IX Encantos egípcios.

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O cargueiro atracou no porto do Cairo no final da tarde do sétimo dia de viagem já era possível ver a lua no céu. Eu estava doido para sair a explorar e conhecer a cultura daquele povo, aprender sua língua e costumes.

- Nós nos veremos em Mogadíscio certo? - O ruivo tinha os olhinhos fixos nos marinheiros que desembarcavam nossas malas entregando para uma grupo de quatro carregadores locais.

- Sim Matthew. Creio que estaremos lá em quinze dias no máximo se não acontecer nenhum imprevisto pelo caminho. - Lorde Sky ajeitou a cartola nos cabelos impecavelmente penteados.

- Hum... Então devo me prepara para esperar... Vocês guardiões tem um faro especial para encontrar imprevistos. - Quase não era possível ver o sorriso esperto do anão no emaranhado de sua barba. - Tomem cuidado ao atravessarem o deserto. Aquele lugar está cheio de mercenários e salteadores. Fora os animaizinhos desagradeis e peçonhentos e as malditas tempestades de areia.

- Sempre soube Matt. Você gosta de nós. - O olhei risonho.

- Você é um sujeito estranho Edward. - O anão semicerrou os olhos. - Estou preocupado com meu pagamento. Preciso de vocês inteiros. E não me chame de Matt é ridículo.

- Sua preocupação é tocante Matt. - Alarguei mais o sorriso ao ver as bochechas dele ficarem vermelhas. Tinha quase certeza que se fosse possível estaria saindo fumaça de seus ouvidos. Previ um golpe em meu baixo vindo dele. Segurei seu punho antes que acertasse minhas jóias. - Vai ter que ser mais rápido capitão.

- Muito bem crianças. Já chega. - O lorde Sky sacudiu a cabeça em negação. - Vamos Ed precisamos encontrar um lugar para ficarmos.

- Sim meu senhor. - Soltei o punho do anão. - Até mais ver capitão. - O cumprimetei com um manear de cabeça e segui lorde Sky em direção ao porto.

Ouvia atentamente a conversa do lorde guardião com os carregadores na língua materna do lugar. Concentrando-me na pronuncia. Decorando os fonemas, as silabas e por ultimo decodificando significados. Quando cada peça se encaixou em seu devido lugar consegui entender que ele perguntava a respeito de uma pousada onde poderíamos ficar alguns dias. Prontamente os quatro homens nos guiaram por entre as vielas em até um prédio de três andares que parecia ser feita de blocos de pedra.

Dentro o lugar tinha uma aparência rústica como se estivéssemos em tempos antigos. Meus olhos curiosos viajavam pelo lugar. Havia algumas pessoas já acomodadas desfrutando da uma refeição e da musica. Minha atenção foi levada para o meio da sala onde uma jovem parecia está dançando. Hipnotizado seguia os movimentos dela como um inseto indo em direção a luz.

- Vamos Ed? - Quase saltei de susto ao ter a mão do lorde guardião em meu ombro tirando-me de meus devaneios. Pigarreei e o segui para uma escada lateral. Nosso quarto ficava no terceiro andar. O cômodo era amplo. Possuía duas camas médias com cobertores finos e uma pequena sacada dava a rua movimentada.

Deixei minha mala ao lado de uma das camas e me aprecei em me livrar do casaco e do colete que vestia. Aproveitei para também tirar a gravata ficando só com a camisa fina e a calça desconfortavelmente justa. Estava soando em bicas. Lorde Sky parecia está tão desconfortavelmente quanto eu por que aderiu a minha idéia.

- Havia esquecido como é quente por aqui. - Ele abriu a janela de folha larga deixando a brisa entrar. - Bem melhor. - O guardião suspirou aprovador.

- Ah com certeza. - Inspirei um pouco mais aliviado. - Está tão quente que poderia ficar nu. Quase sinto falta da água gélida do oceano.

- Ah, por favor, Ed. Não faça disso um habito. - Ele revirou os olhos e desabotoou o primeiro botão da camisa mostrando que meu pensamento não era tão infundado. - Vamos descer e comer alguma coisa. Estou faminto.

Guardiões origens - Edward. +18 (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora