XXVI Destino.

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Passando aqui só para avisar que tem cena picante no final do capítulo \o/ Boa leitura a todos.  

***


Apesar de ter enfrentando incontáveis vezes, não conseguia entender qual era a fascinação que os ogros tinham por parques de diversões e pubs. Nesse exato momento estava com lorde Sky perseguindo uma dupla de ogros inacreditavelmente fedorentos por um parque de diversões em Newcastle. Pior do que perseguir aqueles porcalhões era fazer isso em um lugar lotado por famílias humanas.

Em uma tentativa de encontrarmos as criaturas em as enxotarmos antes que alguém se machucasse tomamos direções diferentes. A grande quantidade de gente em um mesmo espaço, a diversidade de cheiros complicava um pouco a tarefa de encontrar os dois ogros. Passava em frente a uma barraca quando o aroma doce encheu minhas narinas. O pequeno momento de distração que para analisar as lustrosas e suculentas maçãs do amor foi suficiente para alguém esbarrar em mim. Baixei o olhar encontrando uma menininha que não pode ter mais do que cinco anos.

- Desculpe. – A voz infantil não passava de um sussurro choroso.

- Não foi nada. Está tudo bem? – Poderia apenas ter continuado meu caminho, mas meu coração de manteiga me fez ficar e tentar entender o quê uma criança estava fazendo sozinha ali.

- Me perdi dos meus pais. – A garotinha choramingou e finalmente olhou para mim. Os grandes olhos castanhos se afogavam em um rio de lágrimas. Aquela visão desarmou-me. E um desejo incontrolável de ajudá-la instalou-se em mim. Não poderia deixá-la sozinha. Os ogros teriam que esperar.

- Não chore. Vamos encontrá-los. – Sorri tentando tranquilizá-la. Estendi a mão e esperei até que ela estivesse confiante o suficiente para segurá-la. – Onde foi que os viu pela ultima vez? – Perguntei ao ter a pequena mão aninhada na minha.

- Perto de uma barraca das maçãs do amor. – Ela apontou para um aglomerado de gente atrás dela.

- Ok. Vamos começas a procurar por lá. – Nos embrenhamos no mar de gente. Tomava cuidado para mantê-la perto de mim evitando que esbarrassem nela ou que se soltasse de minha mão e se perdesse. – Como são seus pais?

- Meu pai é grandão parece um urso gigante. – Ri da descrição. – Porque está rindo? – A criança estreitou os olhos. Tão séria quanto uma criaturinha do seu tamanho conseguia.

- Ah de nada. – Mordi internamente a bochecha impedindo-me de rir diante daquela expressão tão fofa. – E sua mãe?

- Meu pai diz que pareço com ela.

- Ham... Certo. – Cocei a nuca com a mão livre e olhei em volta procurando por alguém que se encaixasse nas descrições.

- Ali! – Ela apontou para algum lugar no meio da multidão.

- Onde? – Escaneei em volta. No meio das pessoas felizes localizei um casal desesperado. A descrição da pequena fora quase perfeita. O homem robusto puxava ocasionalmente alguém pelo braço e perguntava. Com certeza perguntava pela filha desaparecida. – Vamos lá pequena.

Quando estávamos a poucos metros do casal desesperado a pequena os chamou, em um movimento ensaiado os dois olharam em nossa direção o sorriso de alivio da mãe me fez ganhar a noite. Era nessas horas que ser um guardião valia a pena. Soltei a mão dela para que fosse ao encontro dos pais. Ela correu ao encontro dos dois sendo recebida pelos braços do pai. Mesmo a distancia era possível ver o alivio. A vi cochichar algo para o casal e em seguida ser colocada no chão. A família recém reunida caminhou até mim.

- Muito obrigado rapaz. Por ter trazido nossa Elizabeth. – O homem apertou minha mão calorosamente.

- Não foi nada senhor. – Dei um meio sorriso. Senti a perna de minha calça ser puxada e ao olhar para baixo encontrei a pequena Elizabeth. Agachei-me para ficar na mesma altura.

Guardiões origens - Edward. +18 (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora