Faziam mais de 3 anos desde a noite do confronto no terraço daquele prédio, que terminou com a morte de DongWook e, infelizmente, Kyungsoo também.
Jongin mudou-se para outro apartamento mais próximo da empresa de sua família, pois já estava próximo de se formar na faculdade - a qual ele já não tinha a menor vontade de continuar frequentando - e logo assumiria a empresa Kim. Era um espaço um pouco menor do que o apartamento que vivia antes com o agente, porém não deixava de ser tão moderno quando o outro.
Tinha apenas um quarto e a cama era de casal. Jongin perdeu a conta de quantas noites ficou em claro deitado, olhando para o travesseiro ao lado e imaginando Kyungsoo ali, sorrindo terno enquanto provavelmente estaria lutando contra o sono, se recusando a dormir para poder passar mais tempo com o mais novo.
Hani frequentemente vinha ao apartamento, sempre aproveitando para dar uma arrumada no lugar e passar um tempo com Jongin. Desde quando Kyungsoo morreu, o Kim não sorria. Culpava a si mesmo por aquela fatalidade, pensando que se não fosse por ele, Kyungsoo não teria sido escalado para ser seu protetor, não teriam vivido juntos, não teriam frequentado a faculdade juntos;
Não teriam se apaixonado;
Muito menos o agente teria despencado do alto daquele prédio.
Jongin não foi ao velório e ao enterro de Kyungsoo, não queria que sua última lembrança do menor fosse seu corpo frio e pálido, de olhos fechados e deitado em um caixão coberto por flores. O mais novo queria apenas lembrar das coisas boas que passou ao lado do outro. Lembrar dos sorrisos, das comidas ruins que fez e que Kyungsoo o ensinou a fazer direito, das aulas que assistiram sentados ao lado do outro mesmo que vez ou outra levassem bronca por conversarem.
Lembrar apenas do que fazia o próprio Kim sorrir, mesmo que seu coração doesse de saudade por não ter mais aquilo de volta e ter sido tão covarde ao ponto de não se declarar apropriadamente.
Sim, Kyungsoo havia morrido sem saber que Jongin também o amava.
- Nini, sou eu - Hani bateu à porta do quarto, abrindo um pouco.
- Entre - Jongin respondeu ainda sob as cobertas.
A mulher suspirou e entrou no local, sentando-se na cama e puxando o cobertor, revelando um garoto de olhos inchados fazendo uma careta por conta da claridade.
- Eu entendo que está sendo difícil pra você, mas você não pode viver o resto da vida deitado aqui se lamentando, garanto que Kyungsoo não gostaria de te ver assim.
- Porque as coisas são assim? - fitou Hani com um olhar marejado - porque eu fui tão idiota? Porque eu não disse a ele antes?!
- Oh Nini - a mulher curvou o corpo pra acolher o Jongin em um abraço, sentindo o corpo alheio dar pequenos solavancos por conta dos soluços que se iniciavam, ver o Kim naquela situação sempre deixava seu coração apertado.
- Eu queria somente ter a chance de dizer que eu o amo, eu percebi isso tão tarde - a voz de Jongin saía abafada por estar com o rosto sobre o ombro de Hani, enquanto apertava a camisa da mulher entre os dedos - ainda dói tanto.
- Essa dor vai passar - a mulher acariciava as costas do rapaz - eu tenho certeza que vai - suspirou - deixe-me te levar pra sair um pouco, garanto que você vai melhorar.
- Não quero sair, já basta a tortura de ter que ir pra faculdade todos os dias, quero aproveitar minhas férias pra sentir minha dor um pouco.
- Quanto mais você pensar que ficar em casa pra sentir sua dor é melhor, pior você vai ficar. Vamos, vai te fazer bem, prometo - Hani separou o abraço e pôs as mãos sobre as bochechas de Jongin, que ainda fungava baixinho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Agente
FanfictionKim Jongin tinha uma vida perfeita: Filho único de uma família com zeros mais que consideráveis na conta bancária. Sempre recebeu muito carinho de seus pais, até que na adolescência o garoto perdeu os progenitores em um acidente. O pai, grande empre...