Capítulo 38

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Rewrite the Stars – Zendaya ft. Zac Efron

E se reescrevemos as estrelas?

Diga que você foi feita para ser minha

Nada poderia nos separar

Você seria a única que eu deveria encontrar

Depende de você, e depende de mim.

Ninguém pode dizer o que conseguimos ser

Então, por que não reescrevemos as estrelas?

Talvez o mundo possa ser nosso

Esta noite

Audrey

O dia amanheceu frio, e o céu estava escuro. Nenhum pássaro ousou cantar do lado de fora, tudo estava em silencio.

Desde a morte de Daniel nada mais parece fazer sentido, os dias apesar de claros, são sombrios e sem cor. Tudo mudou. É como se eu não conseguisse escutar mais nenhum barulho, apenas o silencio provocado pelo vazio dentro de mim. Todos os dias antes de me levantar, reflito intensamente como será daqui para frente agora que ele se foi. Então como não consigo imaginar um futuro onde ele não esteja presente, eu simplesmente paro no tempo e por longos e preciosos minutos fico ali perdida na lembrança de quando nos conhecemos.

Quando volto a mim, novamente percebo que o tempo já não é como antes e os dias ​já ​não possuem mais a essência do que era bom, e agora tudo se transformou em um sonho distante e impossível. E então eu o vejo. E diante desta ilusão, em meu peito bate uma saudade fria, que chega a doer, uma dor que parece não ter fim, como se estivesse me despedaçando de dentro para fora.

Então eu simplesmente tenho que fingir que está tudo bem, e parecer fria e intocável. Há momentos isolados em que esse peso sobre mim parece diminuir isso graças é claro a presença da minha "irmã", Cassandra. Bom, ela não é minha irmã de verdade e sim a filha de um amigo de minha família. Ela é a criatura mais frágil e amorosa que eu já vi em minha vida. Ama cada criatura existente no planeta, e não era para menos, acima de tudo seu poder faz com que ela seja assim. Cassandra é uma Animos, apesar de ser um poder bastante forte para alguém tão frágil, ela consegue se sair bem. (para quem não lembra a Audrey citou ela no capitulo 24).

Antes de aquela tragédia acontecer, ela era a única que sabia sobre mim e Daniel. E acabou que ela era quem enviava as minhas cartas a ele, e visse versa. Foi com a sua ajuda que eu consegui me erguer – um pouco.

Agora aqui no palácio longe dela eu me sinto realmente sozinha.

***

Suspiro lentamente enquanto a arena se prepara para produzir um novo alvo. O barulho do metal se modificando é o suficiente para me acalmar, meu coração segue o seu ritmo. Somos um só. Quando inspiro, meu foco está na sensação do metal curvado sob meus pés. Estranhamente seu toque frio me aquece e espalha uma sensação tranquilizante pelo meu corpo. E então o treinamento começa.

Pow.

Escuto o barulho seco de um disparo. E sinto o pequeno metal entrar em meu ombro direito. Não sinto dor, apenas um pequeno desconforto pelo novo intruso em meu corpo. Sinto algo molhado escorregar e molhar minhas roupas. Meu próprio sangue. Sorrio quando vejo o liquido manchar lentamente minha camisa. Mas isso não me preocupa, não é a primeira vez que eu tenho uma bala dentro do meu corpo.

Essa foi uma das primeiras lições que aprendi em minha família. Meu pai me fez dormir com uma no pescoço durante dois anos. De inicio era estranho à sensação do metal em meu organismo, mas depois de algum tempo o estranho incomodo se tornou tão familiar a mim quanto meu nome. Em virtude desse treinamento consigo reconhecê-las a quase um quilometro de distância. Conheço seu peso, sua forma, sua composição. Um pedaço tão pequeno de metal é a diferença entre a vida de outra pessoa e a minha morte. Pode me matar ou meu salvar. Dependendo da velocidade em que eu consigo absorvê-la.

The Selection - Shawn Mendes (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora