Capítulo 29

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Emma

PASSO A MÃO EM MEU VESTIDO tentando diminuir a concentração de suor que insistia em se acumular naquele lugar. Não sei por que estou tão nervosa, é só o Tomás. A pessoa que eu sempre pude contar nos momentos mais difíceis, e que me defendeu daquelas pessoas que sempre implicaram comigo por não ter nenhum poder.

Mas ele não lembra mais de mim.

Afasto esse pensamento. Por mais que ele não se lembre de quem eu sou, eu o conheço, e sei que ele nunca me machucaria. Oliver me acompanha até os jardins, onde irá acontecer nossa conversa. Nós combinamos de ele me deixar sozinha com Tomás, mas ele ficaria por perto caso ele tentasse alguma coisa. O que não é necessário já que como eu disse anteriormente, Tomás nunca me machucaria.

Chegamos ao jardim, onde há uma fonte de água com a estátua de uma mulher que tem no lugar das pernas uma cauda parecida com a de um peixe, ela segurava em sua cabeça uma concha que derramava água em seu corpo e descia até a base da fonte. Em frente à fonte havia um banco, e nele com um uniforme vermelho e preto da guarda estava Tomás. Oliver me dá um aceno e sai para algum lugar, e eu caminho até onde Tomás estava e me sento ao seu lado.

— Senhorita Schoemberg. — ele fala fazendo uma mesura.

— Tomás. — falo dando a deixa para que ele veja que não me importo se ele me chamar pelo meu nome, afinal nós nos conhecemos muito bem. — Oliver me falou que você queria falar comigo...

— Sim, de fato. — ele analisava meu rosto, e esticou a mão para tocar meu cabelo e sorriu.

— Você já consegue se lembrar de mim? — perguntei um pouco esperançosa.

— Não, — ele olhou nos meus olhos agora. — mas eu me lembro de uma garota. Ela estava meio que encurralada por um grupo de Ninfloides e eu a ajudei fazendo com que nascesse Falsa Vinha nos pés deles. E na outra ela havia se metido na frente de um elefante que um Animos perdeu o controle, o que foi estranho porque ela não possuía poderes. Você a conhece?

— Era eu.

— Mas pelo que vejo você tem poderes, aliás, é uma das mais poderosas da Seleção. Como essa seria você?

— Era eu, — falo tentando engolir o nó que se formava em minha garganta. — eu também não sei explicar, mas a única explicação que eu tenho é que eles só se manifestaram quando eu estive na Prova Real.

Ele me analisou silenciosamente.

— Eu... Desculpe-me senhorita...

— EMMA! — gritei. Minha voz estava embargada por conta do choro. As faíscas saltaram para meu punho que estava fechado, Tomás se afastou de mim. Acalme-se Emma. — Meu nome é Emma, não senhorita.

— Sinto muito, mas eu não a conheço.

As lagrimas caiam pesadas e grossas pelo meu rosto. Como ele não pode se lembrar de mim?

— Você me conhece, muito bem alias. Da mesma forma que eu sei que você odeia quando te chamam pelo seu nome completo, ou que você é fascinado por Bonsai, e que sempre quis criar uma planta só sua...

— Como você sabe disso? Eu nunca contei isso para ninguém.

— Contou para mim. Sua única e melhor amiga. Tom por favor, eu sei que no fundo você se lembra de mim.

— Eu sinto muito... Senhorita...

— Isso. — ergo meu pulso para ele para que ele veja a planta que ele me deu. — você quem fez, e me deu antes do recrutamento. Você me deu isso para eu guardar de recordação, uma promessa. Que mesmo longe um do outro, nós nunca estaríamos sós.

The Selection - Shawn Mendes (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora