Louis P.O.V
As palavras de Harry me fizeram arregalar os olhos. O que ele está pensando? Chegou aqui há três dias e agora quer jogar bomba em outros países?
— Não. Pare de besteira.
— Tomlinson tem razão, Harry. Você não está preparado.
— Eu posso! Eu vou vingar a minha mãe.
— Harry, você mal sabe passar por debaixo da corda sem se embolar nela. Não tente ser um herói quando você nem ao menos está preparado pra isso.
Pude ouvir sua voz embargar quando ele abriu seus lábios para dizer algo, mas foi interrompido pela total perda da voz naquele momento. Ele saiu pela porta, batendo a mesma. Encarei Tyler por alguns segundos, antes de sair atrás dele.
Procurei por tudo. Por cada canto de cada lugar daquele quartel. Suspirei alto quando não o achei, e decidi voltar para o quarto antes de escurecer.
Meu sossego em minha cama não durou muito. Logo Calum apareceu diante de minha porta com um sorriso de orelha a orelha.
— Venha! É dia de vinho!
Ri do seu entusiasmo por uma garrafa pequena de vinho e mesmo preocupado com o cacheado, decidi ir. Harry aparecia mais cedo ou mais tarde.
Mike estava tentando encaixar a chave no pequeno buraco da fechadura enquando Luke e Ashton estavam gemendo como se eles fossem o buraco da fechadura.
Estávamos todos rindo dos garotos, mas minha risada cessou ao ver um Harry completamente embriagado caído ao chão de piso.
— Não, não. Harry!
— Leva ele pro banho, Lou. Se o Tyler o ver assim, as consequências serão graves.
Assenti lembrando da vez em que Tyler pegou Ashton bebendo no canto do campo de treinamento. Foi horrível ver o garoto se humilhando e fazendo coisas que odiava.
Em alguns minutos, um Harry sonolento e resmungão estava sobre meus ombros, dizendo algo sobre beijar.
Não posso negar que a situação era um tanto engraçada, mas ao lembrar do motivo de tudo aquilo, eu sentia vontade de chorar.
O coloquei no chão, logo empurrando sua cintura para trás, o fazendo se sentar na cama.
— Espere aqui. Vou pegar alguma roupa pra você.
Vasculhei a mala do garoto atrás de algo que lhe esquentasse e acabei por achar uma espécie de suéter. O joguei por cima da cama, tornando a levantar o garoto.
Liguei o chuveiro em água fria, logo tirando a roupa do garoto. Senti um certo arrepio percorrer meu corpo ao vê-lo exposto de tal maneira.
Depois do banho, Harry já estava mais desperto. Ele se sentou na cama, vestido, e me encarou por breves minutos antes de voltar à chorar.
— Por quê? Porque as pessoas boas se vão? Não lembro de nada que Anne ou Gemma tenham feito de errado, Louis. Nada!
Suas lágrimas faziam companhia à sua voz embargada.
— Eu não sei..
Suspirei por não ter uma resposta boa para dar à ele naquele momento. Então, me sentei à sua frente, com as pernas por cima da cama, cruzadas, e permiti que meu polegar enxugasse as lágrimas teimosas que desciam.
— Mas, olha, tudo se ajeita, Harry.
— Elas eram as únicas pessoas que eu tinha na minha vida. Eu as amava.
— Eu sei. Mas, você tem os meninos e tem a mim, também.
Não sei se foi uma boa escolha de palavras, pois o garoto desabou. Seus soluços eram cada vez mais altos, o puxei para meu tronco, tentando abafar o som do seu choro. O que foi inútil.
— Eu sou tão inútil.
— O quê?
— Eu poderia ter ficado lá e ajudado elas.
— Você teria morrido junto.
— Não importa. Eu estaria feliz agora. O que eu sou, Louis? O que eu sou? Nada. Um completo inútil.
Nada do que eu pudesse dizer à ele mudaria alguma coisa. E por um ato insano, talvez, levantei seu queixo, encarando seus olhos verdes que estavam inundados e colei meus lábios aos seus. Ficamos assim por alguns segundos, antes de sentir sua boca se movendo contra a minha, formando uma espécie de dança. Senti as mãos de Harry se apoiarem em minhas coxas, dando à ele mais proximidade com a minha boca. Nossos lábios estavam dançando novamente, dessa vez era uma dança um tanto desesperada. Sua língua se atreveu a passar para a minha boca e eu fiz o mesmo. Agarrei a cintura do maior com as mãos, puxando seu corpo para frente, fazendo com que suas costas se deitassem sobre a cama, o fazendo suspirar contra meus lábios. Afastei nossas bocas, nos dando um espaço para respirar. Puxei seu lábio inferior entre meus dentes e voltei à me sentar na cama. Torcendo para que não houvesse perguntas.
— Wow.
Tentei segurar o riso, mas foi inevitável. O rosto do garoto estava vermelho e seus olhos arregalados, o que me fez soltar uma gargalhada.
— Achei que você fosse hétero.
— Todos acham.
— Então, você não é?
— Harry, você nasceu lerdo ou fez curso?
— Por que não contou pros garotos?
— Porque eu tenho medo. Medo de acabar morrendo por estar amando alguém, por estar gostando de alguém. Imagina se essa história caí por aí. Eu poderia morrer, Harry. Espancado ou assassinado com uma faca, eu não sei. Porque é isso o que as pessoas fazem Harry, elas matam por que estamos amando e depois pedem mais amor e humanidade. E também eu nunca tive um motivo pra contar. Já gostei de alguns garotos, mas isso foi fora do quartel. Não tem o porquê eu trazer essa histórias pra cá... Mas e você, senhor hétero?
— Você me beijou. E eu nunca disse que era hétero. E se eu era, não sou mais.
Ri novamente.
Depois disso, ficamos calados. Não trocamos mais nenhuma palavra, ficamos apenas deitados, cada um em sua cama, até pegarmos no sono. Creio que cada um tenha muita coisa para digerir. Ele, por perder sua família. E eu por estar desejando os lábios do garoto novamente.
Antes de dormir, pude o ouvir soluçar mais uma vez. O que me levou a sussurrar.
— Você é meu novo protegido, Harry. Eu vou proteger de você de tudo.
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Intern War || L.S
FanfictionOnde Harry Styles é recrutado para a guerra e Louis Tomlinson o ajuda à se adaptar aos horrores que seus olhos jamais viram. Harry Styles, calmo, gentil, doce o bastante para jamais se envolver em uma briga. Mas ao completar 18 anos, seu país de or...