Dongwook permanecia com a arma apontada para a cabeça de Jongin. O garoto encarava o objeto sentindo o sangue gelar, estremecendo mais do que o vento frio do alto daquele prédio era capaz de proporcionar. Não sabia que opção era pior. Sabia que não conseguiria saltar dali pra tirar a própria vida ao encontrar-se com a calçada, por isso ponderava se deveria escolher ser morto do que se suicidar, mas fechar os olhos esperando outra pessoa fazer um buraco em sua cabeça não deixava a escolha mais simples. Se perguntava se a pessoa que tinha visto no outro carro mais cedo era mesmo Kyungsoo, e se fosse, porque ele estava demorando tanto a chegar? No fundo Jongin já havia perdido as esperanças de ser salvo, começando a acreditar que aquele era o seu fim.
- Bom, já que você continua calado, acho que vou ter que decidir por mim mesmo - Dongwook falou, encostando o cano da arma na testa de Jongin.
Jongin cerrou os olhos esperando o tiro, queria respirar fundo mas o ar parecia rarefeito demais. Os segundos de silêncio foram uma tortura, o que fazia o garoto começar a se perguntar o porquê de Dongwook estar demorando tanto pra atirar. Era como se a tortura física já não fosse suficiente pro mais velho.
Até que Dongwook finalmente atirou.
Jongin mantinha os olhos fechados, sentindo os ouvidos doerem por conta do barulho do estampido. Abriu um olho de cada vez lentamente, percebendo a arma ao lado de sua cabeça e mais abaixo uma caixa com um furo que ainda esfumaçava um pouco.
- P-porque... - Jongin tentava perguntar.
- Ainda não está na hora - Dongwook travou a arma novamente, pondo-a na cintura - os convidados ainda não chegaram - pegou o celular, digitando algo e o guardando em seguida - mas olhe pelo lado bom, pelo menos você tem mais tempo pra decidir como vai morrer - sorriu, afastando-se um pouco e passando a observar o movimento na rua logo abaixo.
Era possível ouvir o som de carros se aproximando em alta velocidade. Dongwook sorriu ao ver aquilo, enquanto sentia a brisa fria brincar com seus cabelos. Faltava pouco pra festa começar.
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Jongsoo dirigia pelo bairro, vendo o carro do agente ainda o seguindo. Ele ria debochado se perguntando o quão tolo Kyungsoo era por ainda estar o seguindo se Jongin não estava mais ali. Viu o celular vibrar e leu a mensagem que havia acabado de chegar, era Dongwook:
21:46 - "Mande os outros cercarem os quarteirões, pode trazer Kyungsoo pra cá"
Mandou uma mensagem rápida para a outra pessoa que estava os ajudando e jogou o celular de lado. Entrou em mais duas ruas até voltar para o endereço do prédio, sorrindo satisfeito ao ver o outro veículo ainda o seguir.
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Kyungsoo era um misto de desespero e fúria. Fúria por não conseguir alcançar o outro; Desespero por lembrar de Jongin e pensar em como ele poderia estar machucado. Tinha a impressão de que andava em círculos, pois lembrava bem de ter passado pela rua que estava naquele momento. Pisou no acelerador mais uma vez, não se importando mais se poderia causar um acidente, quando viu a luz interna do outro veículo acender e revelar apenas o motorista ali dentro.
Kyungsoo então passou a além de ser um misto de desespero e fúria, ser um misto de desespero, fúria e confusão, esse último por não acreditar que seguia o veículo errado. Mas tinha certeza que era o carro certo, olhou para a placa e viu que ela ainda era a mesma, então como era possível que antes houvessem dois ocupantes e naquele momento só havia um? Será que Jongin ainda estava naquele porta-malas?
Então sua intuição entrou em alerta, fazendo o agente olhar pro alto e ver uma silhueta muito semelhante à de Dongwook no alto do edifício Russell, como se estivesse os observando.
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O Agente
FanfictionKim Jongin tinha uma vida perfeita: Filho único de uma família com zeros mais que consideráveis na conta bancária. Sempre recebeu muito carinho de seus pais, até que na adolescência o garoto perdeu os progenitores em um acidente. O pai, grande empre...