Presente. - Parte 11.

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Unbroken.

2014.

Por Robert Pattinson.

A nossa história nunca começou certo.

É claro que é deprimente ter que admitir isso.

Porém é um fato que sempre esteve presente na minha história com Kristen.

Mas como poderia ter começado certo?

Há sete anos atrás, quando nos conhecemos, tudo já estava predestinado á dar errado para nós, como se ficarmos juntos fosse algo que talvez o destino não aprovasse por completo.

Quando eu achava que nós estávamos dando um passo para frente, algo acontecia que nos fazia dar dois passos para trás que era onde tudo desandava e se complicava, enchendo as nossas cabeças e nos fazendo falar coisas que não eram para ser ditas, não em voz alta.

Eu entendia que qualquer casal normal tinha brigas, mas nós não éramos normais, e nossas brigas sempre foram constantes demais para o meu gosto, mas por mais doentio que isso possa parecer – e acredite, isso parece- as brigas nos mantinham vivos, pois era como uma prova de que o nosso relacionamento era realmente real e não a porra de uma paixão passageira entre dois atores em um set de filmagens em um filme de adolescentes para vender o mais puro marketing.

Mas nada disso importa, por que nada altera o fato de que nossa história há sete anos atrás já começou de forma errada.

Flash Back On.

2007.

Caralho. Puta merda. Que porra.

"Ela tem namorado Robert."

Foi o que Catherine disse para mim em um momento em que Kristen não estava presente em seu quarto.

Em um momento em que nós estávamos á sós.

E esse era o único pensamento que habitava em minha mente.

Uma mistura de indignação e raiva passava por mim.

Oh, bom, não era fácil admitir para mim mesmo que eu havia me sentido atraído pra caralho pela garota cujos olhos são tão verdes e grandes quanto á lua.

E eles podem levar você do sofá para a cama sem você nem ao menos perceber.

Kristen era familiar para mim.

Não que eu a conhecesse anteriormente pessoalmente.

Mas eu tinha a visto no filme "Into the Wild".

Ainda me lembro do comentário de Tom (Sturridge) na terceira cena em que Kristen apareceu.

"Não vai babar na roupa, por favor, isso seria constrangedor".

Eu realmente havia a achado muito bonita, e havia realmente me imaginado atuando ao seu lado, e talvez Tom tivesse razão e eu tivesse babado um pouco por ela, mas isso não foi o motivo de eu atravessar o oceano –eu morava em Londres- e ir fazer o teste com Kristen –já sabendo que ela seria a protagonista.-

Tudo bem, esse foi o motivo e ao que tudo indica Tom havia percebido isso antes que eu.

"Você vai atravessar o oceano e fazer o teste para um filme de vampiros por causa da garota daquele filme? Caralho, você está muito afim dela."

Foi o que Tom me disse quando eu lhe contei que estava saindo de Londres e embarcando para Los Angeles.

"Cara, não fala besteira, é óbvio que eu não estou indo pela garota, que ideia babaca".

Eu respondi Tom, porém eu sabia da incerteza que minha voz havia soado e provavelmente Tom também sabia por que ele se limitou a levantar as sobrancelhas e gargalhar sem nada mais a dizer, mas a sempre insinuar.

Tom me conhecia melhor do que qualquer um, eu poderia tentar esconder de todos o verdadeiro motivo, mas não dele, por que porra, ele é o Tom, o cara que eu convivi a minha infância e adolescência toda.

Ele podia até mesmo decifrar reações e emoções de mim antes que eu próprio fizesse.

Mas a maldita frase que havia saído da boca de Catherine ficou rondando em minha mente por muito, e muito tempo mesmo após de eu ter saído de sua casa com a total certeza de que não ira conseguir aquele papel.

Eu não fui bom.

Eu fui péssimo.

Eu não iria ser Edward Cullen.

Eu não iria atuar ao lado de Kristen.

Apesar de eu não ser um ator famoso, eu não ficava nervoso em testes, mas eu simplesmente travei ao olhar para aqueles dois círculos incrivelmente verdes da garota que mordia o lábio e olhava firmemente sem perder a confiança, como se nada a abala-se.

Eu estava tão nervoso, tremendo, suando e totalmente fora do padrão de "perfeição" que é exigido do tal Edward Cullen.

O que eu esperava?

Chegar ao teste e passar como Edward Cullen, o vampiro bonitão?

Eu nem bonito sou.

Então é óbvio para mim que não serei chamado, pois nem de longe eu fui bom e Kristen deve ter me achado péssimo.

Mas o gosto de canela e limão de seus lábios ainda estão nos meus e puta merda!

Como eu queria provar esse gosto novamente só que desta vez ter o prazer de aprofundar o beijo.

Mas a porra da frase de Catherine ainda estava lá como um lembrete, mesmo eu já estando dentro do metro indo para o meu apertado apartamento em um bairro pouco conhecido e movimentado de Los Angeles.

E daí se havia namorado? Eu não iria namorá-la.

Qual é, ela é uma adolescente, eu já sou um homem crescido e formado e ela só tem dezessete anos, uma adolescente em desenvolvimento.

A porra de uma adolescente que tem os melhores lábios que eu já provei e os olhos tão intensos quantos.

Isso é loucura.

Sentir atração por alguém de forma tão forte em um teste qualquer, que provavelmente não irá dar em nada.

Ótimo.

Estou atraído pela garota que eu havia secretamente já me sentido atraído quando assistir a um filme seu, mas a mesma além de ser nova demais para mim, ainda tem um namorado de brinde.

Que perfeito.

Mas que foda-se.

Eu não iria ser chamado para esse papel mesmo e eu com certeza iria esquecer aquela menina e a porra do fato dela ter a porra de um namorado.

Ela tem namorado. Ah que ótimo.

Eu rio comigo mesmo, sozinho no metro.

Eu não estou nem um pouco incomodado com isso.

Quer dizer...

Talvez só um pouquinho.

Flash Back Off.

Continua.

UnbrokenWhere stories live. Discover now