Capítulo 18 - Quando as coisas começaram a cair

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Eu lembro de sair do hospital com o meu coração mais leve e um sorriso no rosto. Eu havia encontrado Thomas e ele estava bem e havia aceitado minha ideia de fugirmos.

Antes de eu partir de vez, o rapaz me prometera retornar às aulas, mesmo que não quisesse deixar seu irmão sozinho, depois disso, uma enfermeira apareceu para checar o estado de Oliver e quando ela saiu sem grandes notícias, eu pude ver a esperança escorrer por seu corpo e se esconder de todos. Eu desejei conseguir contar a ele tudo o que havia acontecido naqueles dias em que ele faltara, mas o medo de machucar ele fora maior, então, eu apenas comentei que meu pai havia retirando meu celular, após uma briga nossa.

Passou-se, então, um mês.

O Natal estava chegando, assim com o recesso de final de ano. Thomas estava com mais frequência nas aulas, diferente da minha comunicação com Livy. Por mais que Matt e Thomas tentassem, eu evitava falar com ela, não importava o momento, no intervalo, eu me sentava longe deles, apenas com Thomas.

Nas aulas, me mantinha calada, assim como na entrada. Nossa distância estava aumentando gradualmente, e eu não sabia dizer até quando conseguiríamos segurar aquela amizade que estava por um fio.

Muhammad estava cada vez mais no meu pé e controlava minhas saídas e entradas em casa. Minha mãe tentava afrouxar o nó, mas o homem estava irredutível, por isso, eu andava passando mais tempo em sua casa do que na de meu pai, mesmo assim meu celular ficava comigo apenas quando retornava das aulas e por um período determinado: uma hora.

Mesmo assim, eu conseguia combinar algo com Lewis e ele me encontrava sempre a meia noite. Meu nariz ardia cada vez mais, porém, eu não me importava mais.

Abaixei mais uma vez a câmera, após pegar mais alguns quadros dos meninos. O treinador parecia mais calmo, mas não deixava de pegar no pé de Thomas a cada erro do rapaz e ninguém ousava dizer que ele errado, pois fora o rapaz quem deixara todos na mão. Cheguei o trabalho do dia e fiquei satisfeita com o resultado, aos poucos estava voltado a ter gosto pela fotografia.

— Hope? — Aquela voz ainda doía.

Olhei para minha amiga enrolada em seu casaco grande e felpudo. Uma touca segurava os cachos rebeldes e suas bochechas estavam rosadas devido ao frio. Seus olhos sempre verdes estavam mais tristes do que o normal.

— Podemos conversar? — Era a quinta vez naquela semana que Livy me pedia um minuto para conversamos, mas meu coração não conseguia abrir espaço para ouvir suas desculpas.

Ela havia me entregado ao meu pai e aquilo tinha sido uma apunhalada em minhas costas, qualquer pessoa poderia ter feito aquilo, até mesmo Charles. Eu não me importaria, mas fora Livy a pessoa que eu mais confiava no mundo. A menina que sempre seria minha cara metade.

— Agora não, Livy.

— Agora, sim, Blue! — Suas mãos seguraram meu braço me impedindo de andar. — Chega de agir como uma criança! Vamos conversar, pelo amor de Deus!

— Não, Livy! Eu não quero conversar com você, nem ouvir suas malditas desculpas. — Soltei-me de seus braços. — O que você fez foi imperdoável.

— Foi para o seu bem!

— Me entregar para o meu pai foi o melhor o bem? Desde quando?

Eu virei para seguir meu caminho, mas ela entrou em minha frente.

— Blue, você estava fora de si

— E daí? Você não deveria ter dito ao meu pai, sobre isso. Você o conhece tanto quanto eu! — Empurrei ela com meu ombro, seguindo em direção ao colégio.

As Suas Cores - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora