VIII Tormenta.

212 33 274
                                    

Definitivamente tenho que aprender a ficar de boca fechada e a reconhecer quando lorde Sky está prestes a pregar uma peça porque só estou dando mancada atrás de mancada. Realmente não sei mais o que me pode acontecer nesse navio. Mas sabem o que é pior de tudo? Meu receio se tornou realidade. Algum bocudo língua de trapo soube da aposta e saiu contando para todos no navio. Agora aqui estou eu olhando para as águas escuras e com certeza frias de congelar os ossos balançando com as ondas enquanto um bando de marmanjos riam feito idiotas bem atrás de mim.

- Vamos lá garoto! Está frio aqui fora. - O capitão riu atrás de mim.

- Estou pensando em levar um companheiro comigo. Quer vir capitão? - Olhei por cima do ombro fuzilando o anão com o olhar. O ruivo me encarou por alguns segundos antes de dá dois passos para trás afastando-se de mim. Não escondi o sorriso malvado. Seus marinheiros seguravam o riso com certeza sabiam de sua aversão a limpeza.

- Quer mesmo fazer isso? - Lorde Sky estava debruçado sobre a amurada me olhando divertido.

- Querer eu não quero; mas como a ideia foi minha nada mais justo que vá até o final. - Passei os suspensórios pelos ombros e comecei a desabotoar a camisa.

- Só não queria ver sua nudez novamente. - Ele ergueu os olhos para o céu fingindo revirar os olhos. Porem seu meio sorriso o denunciava. Ele estava se divertindo tanto quanto os tripulantes escandalosos.

- Desculpe meu senhor, mas aposta é aposta. - Desabotoei a calça e a tirei junto com as ceroulas.

- Os mais jovens fechem os olhos antes que suas mentes sejam danificadas permanentemente. - Era a vez do cozinheiro rir fazer troça de minha cara. Realmente estou começando a cogitar em levar alguns desses engraçadinhos para nadar comigo.

- Não seja invejoso Carlos. - Subi na amurada. Inclinei-me frente para ouvindo murmúrios de desaprovação atrás de mim. Ri baixo e ergui os braços acima da cabeça entrelaçando os dedos e saltei.

Rumei para o mar em velocidade, o vento passou por mim sacudindo meus cabelos. Atingi o mar gelado com força jogando espalhando água para todos os lados. O líquido gelado pinicava em minha pele como se estivesse afundando em milhares de agulhas.

Bati as pernas nadando de volta para a superfície quando parei de afundar. Enchi os pulmões de ar ao atingi-la. Os brados entusiasmados dos marinheiros chegaram aos meus ouvidos. Não resisti e acenei para meus admiradores lá em cima quase podia imaginar o lorde guardião revirando os olhos.

Apesar da adrenalina correr desenfreada por minhas veias precisava sair da água o quanto antes. Porque meus músculos começavam a ficar entorpecidos. Abri as asas e voei de volta para o navio aterrissando no meio do convés jogando água nos que estavam mais próximos.

- Pelas ceroulas de Poseidon! Alguém jogue algo para esse garotão cobrir sua... Sua... indecência! - Matthew fechou os olhos teatralmente.

- Mereço. - Revirei os olhos.

- Pegue. Antes que acabe cegando alguém. - Isao o homem que me ensinaria o tal do karatê jogou um cobertor em minha direção. Prontamente o peguei e coloquei a minha volta para me livrar do frio que começava a me dá calafrios.

- Muito bem peladão hora de descer e se vestir antes que tenha uma hipotermia. - Lorde Sky repousou a mão em meu ombro e guiou-me para baixo rumo ao dormitório.

No terceiro andar abaixo do convés ficavam os beliches e os pertencentes dos tripulantes. Minhas roupas estavam em malão ao lado de uma das camas do outro lado estava o malão de lorde Sky. Abri o grande baú de onde retirei um pijama. Do outro lado o lorde guardião seguia meu exemplo. Vesti-me depressa e deitei-me escondendo-me debaixo das cobertas louco para recuperar a temperatura normal de meu corpo.

Guardiões origens - Edward. +18 (Não Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora