Back To You

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Harry P.O.V

Estava ansioso e preocupado. Duas semanas sem notícias de Louis, e minha mente começara à criar paranóias ridículas sobre Louis ter achado alguém na guerra, alguém por quem valesse a pena guerrear. Tyler não deu notícias dele e muito menos do meu garoto. Na semana passada, soldados voltaram do campo de batalha e alguns deles disseram ver Louis durante a guerra ou quando ele estava comendo, mas não quando saíram. Nenhum deles me deu uma informação inteiramente útil, o que me deixara incomodado e ainda mais desesperado. Ele prometeu que voltaria. Ele me deu a palavra dele. Ele jurou à mim, selamos tal promessa com um beijo singelo e rápido, mais tarde, durante esse período, ele voltou a prometer mas por cartas dessa vez. Eu estava me sentindo um completo inútil sem Louis ali. Ver Michael e Luke se beijando a cada dez segundos não era algo que me agradava. Não por eles, estou feliz por cada abraço que eles dão. Mas por Louis. Desejo, sempre que os vejo, ser eu e o meu pequeno urso ali. Entrelaçados em abraços quentes e beijos apaixonados durante o inverno, que é quando não temos treinamento e podemos ficar em nossos quartos fazendo qualquer coisas que nos eram proporcionadas. A cama permanecia gélida desde quando Louis se foi, o que me deixara ainda mais pra baixo com esse clima.
Havia dias em que eu me lembrava de Gemma e Anne, nós três reunidos em volta de uma lareira ou cobertos por um cobertor quente e cantando. Isso acontecia com mais frequência no natal, quando o mundo todo parava para prestigiar suas famílias e os fogos que pairavam no céu... Gemma e eu corríamos para a janela, todo fim de ano, e ficávamos imaginando nosso futuro enquanto foguetes coloridos explodiam no ar, fazendo lindas formas e queimando no céu. Eu era feliz.

Três semanas. Louis ainda não voltara. O dia amanheceu ensolarado, e isso me deixa esperançoso mais uma vez. Ainda não levantei da cama, creio que minhas pernas estão preguiçosas demais para levantar e encarar o mundo lá fora. Porém, tomei certa coragem ao ouvir palmas e gritos felizes. Louis!

Levantei rapidamente, pronto para ver o meu garoto dos olhos azuis sorrindo pra mim novamente, mas não era ele. Eram homens, soldados e Tyler. Eles anunciavam o fim da guerra para a Inglaterra. Vencemos. Ou melhor, eles venceram. Ao não ver Louis, meu coração se partiu em mil pedaços, tentando imaginar como meu pequeno se fora. Se teria sofrido, ou como tinha sido. Limpei os olhos rapidamente, antes de deixar alguém ver o que eu fazia.

— Harry! Finalmente, garoto. Te procurei pelo quartel todo e não te vi.

— E-eu..

— Olha, você precisa ser forte. Sabemos da ligação que você tem o Louis, são bons amigos e nós apreciamos isso, e por tal motivo, decidi pedir à você que cuide dele. - Sorri. Perdi a noção do tamanho que um sorriso poderia chegar naquele momento. Ele está bem!

— Onde ele está? Diga.

— Ele... Bom, já o deixamos na enfermaria, Harry. Ele está na cama, e desacordado. Louis está em coma faz quase um mês. Não deu um sinal de vida até agora. Não sabemos o que fazer. Levamos ele para um hospital na Alemanha, e ele ficou lá. Foi irônico ver um soldado britânico em uma ala com soldados alemães, mas foi preciso. Pagamos dobrado para mantê-lo lá e agora o trouxemos pra cá. O problema é que não temos uma enfermeira para cuidar do estado dele, é só ficar por perto. E sabemos que são como irmãos, então você está promovido à enfermeiro. -ele deu um riso nervoso, tentando tirar a tensão do que acabara de proferir.

•••

Segui para a enfermaria minutos depois. Louis estava lá. Com o corpo reto e respirava falhamemte. Senti meu coração parar de bater por breves segundos, antes de seguir para perto do menor. Seu rosto estava pálido, suas mãos frias e a boca sem cor. Não tinha uma cor vermelha como antes. Selei os mesmos rapidamente, o que fora o ápice para me fazer chorar continuamente por horas.

— Enquanto você esteve fora, um rapaz chegou aqui. Ele pediu pra dormir comigo, Louis. Não te contei isso por carta pra não te preocupar ou irritar, mas ele pediu. Óbvio que eu não aceitei, o mandei ir embora. Senti sua falta naquele dia. Imaginei você, com todo esse seu tamanho, o mandando sair de perto de mim... Sabe, eu esperei tanto pra te ver, mas tanto. Mas eu não queria que fosse assim. Eu não queria acordar e te ver em uma cama sem poder te abraçar, Lou. Eu só queria você. Você voltou pra mim, mas sua alma não está aqui.

•••

Dois dias depois e Louis ainda permanecia do mesmo jeito, intacto. Seus olhos nem sequer piscavam ou suas mãos se moviam, era tudo tão... Quieto. Logo nele, sempre animado, correndo por tudo. No meu início de treinamento, Louis corria para todos os lados, me fazendo ir atrás dele e agora eu queria que ele viesse atrás de mim. Eu preciso dele sorrindo novamente, dos seus olhos sendo revirados quando discordavamos de algo, eu preciso dizer que o amo.

Depois de um banho rápido, voltei à enfermaria. Passei a noite em claro, novamente, observando-o. Em pequenos espaços, escrevi algumas coisas no papel, tentando montar algo com elas depois disso.

— Você escuta e quando você acordar, você me diz se gostou, okay?

Sweet creature
Had another talk about
Where it's going wrong
But we're still young
We don't know where we're going
But we know where we belong

No, we started
Two hearts in one home
It's hard when we argue
We're both stubborn, I know
But, oh

Sweet creature, sweet creature
Wherever I go
You bring me home
Sweet creature, sweet creature
When I run out of rope
You bring me home

Sweet creature
We're running through the garden
Where nothing bothered us
But we're still young
I always think about you
And how we don't speak enough

— É, eu sei que não ficou muito bom. Ainda está em andamento. Vou deixar você descansar, My Sweet Creature.

Louis P.O.V

Minha cabeça estava doendo, eu fazia força para abrir os olhos, mas eu não sentia isso acontecendo. Meus músculos estavam imóveis e tudo o que eu podia fazer, era ouvir Harry conversando comigo. Respirar estava sendo difícil nesses últimos dias, era como se a qualquer momento eu parasse de o fazer.

Harry, em algum momento do dia, o qual eu não conseguia decifrar, cantou pra mim. Assim como Luke fizera com Michael, ele cantou pra mim. O que me acalmou um pouco. Harry passou a noite soluçando. Me senti mal por não fazer nada, mas eu não conseguia. Eu não entendia o que estava acontecendo. Eu havia voltado para ele, estava perto dele. Mas não o via e muito menos sentia. Não conseguia sentí-lo. Ele me contou sobre um garoto que pediu para dormir com ele. Esse garoto tem uma puta, uma enorme sorte, de eu estar deitado imóvel em uma cama, ou ele estaria aqui.

— Sabe, Lou... Eu me sinto fraco te vendo assim, sem poder dizer ou fazer alguma coisa, me sinto incapaz de te dar amor, carinho.. Eu só queria te ter nos meus braços e dizer o quanto eu te amo. Convivemos pouco tempo juntos, você passou a maior parte disso na guerra, mas mesmo com uma carta por semana, eu o sentia aqui. Eu te sentia comigo, Little Bear. Eu te amo tanto, Louis. Eu não consigo medir isso, mas eu sei que é bastante, porque dói. Dói te olhar aí e não dizer que eu amo você, dói não saber se eu posso criar expectativas de um futuro com você, dói não ter você. Eu preciso de você. Amo você, doce criatura.

Eu também amo você, meu garoto.

Intern War || L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora