Capítulo 23

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Emma

TIVE SONHOS ESTRANHOS, todos sobre minha infância. Devo ter acordado várias vezes, mas o que ouvi e vi não fazia sentido, então adormecia de novo. Quando tornei a acordar lembro-me de ter visto alguma coisa da cor do fogo próxima a mim, mas assim como os sonhos isso também não fez sentido, então voltei a dormir.

Quando acordo de novo, estou num lugar que confesso já estava com um pouco de saudade, (alguém advinha onde?) a enfermaria. Tudo ainda permanece como era desde a ultima vez em que estive aqui. Branco, silencioso. Na verdade o único barulho que eu consigo ouvir aqui é um bip que vinha de uma maquina ao meu lado.

A última coisa que me lembro de ouvir é da voz do príncipe gritando por ajuda. Depois apenas algumas imagens que estão embaçadas agora. Minha cabeça dói um pouco, mas quando eu tento tocá-la uma dor preenche meu pulso. Quando olho para o mesmo percebo um pequeno conjunto de fios entrando e saindo ambos carregando uma espécie de liquido âmbar. A ideia de ter algo como isso no meu corpo me causa um enjoo e sinto a bile subindo pela minha garganta.

— Calma ai, você precisa respirar. — falou alguém se aproximando de onde eu estava.

— Shawn? — perguntei mesmo sabendo que era ele quem estava lá.

— Vou chamar um medico. — ele mal havia olhado nos meus olhos. Quando ele sai do quarto, dezenas de imagens inundam meu cérebro.

AH MEU DEUS! EU BEIJEI O SHAWN! EU BEIJEI O PRÍNCIPE.

Meu coração começa a bater rapidamente, sinto um frio avassalador preencher meu estomago. Meu peito subia e descia freneticamente, a máquina ao meu lado começou a apitar. Como um alerta. Certo eu preciso me acalmar.

Os lábios do príncipe tocando os meus. Sua mão em minha cintura.

Certo! Não é o tipo de coisa que você pensa para se acalmar. Mas o que é estranho é que eu lembro muito bem do príncipe estar correspondendo a tudo, e então por que ele estava fugindo de mim daquele jeito? Será que depois de "conhecer" melhor todas as outras Selecionadas percebeu que eu não era exatamente o que ele esperava, se é que ele esperava alguma coisa de mim.

— Senhorita Schoemberg? — falou um homem, aparentemente ele era o medico. — o príncipe me falou que a senhorita havia acordado. Como está se sentindo?

— Bem. Eu acho...

— Alguma dor? — perguntou checando o aparelho em meu pulso.

— Só no braço.

— Entendo. Fora isso mais alguma coisa?

— Não. Tudo o.k.

— Certo, pelo que vejo a senhorita esta muito melhor, mas como médico e curandeiro responsável receio que a senhorita terá de permanecer mais 24 horas aqui em observação. O meimendro é uma planta bem perigosa, e ninguém nunca sobreviveu a ela antes, então não sabemos ao certo quais seus efeitos colaterais.

— Se o senhor fala que ninguém nunca sobreviveu antes, como...

— Ah claro. Foi uma noite muita longa na verdade, por sorte a substancia não havia entrado em contato direto com sua corrente sanguínea, já que estava em menor quantidade e não em seu estado natural. Mas, ela ainda tinha o mesmo poder de penetração, então aquele sintoma que você sentiu antes de desmaiar foi o pouco da substancia se misturando ao seu organismo. Enfim, para se livrarmos do que foi para dentro, então tivemos que fazer uma espécie de limpeza.

— Nossa, deve ter dado muito trabalho para vocês. Então, muito obrigada a todos eu nem sei o que falar.

— AH esse é o nosso trabalho, se tiver alguém que agradecer deve ser ao príncipe. Se não fosse por ele, bom...

The Selection - Shawn Mendes (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora