Capítulo 33/34/35/36

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– Dinho (soldado): Melhor levar ela pro médico, não, patrão?
– Geré: Tu quer ir?
– Roberta: Não, não tá doendo tanto, só quando toca. Me leva pra casa.

Ele assentiu, me pegou no colo, se despediu de geral que tava na boca e saiu comigo. Ele me levou pra minha casa. Minha mãe tava trabalhando – ela chega por volta das 19h. Ele me deitou no sofá e colocou meu pé torcido sobre umas cinco almofadas e continou segurando o pano com gelo sobre meu tornozelo.

– Roberta: É sério que tu quer que eu seja a mãe dos meus pivetes?
– Geré: Na moral memo.
– Roberta: Por que?
– Geré: Porque eu sou amarradão em tu.
– Roberta: E por acaso tu vai criar teu time de futebol ou só vai fazer mesmo?
– Geré: Vou criar também, né, pô. Eu me amarro em pivete também. Só não gosto de pivete cheio de cu doce, que chora por tudo...
– Roberta: Teus filhos vão ser um terror! – Disse depois de uns segundos, rindo
– Geré: Se for contigo, aí é que vão ser memo! – Disse sorrindo
– Roberta: Eles vão viver brigando, se forem nossos – Disse ainda rindo
– Geré: Quer fazer um agora memo não?
– Roberta: Claro que não! Nem terminei meus estudos! Ainda faltam 3 meses!
– Geré: Mas eles demora 9 meses pra nascer, véi. Vai dar tempo de tu terminar!
– Roberta: Me poupe, Rogério!
– Geré: Tu é a única pessoa que me chama de Rogério e eu num reclamo, tu tá ligada, né?


Assenti com a cabeça e ele riu. Ele ficou aqui em casa até minha mãe chegar, e quando ela chegou, ele, que ia embora, ficou e ainda jantou com a gente. Ele me ajudou a tomar banho e a me trocar, depois me colocou deitada na cama, colocou uma tornozeleira no meu tornozelo e colocou meu pé sobre vários travesseiros. 21h30, ele foi pra casa, depois que a minha mãe começou a reclamar que queria ficar pelada – e ela fica pelada mesmo, viu? Antes do Rogério sair daqui de casa, disse pra ele, toda debochada, que amanhã, farão 4 dias que ele não se agarra com nenhuma cachorra, e ele saiu rindo. Eu não podia fazer muitos movimentos, então a única coisa que me restava era ficar deitada naquela cama, e eu fiquei deitada, mexendo no celular.

CAPÍTULO 34

– Marjorie narrando –

Acordei na quarta-feira às 6h. Tomei banho, vesti meu uniforme, tomei café da manhã e fui pro colégio. Meu pai me deixou lá. Eram 6h40 ainda, então não tinha chegado quase ninguém. Meu celular vibrou duas vezes seguidas e eu fui olhar; era mensagem da Bel. Ela disse que tava vindo pro colégio, que tinha torcido o tornozelo, e que o Geré tava vindo trazer ela, e que se a aula começasse e ela ainda não tivesse chegado, eu avisasse ao professor. Quando respondi ela e guardei o celular que olho pro portão do colégio, tava chegando a Thainá. Ela é do meu bonde, mas é a que eu menos falo e a que eu tenho uma certa antipatia. Já a vi falando mal de mim por trás, pra outras meninas, e quando fui tirar satisfações com ela, ela disse que eu entendi errado, blablabla. Eu falo com ela por educação, mas tento falar o mínimo possível.


– Thainá: Bom diaaaa! – Disse toda animadinha, sentando do meu lado
– Marjorie: Bom dia – Disse sorrindo
– Thainá: Não chegou nós duas ainda... Será que aconteceu algo com o resto?
– Marjorie: Só sei da Robertinha. Ela torceu o pé.
– Thainá: Sério?!? Aonde? Como?
– Marjorie: Ela tava pulando umas lajes lá com o Geré, aí quando foi descer das lajes, caiu de mau jeito.
– Thainá: Geré é o dono do complexo do Alemão, né? – Disse e eu assenti com a cabeça – Nossa, que horror! Por que ele obrigou ela a sair pulando laje?
– Marjorie: Ele não obrigou, ela que quis. Ele nunca obrigou ela a fazer algo. Se você conhece a Bel um pouquinho, sabe que ela nunca obedece ninguém e faz o quer der na telha dela.
– Thainá: Tá, tá, calma, desculpa! – Disse com as mãos pra cima – E esse Geré tem quantos anos? – Perguntou depois de uns segundos
– Marjorie: Se não me engano, 29 – Disse olhando pra frente, já ficando irritada com tanta pergunta e com a voz de sonsa dela
– Thainá: Caraca! E a Robertinha tem 17! A mãe e o pai dela sabem disso?
– Marjorie: A mãe sabe e adora o Geré, mas o pai dela, acho que não sabe que eles estão meio que namorando – Disse e olhei pra ela a partir daí – Por que? Quer fazer inferninho quando o pai dela vir buscar ela, é? – Levantei uma sobrancelha quando terminei de falar
– Thainá: Nossa, Marjorie, nossa! Calma aí! Eu só tô perguntando porque sempre sou a última a saber das coisas!

* DO ASFALTO PRA VIDA *Onde histórias criam vida. Descubra agora