Louis P.O.V
Quando se está dormindo, você perde a noção do tempo. Acontece que existem várias formas de dormir, como fechar os olhos para verdade ou simplesmente dormir. Mas eu, infelizmente, não me enquadro em nenhuma dessas duas alternativas. Eu estou praticamente morto em uma cama, apenas existindo. Meus olhos permanecem fechados, sem o menor sinal de vida que alguém pudera dar. Harry cantava para mim todos os dias, cada dia um novo trecho de uma canção que ele mesmo compunha, era simplesmente perfeita. Sua voz, mais especificamente, sua presença me dava forças para tentar acordar. Mas o ouvir chorando por eu não poder fazer nada, era cortante. Se você acha que uma faça corta, nunca ouviu a pessoa que ama chorar e você não poder fazer nada. É um sentimento de impotência, você se sente um completo inútil. E era assim como eu me sentia todos esses dias.
Parece que tivemos uma festa há uns dois dias, nada grande, apenas com o pessoal do quartel e sua família. Harry ficou comigo. A noite toda. Eu podia ouvir as gargalhadas e gritos que as pessoas davam ao festejar do lado de fora, mas Harry estava ali. Ele estava conversando comigo.
Creio que alguns dias tenham se passado desde então, cheguei à está conclusão pois ouvi Harry comentando com alguém que já era dezembro. Não me lembrando quando fiquei aqui, mas considerando que fiquei três meses fora em uma guerra e mais alguns dias deitado sobre essa cama, sendo um completo e total inútil.
Harry conseguiu terminar a música e pediu para que Luke o ajudasse a cantá-la para mim, enquanto ele tentava controlar as lágrimas que caíam em seu rosto, pelo menos, era o que eu imaginava quando o garoto parava e suspeitava profundamente. Como disse, cortante.
Hoje, teríamos um jantar aqui. A guerra acabou para nós, mas Tyler preferiu manter os treinamentos, para caso algo volte a acontecer. Fiquei feliz com isso, creio que isso manteve Harry aqui. Sinto falta dele. Estar próximo à ele sem tê-lo em meus braços ou sentir seus lábios rosados nos meus, me dava a sensação de que estávamos em países opostos, separados por cartas que nem ao menos eram correspondidas por mim. Me pergunto, todos os dias, se ele ainda me ama. Ele me diz isso todos os dias, mas eu gostaria de vê-lo dizendo. Sinto falta dele, de tudo nele, até de suas pequenas coisas e das coisas que ele mais odeia nele. Ele é perfeito pra mim.
Ouvi a porta abrindo e passos rápidos e leves. Harry ria baixinho.
— Lou! Temos algo pra você. Conseguimos algo que detecta emoções a partir dos seus batimentos cardíacos. Isso não é maravilhoso?
É perfeito, Hazz.
O senti ligando algo em mim, suas mãos envolveram meu braço esquerdo e por algum tempo, nem me toquei de que estava o sentindo. Senti os lábios de Harry em mim uma vez, ou acho que senti. Mas dessa vez, eu sentia. Forcei o maxilar para abrir a boca e proferir algo, mas foi inútil. Tentei novamente, inútil. Desisti. Optei por esperar o garoto ligar o tal aparelho em mim e assim ele o fez.
— Vou te fazer algumas perguntas agora e seus batimentos vão responder, okay? Ãn.. Louis, você ainda me ama? Digo, sente algo por mim?
Mas que pergunta idiota, Harry. É óbvio que eu ainda te amo, seu retardado.
— Uh... Okay! Eu também te amo, Little Bear. Agora vamos à perguntas realmente sérias e necessárias. Posso te beijar?
Isso realmente é sério, Styles.
E então, ele me beijou. Seus lábios se colaram aos meus com certa delicadeza e vontade. Ele sorriu por algum motivo e eu tentava o beijar novamente. Sentir seus lábios em minha boca depois de tanto tempo, era algo maravilhoso e novo pra mim. Eu o amo e preciso lhe dizer isso.
— Me diz que eu não estou louco e você realmente me beijou de volta. Me diz, Louis.
Sua voz se tornou falha e aos poucos, desapareceu. O quarto se preencheu de sons abafados e suspiros longos, como uma tentativa de conter os sentimentos que explodiam dentro dele. Suas mãos tocaram as minhas e senti alguns fios de seus cabelos tocarem meu nariz, deixando-o irritado. Senti uma imensa vontade de abraçá-lo e acalmar seu emocional, mas o que pudera eu fazer? Parado em uma cama sem mover um músculo? Decidi que tornaria essa situação diferente para ambos, ele me sentiria novamente e eu o sentiria.
Forcei ao máximo que eu pude para mexer o músculo que me dava o movimento das mãos, falho. Tentei novamente, falho. Três vezes, falho. Quarta vez, certo. Consegui mover o dedo indicador e o fazer tocar a palma da mão do garoto. Sua textura era macia e quente, assim como antes. Exatamente como eu me lembrava.
— Louis... Louis William Tomlinson, não brinque comigo assim.
Suas mãos estavam segurando meu rosto, quase chacoalhando meu corpo todo. Estava prestes a ficar tonto, e ficaria, se não fosse por um detalhe. Eu o vi. Seus cabelos estavam maiores, agora quase caído sobre os ombros, a barba feita e seus olhos permaneciam da mesma cor, sem mudar nenhum detalhe, por menos que seja. Ele estava sorrindo. Suas covinhas tomavam conta de suas bochechas, que estavam vermelhas e molhadas. Ele dizia alguma coisa, mas eu não conseguia ouvir sua voz. Minha visão voltou a ficar embaçada e em pouco tempo, escura.
•••
— Acho que ele fez muito esforço, Harry. Logo ele acorda de novo.
Abri meus olhos, vendo um homem robusto sair pela porta. Harry estava de costas, observando a porta se fechar.
— O que aconteceu?
— LOUIS! -Harry se deitou sobre mim, me abraçando e beijando meu rosto. Dei um riso baixo e rouco. Minha voz não estava normal, ainda.
— Não me coloque para dormir de novo, amor.
— Amor.. Esperei muito pra ouvir isso da sua boca. Como ousa me deixar sem ouvir sua voz por seis meses, Tomlinson?
Meses? Mas, pelo que pude observar, eram apenas dias.
— Peço perdão.
— Eu te amo. Eu te amo muito. Meu Deus, Louis Tomlinson, como eu te amo.
— Se não falar baixo, logo Tyler vai te proibir de me amar.
— Nah! Ele me viu te beijando inúmeras vezes. Tudo o que ele disse foi “E eu achei que eram irmãos...”. Os tempos mudaram, Little Bear. Muita coisa está diferente. Coisas quais você não tem ideia nessa cama. Trate de se recuperar logo, preciso te mostrar várias coisas. Aprendi tanta coisa nova. Sabia, que sei como armar uma granada sozinho?
— Fique longe delas! Não quero você em uma cama ou um caixão.
— Não me quer em uma cama? Pensei que ainda gostasse de mim.
Demorei alguns minutos para entender o que ele quisera dizer. Fechei os olhos e dei um pequeno riso, sentindo ele me abraçar novamente.
— Eu te amo, Harry Styles Tomlinson.
— Nos casamos e eu não sabia?
— Isso mesmo.
— Eu também te amo, Louis Stylinson.
— O que merda é Stylinson?
— Chama nosso sobrenome de merda? Que feio, Louis Stylinson.
— Larry Stylinson? O que acha?
— Larry Stylinson.
° Notas °
Queria pedir desculpas pelo capítulo sem sentido. Espero que tenham gostado, but, se não gostaram, prometo tentar melhorar no próximo. Beijo! 💙💚
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Intern War || L.S
FanfictionOnde Harry Styles é recrutado para a guerra e Louis Tomlinson o ajuda à se adaptar aos horrores que seus olhos jamais viram. Harry Styles, calmo, gentil, doce o bastante para jamais se envolver em uma briga. Mas ao completar 18 anos, seu país de or...