capítulo 11

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Josh me iluminou.
Ele me fez ter criado a coragem de fazer algo que deveria ter feito a muito tempo.

Fiz a minha rotina normal. Fui ao quarto, tomei meu banho e coloquei o pijama. Sentei-me na cama, abri um livro e comecei a ler.
Faltando pouco para o toque de recolher Emily chegou.

- Oie-ela disse colocando sua mochila em cima da cama.

-Oi- digo sem tirar os olhos de meu livro.
Ela não entendeu minha expressão e foi tomar seu banho.

Após um rápido banho, Emily saiu do banheiro com sua camisola. Ela sentou em sua cama e começou a falar.

-Foi tão legal hoje. Espero que tenha outros dias assim. -Sua expressão era de animação, mas ela estranhou totalmente eu estar sem ao menos olhar para ela.
A mesma sentou na beirada da minha cama.

- Você está bem?

-Sim. - falo com um tom de voz seco. Fecho meu livro e o coloco no criado mudo.-Boa noite - apago o abajur e me deito.
Emily ligou o abajur novamente.

-Não, você não esta bem. Aconteceu alguma coisa enquanto eu estava fora? - continuei com os olhos fechados.

-Millie... -ela começa a passar as mãos em minhas costas.
Eu me levanto e tiro sua mão. Sento na cama.

-Você fica tão bonita quando está brava. -Sua voz saiu em um tom sexual. Ela tentou me beijar. Eu recuei, coloquei minha mão afastando-a do meu corpo e levanto da cama a encarando nos olhos.

-Chega! Eu não vou mais fazer parte desse joguinho seu. Eu não irei mais ser sua escrava sexual. Temos que parar com isso. -minha voz saiu falha, mas sua expressão sabia que aquilo não era brincadeira.

- Do que você está falando?

-Disso! Eu não quero mais. Olha pra gente. Eu estou transando com uma freira, parei de rezar. A culpa é sua.

Sua expressão era de espanto.

-Culpa minha? Você tá brincando! Eu te beijei, se você não quisesse era apenas dizer não.

-você nunca me deu a oportunidade de dizer não!

-Depois de um mês, você vem me dizer que está cansada? - ela se levanta da cama e ficamos cara a cara.

-Sim! Não quero mais ser manipulada por você.
Ela deu uma risada sarcástica.

-Manipulada por mim? Pelo amor de Deus, vê se cresce.

- Eu estou crescendo. Estou assumindo minhas responsabilidades, acabando com isso, agora mesmo.

Ela apenas sorria ironicamente.

-Eu me arrependo das minhas atitudes, se você não, o problema é seu.

-Exatamente, o problema é meu. - ela diz gesticulando com as mãos.

-Se você quer continuar seguindo esse caminho, vá em frente.- parei por um momento. Emily apenas ouvia.

- Eu só estou fazendo meu dever Emily, você não precisa se importar. Só não me leva junto com você.

-Quer saber? Você se faz de Santa, mas não é. Você é uma pecadora de primeira. Matou seu pai, usou drogas, já se prostituiu para usar o dinheiro é dar para seu namorado e agora está em um convento transando com uma freira. "Deus" não irá te perdoar, NUNCA. Você é uma simples vadiazinha de merda, que não vale nada e finge ser do bem.

Dei um tapa em seu rosto.

Ela havia explodido. Eu não aguentava ouvir aquilo, pois por pior que seja, tudo que ela falou era verdade.
O silêncio tomou conta do local, eu sai correndo para qualquer lugar que não seja ali.

Após correr por longos corredores escuros, encontro a capela. Deus era tudo que eu precisava agora.
A luz estava ligada. O local era longo, tinha banquinhos e várias cenas da crucificação de Jesus nas paredes.
Tinha também um altar com Jesus crucificado.

Eu fui até ele, ajoelhei E fechei meus olhos.

"Deus...
Por favor, Senhor perdoa-me por meus pecados, eu o amo e o que eu mais quero é Teu perdão..."

Antes que eu pudesse terminar, aquelas terríveis sensações voltaram, agora não era mais sonhos lúcidos, aquilo era real.
Com medo e o temor, eu levantei minha cabeça, abri meus olhos e vi escrito nas paredes:

"Ele... nunca... irá... te... perdoar"

Meu coração gelou.
Os quadros estavam rasgados, e a Cruz de cabeça para baixo.
Eu senti tudo.
O medo estava a me consumir, eu então corri para a porta. Mas antes que eu pudesse sair, algo me prendeu.

Me senti paralisada, meu coração palpitava, minha cabeça estava ocupada com o nada.

Eu senti algo atrás de mim. Mas, eu não pude me mexer. A dor no pescoço voltou mais intensa tinha a sensação dele estar sendo quebrado.
Meu corpo começou a virar para atrás, meus olhos ficaram totalmente brancos, eu vi o próprio demônio.
Minha boca abriu, e ele sorriu para mim. Ele entrou em mim, machucando a minha alma, me mantendo presa em meu próprio corpo. 

Eu cai no chão. Eu estava sentindo o mal dentro de mim. O demônio estava em mim.

A FREIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora