Capítulo 11

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A MENOS DE UM DIA PARA A PROVA REAL. Os nervos de cada uma estão à flor da pele, cada Selecionada tinha a sua própria maneira de acalma-los. A maioria ficava na arena treinando com maquinas, outras aproveitavam as "novas amizades" e treinavam umas com as outras. Louísa me convenceu a participar do treino de hoje. Participar não é a palavra certa, tá mais para observar as outras e ver com o que estamos lidando.

Como sempre acontecia nas aulas de combate corpo a corpo, eu fiquei na arquibancada. Torcendo. Zöe e Chloe estavam treinando juntas no canto. Zöe criava pequenas nuvens acima da cabeça de Chloe, que por ter uma supervelocidade ficava fugindo de um lado para o outro. Elas eram boas. Na verdade todas aqui são. O que não é para menos, visto que cada uma delas treina desde criança.

Annabeth Castley, a forçadora que tinha quase a mesma idade da Princesa estava treinando no canto da quadra. Havia várias estátuas ao seu redor, por ser a menor do grupo de Selecionadas, sempre que eu a via eu tinha a sensação que se algum das dobra-ventos fizesse alguma coisa, ela seria arrastada. Há apenas uma exceção nela: suas mãos. Elas eram enormes.

A garota se vira para as estátuas, com um olhar sério. Procura uma entre elas, e escolhe uma que parece ser de pedra maciça. Uma pedra dessas só pode ser carregada por três ou mais homens. Mas Annabeth parece não ligar muito para o tamanho da estatua – que é duas vezes maior que ela – pois com um único chute consegue acertar bem no meio da estátua. O resultado foi que a estatua se partiu em mil pedaços.

Annabeth encontra meu olhar, e sorri. Não um sorriso acolhedor, mas sim um de deboche. Ótimo até essa criança ri de mim por não ter poderes. Esse projeto de Audrey!

Meu olhar capta mais algumas coisas. Louísa destruir um enorme bloco de gelo, o derretendo e construindo de novo. Uma animos convoca uma série de borboletas, e as transforma em um enxame de abelhas. Aimee Welle, uma verde faz uma enorme árvore crescer bem no meio da arena, ver esse poder me bate uma saudade do Tomás... Mas não posso pensar nele. Não agora.

A árvore que foi convocada cresce tanto que bate contra o escudo elétrico que fica acima da arena. Faíscas incendeiam as folhas verdes, isso gerou um pequeno incêndio, mas não durou muito. Sophie Saunders – a garota que estava no meu voo – apaga o fogo com uma fonte de água que ela conjurou. Mas a água não reparou o estrago feito no escudo. Algumas faíscas de eletricidade caiam no chão da arena. Técnicos viram a situação e correram para consertar o estrago.

Bastou eles desligarem tudo e uma equipe de curandeiros veio e resolveu tudo.

Um pequeno grupo de faíscas lilás "voa" livremente sobre a quadra. Ninguém as percebe, apenas eu. Elas parecem ser atraídas por algo, como um imã pelo metal. As faíscas flutuam acima de mim, me abaixo um pouco. Elas podem parecer inofensivas, mas sei que devem dar um choque de mais de 220 volts cada.

Elas continuam descendo. Encolho-me mais um pouco.

Penso: eu devia correr.

Mas era como se eu estivesse hipnotizada. Como se uma força além de mim estivesse me puxando para elas. O pequeno grupo continua avançando. A poucos centímetros da minha cabeça. De repente, eu não sinto mais medo. Estou tão fascinada por elas que tenho uma súbita vontade de tocá-las. Ergo a mão quando uma delas chega mais perto de mim, ela para acima da palma da minha mão.

A pequena faísca parece seguir meus movimentos. Quando eu paro, ela também para. Ela volta a descer, não retiro a mão. Fecho os olhos com força, esperando o choque que vou sentir. Um segundo... Dois... Nada. Abro os olhos. A pequena faísca estava deslizando sobre minha mão como um verme, e vinha em direção ao meu braço. Quando chega ao meu pulso, ela para. Então algo realmente estranho acontece: a pequena faísca entra na minha pele.

The Selection - Shawn Mendes (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora