Capítulo 9

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MALAS PRONTAS, ROUPA DE SELECIONADA, O.K. Tudo estava pronto para a minha saída.

Caso esteja se perguntando, o uniforme de Selecionada era algo bem simples para os padrões da realeza. Acho que esse deve ser um teste para ver quem está mais interessada no dinheiro do que no príncipe. As roupas para mim não importavam muito, nunca liguei para essas coisas que garotas "normais" se importavam. Isso para mim sempre foi algo desnecessário...

Por tanto, eu estava usando uma blusa cinza, uma calça preta, e botas peludas... A típica roupa de quem vai enfrentar temperaturas mais frias. Amberly é muito fria, mas em Angeles é dez vezes pior. Mas eu nunca me importei apenas a elite morava em um lugar desses. As outras pessoas que iam eram empregados que trabalhavam no palácio ou nas casas das pessoas mais ricas, ou na maioria dos casos pessoas famosas.

Agora nós iríamos à praça. Os representantes de cada província ficaram encarregados de fazer uma despedida para cada Selecionada. Eu não estava muito animada para despedidas, principalmente por que maioria dessas pessoas sempre me olhou com desprezo por eu não ter nenhum poder. A única pessoa que eu queria dizer adeus nesse exato momento, infelizmente não estava aqui.

Na tarde anterior havia acontecido outra despedida, dessa vez dos selecionados para o recrutamento. Não consegui me despedir dele, somente a família poderia ficar ao lado dele no palco. Em seguida eles foram embora.

— Emma? — chamou Kian. — Podemos ir?

Acenei com a cabeça. Um oficial do palácio pegou minha mala, ela não estava muito pesada. Nela eu havia colocado apenas o essencial. Minha mãe e Analu me esperavam no carro, apesar de todo entusiasmo que elas vinham demonstrando essa ultima semana, agora pareciam meio abaladas. Uma ultima olhada na casa, e segui em direção a Kian que segurava a porta do carro para eu entrar.

— O que é isso? — perguntou segurando minha mão.

Eu havia pegado uma das flores daquele buquê de Tomás, e ela havia se enroscado ao redor do meu pulso como se fosse uma pulseira. Depois de tanto tempo as flores continuam iguais, Tomás deve ter feito algo para que elas nunca murchem. As outras flores, eu coloquei dentro da mala. Espero que elas não morram.

— Foi um presente, meu amigo é um verde e fez essa flor. Achei que seria bom ter algo que me ajude a lembrar dele nesse momento.

Kian meneou a cabeça e entramos no carro.

Enquanto seguíamos rumo à praça, Analu segurava minha mão. Não falamos nada, embora nossa vontade nesse momento fosse abraçar uma a outra até o dia acabar. Quando descemos na praça, continuamos com as mãos unidas, só que minha mãe estava segurando do outro lado.

O lugar estava cheio, todos queriam dar uma olhada na garota que eles sempre riram e que agora estava indo para Angeles e teria a chance de conhecer a família real, e talvez – por muita sorte, ou qualquer outra coisa – se tornar parte dela.

À medida que andávamos o numero de pessoas ia aumentando. Parecia que todas as pessoas de Amberly, tinha vindo se despedir de mim. Como são falsos! Já no alto do palanque, eu podia ver aquela multidão me encarando. Professores, diretores, alunos, todos estavam lá.

Em um momento de súbita coragem, eu ergui a cabeça e passei a encarar eles com um ar de: serio-vocês-fizeram-bullying-comigo-a-minha-vida-inteira-e-agora-estão-orgulhosos?

A praça havia sido decorada com milhares de luzes e coisas que sugavam energia. Aos meus pés eu podia sentir uma vibração, tenho certeza que em baixo disso tudo havia quilômetros e quilômetros de fios que conduziam eletricidade. Fiquei tentada a perguntar a Analu se era apenas eu quem sentia isso, mas me mantive quieta.

The Selection - Shawn Mendes (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora