Harry P.O.V
Acordei com um Louis babão sobre mim. Não sei ao certo que horas formos dormir, mas estávamos tão cansados que deitamos e apagamos. Nem uma pose bonitinha deu pra fazer.
Eu estava totalmente desconfortável ali, Louis estava largado em mim como um bebê fica no pai quando quer atenção. Sua boca estava entreaberta e seus olhos fechados. Tentei me virar na cama, para ajeitar as costas, mas a cada movimento meu, Louis resmungava algo e dava um tapa fraco em minha costela. Louis seria um urso perfeito, babão, resmungão e bravinho. Uma pena que ursos sejam grandes e ele, bom...
Por sorte, minutos depois Louis abriu os olhos, me encarando e logo depois sorrindo.
— Bom dia, Cachos.
— Bom dia, Little Bear.
— Little Bear? Que raio de apelido é esse?
— Prefere o Tampinha?
— Não temos intimidade para você me chamar de coisas assim.
— Ah, é. Tem razão. Me esqueci que transamos ontem, hmmm, DUAS VEZES!
— Você me dopou, Styles?- ele riu antes de voltar a deitar a cabeça sobre meu tronco.
— Admita que gostou.
— Você gostou?
— Muito.
— Então já sabe a minha resposta. - seus lábios encostaram nos meus, e eu virei o rosto.
— Não temos intimidade para isso, Tomlinson.
— Harry, cale a boca e me beije. - Nós dois rimos. Me ajeitei na cama e Louis me beijou profundamente. Me perguntei como de tem fôlego à essa hora da manhã, mas continuei o beijo por três vezes seguidas. Nossas línguas se misturando enquanto dávamos pequenos sorrisos nos pequenos intervalos que nossas bocas tinham antes de voltar a se grudarem novamente.
Quando Louis se levantou para se arrumar, senti um vento forte bater contra meu peito. Era como se meu corpo estivesse chamando pelo garoto de olhos azuis novamente, como se o seu calor trouxesse paz à imensidão “fria” dentro de mim.
•••Antes de saírmos do alojamento, como eu decidira chamar o quarto em que ficávamos, Louis me puxou para um breve beijo. Suas mãos em minha cintura e as minhas arranhando sua nuca de leve.
Seguimos pelo mesmo caminho, até eu encontrar um Luke desesperado, sentado ao chão, com a cabeça entre os joelho, soluçando.
— Ei.
— Levaram ele. Levaram o Michael. E se ele não voltar, Harry? Como eu vou sobreviver sabendo que eu o deixei ir pra lá? Ele é o amor da minha vida.
— Ele vai voltar, Luke. Muitos voltam.
— Muitos mas não todos.
— Ele te ama também. O amor de vocês dará forças à ele.
— Sabe por que você está me dizendo isso? Porque você não sabe como é amar alguém. Você nunca amou alguém. Nunca sentiu medo de perdê-la, nunca colocou sua vida em risco por um sorriso naquele rosto. Nunca! Eu daria a minha vida por ele, o meu ar se ele precisasse dele, meus órgãos todos, meus olhos, meu coração... Tudo pra ver ele bem. Mas você não entende. Não tente me consolar se não sabe o que eu sinto. Eu estava melhor antes de você chegar.
Por um momento, enquando Luke falava, me imaginei fazendo todas aquelas coisas com o garoto dos olhos azuis. Mas Louis não sentia o mesmo por mim, obviamente. Eu não tinha certeza do que sentia ou queria sentir, mas era bom. Me fazia acreditar em algo. Não sei o quê, mas eu acreditava.
Decidi deixá-lo ali, sozinho. Saí andando até a sala de comando, ou melhor, do comandante. Tyler não estava, então não seria problema. Dois papéis estavam postos sobre a mesa, segurados por um grampeador. Me aproximei tomando as folhas em mãos, lendo sei conteúdo. Eram nomes e os dados de cada pessoa. Liam, Michael, Niall e Zayn. Em meio à tantos nomes, apenas esses se destacaram perante minha visão. Luke tinha razão. Eu não sei como é amar alguém. Não sei lutar por ela e não sei como é sentir que estou a perdendo.
Voltei para o quarto e me sentei na cama, esperando que as coisas melhorassem assim que Louis chegasse. Não sabia explicar ao certo o que o garoto causava em mim, mas era bom. Era uma espécie de adrenalina e aventura com romance e carinho. Eu não conseguia negar que me sentia bem com ele. Me sentia seguro em seus braços. Seu sorriso me transmitia uma paz que nenhum outro rosto jamais transmitira.
Um barulho no portão foi ouvido. O carteiro. Provavelmente veio recolher as cartas que alguns de nós fizeram para aqueles que estão em guerra. Minutos depois, com o céu já quase escuro, Louis entrou no lugar. Me encarando firme.
— O que foi?
— Nada. Você tá bem?
— Sim... Você é quem não está. O que aconteceu?
— Veja. - ele me entregou um papel, uma folha igual a da sala do Tyler mas dessa vez o nome de Louis estava lá. Senti minha mão gelar e o corpo estremecer diante do que eu acabara de ler.
— N-nao. Você não.
— Eu estou sujeito à ir. Eles me chamaram e agora eu tenho que ir.
— Eu não posso perder você, Lou. Por favor, não vai.
— Virou minha mãe? Senhora Jay,é você? O que faz no corpo só Harry? - ele riu. Mas sua risada era sem graça, com medo.
Me levantei da cama, me lançando nos braços do menor, deixando que meu rosto encaixasse na curva de seu pescoço. Eu queria lhe dizer coisas, fazer coisas, proporcionar coisas mas eu não sabia o que estava sentindo ou o que fazer diante daquela situação, eu só não queria perdê-lo. Eu não posso perdê-lo.
Ficamos abraçados por longos minutos. Não podia perder sua segurança, seu carinho, seu beijo. Simplesmente, não podia.
— Promete que vamos nos beijar de novo?
— É com a minha doce boca que está preocupado? Ora, para de ser pervertido, Styles. Assim eu me sinto um objeto sexual nas suas enormes mãos. - Sua voz era emitida em um tom brincalhão e ao mesmo tempo triste.
— Eu não quero perder você.
— Você não vai me perder, eu já disse. Por que fica repetindo isso? É só uma guerra, Harry. Eu vou ficar bem e você pode me mandar cartas. Se quiser me mandar uma carta erótica, eu fico feliz.
— Lou... - “é uma guerra”. Uma guerra pode lhe tirar a vida e o deixar longe se mim pra sempre. Eu posso nunca mais tornar à vê-lo, e essa ideia me apavora. Louis acabou se tornando, em dias, mais do que pessoas se tornaram em anos. Quando perdi minha família, ele estava lá. Ele ficou comigo e colocou pra cima. Não consigo me imaginar acordando e não observando um pequeno urso debruçado sobre mim. Eu preciso disso, eu quero isso.
— Não quero você chorando por isso, okay? Não precisa se preocupar. Se eu morrer, você vai achar alguém pra me substituir.
— Ninguém será igual à você.
— É mesmo? E por quê?
— Porque eu gosto de você, Louis.
— Eu também gosto se você.
— Não! Eu gosto mesmo de você. Do tipo que eu desejo acordar com você todos os dias e te ver sorrir pra mim. Eu não posso ficar sem você. Eu gosto de você, Tomlinson.
Senti seu maxilar me mover em minha bochecha, como se ele tivesse sorrido brevemente. Seus braços me apertaram ainda mais, me colando junto à ele. Seus lábios encontraram a pele de minha testa e deixaram um beijo suave ali. Me fazendo sorrir.
— Eu gosto de você, Harry. - e me beijou.
° Notas °
Então, galera. O Wattpad acabou excluindo o outro capítulo que estava pronto, fiz esse meio que nas pressas pra não vacalhar com vocês. Espero que gostem. Tento postar o outro amanhã ou no domingo. Me desculpem pela porcaria que esse cap ficou :(

VOCÊ ESTÁ LENDO
Intern War || L.S
FanfictionOnde Harry Styles é recrutado para a guerra e Louis Tomlinson o ajuda à se adaptar aos horrores que seus olhos jamais viram. Harry Styles, calmo, gentil, doce o bastante para jamais se envolver em uma briga. Mas ao completar 18 anos, seu país de or...