Unbroken

Presente. -Parte 16.

Unbroken.

2014.

Por Kristen Stewart.

Eu ria.

Não, eu não apenas ria.

Eu gargalhava.

James me contava uma história sua de quando foi pego chapado por dois policiais e lhe os ofereceu maconha para subordiná-los, porém um dos policiais era gay e ofereceu outro tipo de serviço para James afim de não multa-lo ou prendê-lo.

James Franco tinha as melhores histórias.

-A única coisa que eu me lembro foi de sair correndo muito chapado com dois policiais me perseguindo, eu só me lembro de apagar depois disso e acordar na cadeia com Seth pagando a minha fiança. –

-Seth sempre te salvando. –

-Eu já perdi as contas de quantas vezes minha bunda foi salva por ele. Eu devo muito á ele. –

-Vocês dois são hilários. –

Nós estávamos estacionados na garagem da minha casa dentro do carro.

James tinha uma garrafa barata de cerveja nas mãos e eu um pacote de batatas fritas.

-Eu já vivi muitas histórias de loucura, e foram realmente muito boas e hilárias, mas agora eu quero dar uma relaxada sabe? Sossegar. Encontrar alguém que eu posso relaxar, eu já estou com trinta e poucos anos, eu quero sossegar. –

-Logo, logo você vai achar alguém para relaxar James. –

-Hm, eu acho que já encontrei. –

Olhei para ele vendo olhar para mim com um sorriso quase malicioso.

-Essa é outra das suas péssimas cantadas? –

Ele rio tomando mais um pouco de sua cerveja.

-Se ela fez efeito em você então pode considerar que sim. –

Não fez efeito.

Quer dizer, James era engraçado, bonito e tinha muitas qualidades que eu sinceramente admirava e gostava em um cara, mas meu coração ainda pertencia á um idiota que me deu um pé na bunda.

Merda.

Eu tenho que esquecê-lo e recomeçar com outra pessoa, Rob me chutou, terminou comigo por puro medo e insegurança que sente de si mesmo, por não confiar em mim, e eu me sinto mal pra caralho com isso, mas não posso ficar para sempre me martirizando com o nosso término, eu posso muito bem recomeçar com outra pessoa e essa pessoa pode ser muito bem James.

-Fez efeito sim. – Eu menti, mas eu sabia que ele não ia notar que era uma mentira.

Primeiro por que ele estava bêbado.

Segundo por que eu sou atriz.

Terceiro por ser uma atriz eu ainda tenho um certo dom de saber mentir muito bem quando eu quero.

James me olhou e sorriu com a resposta que eu havia dado.

Parei para analisa-lo.

James era bonito, James era muito bonito.

Seus olhos castanhos eram mais que simples olhos castanhos, eles tinham um tom meio esverdeado, e quando ele ria várias ruguinhas – que eu realmente achava adorável – se formava ao redor de seus olhos, e seus dentes não eram perfeitamente brancos e alinhados como e de várias estrelas de hollywood, na verdade seus dentes eram um pouco tortos, principalmente os do meio, mas ainda assim essas imperfeições o deixava ainda mais bonito de se admirar.

James não era perfeito como esses galãs de filmes de adolescentes, mas ele era perfeito como um cara comum do colégio que você é apaixonada ou um cara que você se esbarra sem querer em uma balada.

Eu podia recomeçar com James Franco.

Eu podia me apaixonar por James Franco.

Mas eu sabia que jamais poderia amá-lo com a mesma intensidade que amei e infelizmente ainda amo ele.

Mas eu podia tentar e eu realmente queria tentar por que eu tinha esperanças de dar certo, eu tinha esperanças de conseguir e eu sabia que James era um ótimo passo para me ajudar e eu realmente gostaria da sua ajuda.

-No que você está pensando? Você parece tão concentrada. – James comentou encostando a cabeça no banco do carro e eu o imitei.

-Estou pensando em como você é bonito. –

James corou.

-Obrigado, você também é muito bonita, eu adoro os seus olhos, eles são tão verdes. -

Eles são tão grandes quanto à lua. – completei mentalmente me lembrando da música que ele havia escrito para mim.

Mas que droga, eu tinha que me lembrar dele a todo o momento?

-Obrigada. –

-Vocês têm sardas, é adorável. – James prosseguiu.

-Eu as detesto. –

-Não deveria, elas combinam com você, elas te deixam mais juvenil. –

-Você está me fazendo corar. –

-Era a minha intenção o tempo todo. –

James estava flertando comigo novamente e eu... Bom, eu estava correspondendo tentando convencer a mim mesmo que estava interessada com este flerte.

Eu poderia começar uma história com ele fingindo, não poderia? Afinal em algum momento o fingimento irá se tornar realidade, não irá?

Coisas assim acontecem, eu já vi acontecer antes, já vi amigos meus começando relacionamentos com pessoas nas quais não estavam verdadeiramente interessadas, porém no final deu certo, se apaixonaram.

Poderia acontecer isso comigo não?

Eu poderia me apaixonar por ele é claro que eu podia,

Eu repetia isso para mim mesma quase como um mantra ou como uma forma de me autoconvencer.

Eu poderia estar me enganado, eu sabia disso, mas enganar o coração faz bem a si mesma de vez em quando.

-Você parece estar em uma discussão interna com você mesma. –

Ri abafado.

-Talvez eu esteja mesmo, estou com muitas duvidas e incertezas ao mesmo tempo em que me sinto uma idiota por tentar me convencer de algo apenas para satisfazer uma necessidade de acreditar que está tudo bem. –

-Se autoconvencer é quase como se autodestruir. Tome cuidado. –

-Mas tem vezes que é preciso se autoconvencer para seguir em frente. –

-Seguir em frente é sempre o melhor. Às vezes deixar o passado no passado e se reencontrar é tudo que precisamos. -

-Está ai, nós pensamos de forma muito parecida. –

-Eu já tinha uma certa noção disso. –

-Mas dizem que somente os opostos se atraem. – O lembrei.

-Nós podemos quebrar essa regra, não podemos? –

-Acho que sim, afinal, é como dizem "toda regra tem a sua exceção". –

-Eu gosto da maneira que isso soa. –

-É, até que soa legal. – Dei de ombros.

-Kristen?-

-Sim James? –

-Eu quero beijar você, eu posso? –

Aproximei-me dele.

Ficamos centímetros de distância em relação as nossas bocas.

-Pode sim. –

Os lábios de James encostaram-se aos meus.

Depois de muito tempo, eu estava beijando outra pessoa e essa pessoa não era ele.

Continua.