Chuva e sentimentos

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Ao encontrar as lápides dos seus pais, Jongin abaixou-se e respirou fundo, sentindo as lágrimas tomarem conta de seus olhos e percorrerem seu rosto uma a uma, lentamente. Quando se deu conta seu rosto já estava completamente molhado e seus soluços já eram mais perceptíveis. Kyungsoo disse que o esperaria mais próximo da entrada do cemitério, quando o agente se afastou, o garoto pôs a mão sobre a lápide da mãe, conseguindo controlar-se um pouco e sorrindo leve.

- Olá omma, como você está? - parou por alguns segundos, como se ouvisse uma resposta - eu estou bem, mas estaria melhor se você estivesse aqui pra cuidar de mim, eu acho que nunca precisei tanto de você - fungou, levando a mão para a lápide de Shin - olá appa - sorriu outra vez - você deve estar feliz com a omma aí em cima, mas eu também preciso muito de você, por favor me proteja.

Jongin fechou os olhos, suspirando e tentando se controlar para não chorar mais do que devia e acabar não querendo mais sair dali. Não que quisesse se afastar de seus pais - mais do que já estava afastado -, mas queria aproveitar cada segundo daquele momento a sós, mesmo que na verdade estivesse sozinho, pois era o único daquela família que estava vivo.

- Eu lhes trouxe flores - ergueu as flores - lembram que vocês gostavam de deixar nossa casa cheia delas? - sorriu - espero que vocês gostem - beijou com carinho as duas flores brancas que estava segurando e pôs uma na lápide de sua mãe e outra na lápide de seu pai - eu amo vocês, sinto saudades.

Apoiou as mãos sobre os joelhos e ergueu o corpo, pondo-se de pé novamente. Pôs as mãos nos bolsos da calça e ficou por alguns minutos observando as lápides, quando sentiu alguém tocar seu ombro. Jongin pensava que era Kyungsoo, mas ao virar ficou surpreso ao ver que quem lhe tocou era um homem vestido completamente de preto.

- Olá, você deve ser Kim Jongin certo? - o homem tirou o óculos, mostrando o rosto para o rapaz.

- Sim, sou eu, quem é você? - o moreno passou a mão sobre os olhos para limpar os resquícios do choro recente e prestar atenção no homem à sua frente.

- Desculpe ter incomodado - o homem sorriu e estendeu a mão pro outro - sou Lee JongSoo, professor do curso de Administração na Universidade de Nova York, te reconheci como um dos meus alunos, você vai estudar lá certo?

- Sim, vou começar na próxima semana - Jongin apertou a mão de Jong, ainda um pouco confuso.

- Que coincidência nos encontrarmos por aqui - o homem deu uma risada solta - visitando um amigo?

- Não, na verdade estou visitando meus pais - o mais novo respondeu triste.

- Oh, sinto muito.

- Tudo bem, já faz 4 anos que eles morreram, aprendi a lidar com a saudade - Jongin sorriu de canto.

- Entendo - JongSoo parou por alguns segundos - bom, prazer conhecê-lo Jongin, espero você em minha turma na próxima semana.

- Prazer em conhecê-lo - os dois apertaram novamente as mãos - até a próxima semana - Jongin começou a andar em direção à saída, sem olhar novamente para o homem que havia acabado de conhecer.

Ao entrar no carro, Jongin permaneceu calado olhando pra baixo, suspirou algumas vezes e ergueu o olhar pra Kyungsoo, que estava com as mãos sobre o volante e as encarando estranho.

- Kyungsoo? - o mais novo chamou mas o outro não respondeu - Kyungsoo? - o rapaz tocou o ombro do outro, que o olhou como se despertasse de um transe - está tudo bem?

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