A FREIRA

capítulo 9

Esse capítulo terá conteúdo sexual

Fui para o quarto. Não estava contente em ver aquela menina novamente. Eu entrei e ela estava deitada na cama observando suas unhas com uma expressão de tédio.
Sem falar nada, entrei no banheiro e tomei banho. Botei uma camisola branca que éramos obrigadas a usar.

Sentei na cama e comecei a observar Emily. Ela era muito bonita.

-Bem...- dei um suspiro.- hora de rezarmos antes de dormir.

-Não - respondeu de forma grossa.

-Por que?

-Eu não acredito em Deus. Se você quiser falar com o nada, vá em frente.

-Se você não acredita, por que quis se tornar freira ?

-Eu não quis. Meus pais quiseram. Minha vida era perigosa demais para eles, então como eles não conseguiram cuidar de mim, me botaram aqui. - ela diz ainda entretida com suas mãos.

-Eu não sabia... Me -fui enterrompida por ela.

-Me desculpa? Pelo o que? Eu não me arrependo de fazer ou falar todas essas coisas.

Fiquei sem reação.

-Boa noite - digo, me ajoelhando na cama para fazer minhas preces.

-Boa noite - Emily se vira para parede na tentativa de dormir.

Começei a rezar em minha mente.

"Deus me perdoe pelos meus pecados, espero que com isso que estou fazendo o senhor possa me ajudar. Por favor proteja minha mãe e a mim. Obrigada. Amém"

Eu não entendo, pois enquanto rezava uma dor enorme no meu pescoço surgiu. Uma grande sensação de desespero misturada com nervosismo tomou conta de mim. Rezei rápido e no momento em que eu parei, aquelas dores desapareceram.

Deitei em minha cama e comecei a observar o teto.
Passei alguns minutos esperando o sono vir, mas ele não vinha.
Sentei em minha cama e liguei o abajur.

-Ei, psiu - falei em uma voz baixa para Emily. - Já dormiu?

Ela se virou para mim.

-Estava até você me acordar.

-Desculpe.

-O que você quer?

-Sabe qual foi o motivo de eu ter virado freira? - comecei a falar mexendo em minhas mãos. Ela apenas balançou a cabeça dizendo que não.

-Meu pai. - dei um sorriso ao lembrar dele. - Eu cometi muitos erros Emily. Com apenas 17 anos meu pai foi morto na minha frente. Por minha causa, pela minha estupidez de sempre. - Comecei a falar gaguejando. Senti a vontade de chorar em mim.

-Sinto muito por ele. - ela me olhava com feição de dó. - Não é sua culpa.

Ela sentou ao meu lado e limpou uma das lágrimas que desciam sobre meu rosto.

-Não precisa chorar. - ela deu um sorriso.

Eu olhei em seus lindos olhos pretos. Eu me senti segura.
Ela começou a passar a mão pelo meu rosto.

-Você é muito bonita, sabia? - dei um sorriso. - Me desculpe por hoje de manhã -  continuou.

Suas mãos geladas passavam pelo meu pescoço, depois pelo meu corpo. Ela me olhava com desejo.

-Emily...

-Shiu.- ela botou seu dedo em minha boca dizendo para me calar. - Não diga nada.

Nos beijamos. Sim, eu beijei uma menina em um convento de freiras. Mas naquele momento eu não liguei muito para isso.
O beijo começou lento, depois acelerou. Emily imediatamente tirou minha roupa e eu tirei a dela, ela começou a beijar meu corpo. Aquele prazer me fazia sentir viva de novo.
Eu parei ela e comecei a beijá-la. Cada beijo era mais desejo envolvido.
Não sei o que houve comigo naquele momento, mas todas as sensações ruins que eu sentia foram embora.

Depois de transarmos por um tempo, Emily me beijou e foi para sua cama dormir. Eu não consegui dormir. Comecei a observar o teto novamente, flashbacks da morte de Jone passavam sobre meus olhos. Então comecei a observar a porta. Uma nova sensação me domou. O medo. Comecei a ver uma sombra no canto da porta. Ela me chamava.
Imediatamente, deitei na cama e coloquei a coberta sobre mim, tampando meu rosto. Comecei a rezar e aquela forte dor no pescoço voltou. Sentimentos de fúria, raiva e tristeza tomaram conta de mim.
Eu liguei o abajur e parei de chamar a Deus. A luz que iluminou o quarto fez todas aquelas terríveis vozes e sensações irem embora.
Eu não sei como, mas depois disso finalmente adormeci.