sempre vou ficar.
- Se eu não estivesse dirigindo, te daria um beijo — disse Max. Sorri e dei um beijo na bochecha dela.
- Te amo — eu disse. As palavras mais sinceras vem do coração, e essas sempre vieram.
- Eu também — disse Max.
Chegamos na casa dos Madsen. Max estacionou em frente, e observou por um tempo.
- Vamos, minha amada? — perguntei. Corei um pouco, porquê não estou acostumada a chamar a Max de apelidos amorosos, mas meio que gostei desse. Ele riu e me beijou. E de novo, e de novo.
- Te amo — repetiu Max — Você vem, Kate Caulfield?
Saímos do carro e demos as mãos.
Nossa vida continua, e nunca vamos nos esquecer de cada momento que passamos juntas.
Tocamos a campainha, uma voz de criança saiu de dentro da casa.
- Madrinhas!!
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Life Is Strange Part.II
FanfictionDepois de dois anos após a tempestade, Maxine Caulfield pensou que nada mais aconteceria. Tudo estava ocorrendo bem, tinha uma vida normal e sem poderes sobrenaturais. Mas tudo mudou , quando duas figuras desconhecidas devolveram os poderes para q...