Capítulo 5 ✅

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Emma

Acordo com uma forte dor no pescoço, as minhas pálpebras pareciam ter sido costuradas. À medida que meus olhos vão se abrindo, percebo elementos ao meu redor. Um céu azul acima, com nuvens brancas e alguns anjos gorduchos com flechas com ponta de coração mirando em alguém. Será que estou morta? A ultima coisa que lembro é sentir um cansaço enquanto andava pela rua em direção a casa de Tomás, eu estava indo para lá por causa da... Seleção.

Fechei os olhos com força e os abri novamente: Se eu tiver morta não tem como participar da seleção. Mas mesmo morta, por que ainda sinto dor? E minha família? Agora que meus olhos se acostumaram com a claridade, percebo que o céu que estava vendo, se trata de uma pintura no teto. Ótimo não morri, pelo menos não ainda.

Com muita dificuldade, me levanto para sentar. Todas as partes do meu corpo doíam, até o dedo do pé, mas principalmente na nuca. Olho em volta. Estava em uma cama com lençóis brancos, e ao meu redor havia uma longa fileira de camas também com encosto metálico.

— Então, finalmente acordou — disse uma voz fina de mulher. — Nosso líder vai ficar muito satisfeito. Todos nós pensamos que você estava morta.

Uma mulher com os longos cabelos vermelhos presos em duas tranças que ultrapassavam a cintura estava me encarando. Ela usava jeans e uma camiseta azul justa, com estampa de flores. No pescoço havia uma tatuagem de algo como pássaros pretos.

— Onde estou? 

— Na nossa enfermaria, não que já não tivesse concluído isso.

Uma dor repentina no meu pescoço me fez fechar os olhos com força.

— Você está bem?

— Meu pescoço.

— Não é para menos, pela forma que encontramos você. — faço uma careta. A dor vinha e voltava. — Ah, certo. Eu quase esqueci. O médico mandou dar isso a você quando acordasse. — ela me entregou um copo com um liquido verde musgo.

— O que é isso? — o liquido parecia borbulhar.

— Pro seu pescoço. Beba que a dor passará. — olhei meio incerta para o copo. Não sou de aceitar nada de estranho. Mas ou é isso ou a dor não vai parar.

Pego o copo da mão dela, e despejo todo o liquido goela a baixo. No início ele tinha gosto de xarope, mas a medida que ele descia percebi que o gosto na verdade era de uma mistura de todos os sabores de chocolate. Quando o liquido começou a entrar em contato com meu organismo, senti a dor diminuir até não sentir mais nada.

— Melhorou? — perguntou a ruiva.

— O que é isso?

— Um remédio desenvolvido pelos cientistas daqui. A ação é rápida, perfeita para ferimentos... Agora que se sente melhor, peço que me acompanhe. Tem alguém que precisa te ver.

Sem esperar minha resposta, a mulher saiu. Não tive outra escolha a não ser acompanhá-la. Enquanto caminhava pelos corredores comecei a perceber padrões em todas as paredes. Elas eram brancas, e as portas eram de metal diferenciadas apenas por números.

— Onde estamos?

— Nos corredores. Não percebeu?

— Você é sempre tão grossa assim?

— Não, só não gosto de responder perguntas.

— Mas gosta de fazê-las, certo? — não consigo segurar minha língua.

— Isso aí. — respondeu em uma voz monótona. Paramos em frente a uma porta dupla de metal. — daqui você segue sozinha.Nosso líder a espera atrás dessa porta.

The Selection - Shawn Mendes (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora