VI Seguir em frente.

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A notícia da morte do marinheiro passou despercebida; aparentemente ninguém sentiria falta do indivíduo talvez porque a pequena nota no obituário do jornal matinal relatava que o homem não possuía parentes. A morte fora classificada como fatalidade os médicos legistas que o óbito fora causada por uma queda do segundo andar depois de ter bebido demais. Naquela manhã amassei o jornal depois de ler aquela noticia. Ninguém nunca saberia o que realmente aconteceu e isso só aumentava minha culpa.

Precisava fazer alguma coisa antes que aquele sentimento levasse minha sanidade embora. E foi por esse motivo que praticamente implorei a lorde Sky para que deixasse eu ir a guardia. Tinha esperança de que se conversasse com Amara obteria alívio para a dor pulsante em minha alma. O alto guardião concordou sem fazer objeção. Parti naquele dia mesmo.

Era o começo da tarde em minha terra natal. Quase sorri ao ver que nada havia mudado desde a minha partida. Mas não me permiti admirar meu lar por muito tempo, precisaria voltar em breve para terra. Voei para o castelo e lá busquei pelo supervisor dos guardiões protetores. Ele saberia dizer onde encontraria minha amiga. E ele não recepcionou só não contava com a notícia que ele daria.

Amara havia conseguido a dispensa de seus deveres e aproveitou isso para realizar seu sonho de conhecer novos mundos. Ela havia superado a fatalidade que lhe ocorreu e seguiu em frente. Não podia esperar outra coisa dela. Amara não se deixaria abalar ela é teimosa demais para isso.

Sorri sabendo que um dia no futuro nós acabaríamos nos esbarrando, mas até lá precisava vencer meus fantasmas internos. Precisava crescer, evoluir, transcender. Não podia mais me comportar mais como um garoto inconseqüente. Iria começar fortalecendo meu corpo. Fazia quanto tempo que não me exercitava de maneira aceitável? Iria fortalecer minha mente, iria focar em cumprir meu dever. Chega de choramingar pelos cantos.

Não podia permitir que ficasse obsoleto. Teria que aperfeiçoar minhas habilidades e a maior prova disso foi o tiro que levei. Minha força, agilidade e muito menos minha imortalidade não impediram que eu entrasse em choque a ponto de pensar está morrendo. Isso não poderia voltar a se repetir. Sou um guardião protetor é hora de agir como tal.

- 1001... 1002... 1003... - Fazia uma sequência de flexões que já não sabia por quanto tempo estava fazendo. Mas já era suficiente para que o suor banhasse meu corpo e os cabelos grudassem na testa. - 1004... 1005... 1006... - Meus olhos arderam quando uma gota salgada entrou em contato com meus olhos. Os fecheis na tentativa de fazer a ardência passar. Não iria permitir que esse pequeno incomodo me fizesse parar.

Treinava até a exaustão desde o dia que retornei de Guardia isso a exatos quatro dias. Quatro dias que não saia e tinha a impressão de que lorde Sky
Estava adiando nossa partida por minha causa, coisa que não tinha certeza por que me faltava coragem para perguntar.

- 1007... - Ouvi batidas na porta do quarto. Era ele provavelmente chamando para almoçar. Eu definitivamente era o pior protetor de todos os tempos. Chutei-me mentalmente por ser tão descuidado. Era para mim está cuidando dele e não o contrário. Sabe o que é a pior parte? Ele é educado demais para jogar toda minha incapacidade em minha cara.

- Pode entrar meu senhor. - sentei no chão de costas para a cama e de frente para a janela. Peguei uma toalha que estava sobre o colchão e enxerguei os cabelos.

O auto guardião entrou no quarto. Seus passos ritmados encheram o cômodo que antes só havia o ruído de minha respiração. Ele sentou ao meu lado sem se importar por está suado e muito provavelmente com o banho vencido. Sem cerimônia colocou em meu colo uma caixa sem adornos de tamanho médio. Desconfiava qual seria o conteúdo. Abri a tampa encontrando uma arma.

Guardiões origens - Edward. +18 (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora