O Agente

Não pense, se entregue

Kyungsoo estava em um campo gramado, o dia era ensolarado e o céu azul tinha algumas nuvens que mais pareciam pedacinhos de algodão. Suas roupas eram brancas e tudo que sentia era uma paz e felicidade plenas. A brisa acariciava seu rosto, o que o fazia fechar os olhos e sorrir enquanto respirava aquele ar puro.

Ouviu passos atrás de si, virou-se e viu Jongin correndo em sua direção. Ele também estava vestido de branco, seu sorriso ainda era o mais lindo e seu olhar brilhava como nunca havia brilhado antes. O menor sorria enquanto sentia a respiração pesar, era um peso de sufoco, mas um sufoco bom. O amor que sentia por Jongin o sufocava, fazia seu coração acelerar.

Tudo parecia perfeito, faltavam poucos metros pra Jongin chegar até Kyungsoo. Os olhares de ambos não se separavam, eram concentrados um no outro, até que em um momento o menor viu o olhar do outro mudar de alegria para um completo desespero. Sua expressão sorridente agora tomava um tom tenso, como se estivesse com medo. O cenário atrás de Jongin começava a escurecer, chegando a ficar mais negro que a noite. O garoto corria gritando o nome de Kyungsoo sem parar.

O menor tentava se mover, mas era como se seus pés estivessem presos no chão, o que o fez cair de joelhos erguendo a mão pra tentar alcançar Jongin. O maior corria fugindo das sombras negras que tentavam alcançá-lo, até que parou de correr, dando socos no ar como se estivesse batendo em algo invisível. Nesse momento Kyungsoo conseguiu mexer os pés, se aproximando de Jongin e percebendo que realmente havia uma barreira invisível, tão forte quanto vidro temperado.

- Soo! Soo!! - Jongin gritava.

Kyungsoo tentava falar, mas era como se sua voz não existisse. Batia no vidro também, sentindo toda sua alegria, a mesma que o deixava sufocado, transformar-se em medo, um medo absurdo. Via as sombras se aproximando cada vez mais de Jongin, mas não podia tocá-lo. As lágrimas começaram a percorrer seu rosto e seu desespero só aumentava. Batia com todas as suas forças tentando quebrar seja lá o que fosse aquela barreira. Via o tempo se esgotar, as sombras começarem a tocar o corpo de Jongin enquanto este continuava a bater.

Até que enfim ele foi coberto.

- Soo!

Kyungsoo sentou-se na cama rapidamente sentindo-se ofegante. Seu rosto estava molhado, percebendo que realmente havia chorado. Havia sido um sonho ou um pesadelo? Parecia tudo tão real. Fechou os olhos por alguns segundos tentando se acalmar, quando ouviu batidas na porta.

- Soo! - era Jongin.

Ele estava acordado? O agente olhou pro relógio e viu que eram quase 3 da madrugada. Parou por alguns segundos e percebeu que não chovia, muito menos haviam raios, então porque Jongin estava batendo na sua porta?

- Soo! Abre aqui!

- Já vai - respondeu levantando da cama e caminhando até a porta.

Quando abriu Jongin o abraçou sem dizer nada, seus braços ficaram sobre seus ombros e cruzaram seu pescoço. Kyungsoo estranhou o maior estar fazendo aquilo, até que percebeu algo errado: O cheiro forte de álcool.