Mara conta sua história com total riqueza de detalhes que só uma pessoa que tem a síndrome de memória autobiográfica altamente superior pode fazer.
De jovem gênio a mulher de negócios.
De virgem a devassa.
De pura a assassina.
De inexperiente a...
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— Eu não quero saber! Saia já da minha casa antes que eu meta uma bala bem no meio da sua testa! — ameaço com uma arma apontada para a cabeça do meu ex.
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— Mara por favor! Pense... — ele fala erguendo as mãos no intuito de me tocar. Ele deveria saber que sou louca e isso faz muito... Muito... Tempo mesmo. Atiro entre seus pés o fazendo pular para trás.
— Pensar? Não... - atiro para o alto dessa vez. - Irei cumpri a minha ameaça caso você não saia da minha casa imediatamente. - o próximo tiro passou bem ao lado do seu ouvido. Posso até sentir o zunido que ele deve esta sentindo.
- Não te reconheço mais!? - dito isso ele sai do meu escritório. Caminho até a mesa de madeira feita exatamente para mim, abro a gaveta tiro um bom Royal Salute 62 anos. O preço do dessa bebida de personalidade própria é bastante salgado, tão salgado quanto as lágrimas que correr por teimosia pelos meus olhos.
Não faço o tipo de mulher sentimental, muito pelo contrário. Sou do tipo de mulher que faz o possível e o impossível para conseguir o que quer, mas ainda tenho sentimentos assim como qualquer pessoa. Descobri que quem você amou, te traio do modo mais cruel... Te faz por um momento que seja, recordar tudo o que já se viveu e ver todo o caminho que teve que percorrer até onde está. Hoje minhas lágrimas são despertas pela impotência da minha força.
Isso mesmo! Ser forte o tempo todo nos faz impotentes e inconstantes, exatamente no momento em que mais necessita se cabeça fria.
Depois de observa o meu escritório com as paredes cheias de livros, tomando vários copos de whisky e muitas lágrimas derramadas me surge a ideia de escrever. Abro o meu MacBook que está bem a minha frente, a foto das pessoas que eu mais amo no mundo, está na proteção de tela, deslizo meus dedos pela imagem.
- O tempo não volta. - falo como se estivesse falando com eles agora. - Mais quando eu partir, aqueles que muito me julgaram saberão como foi a minha história. Saberão de tudo. Desde o início.
Nesse momento é como se estivesse voltando ao passado e assistindo a minha própria história. Posso ver tudo com perfeição de detalhes.
Eu era tão linda... Não que hoje eu não seja. Eu sei que sou muito bonita ainda, porem no auge dos meus 16 anos eu era ainda mais, a pele morena me dava um ar de energia, felicidade constante, assim como o meu sorriso. Ainda hoje costumo sorri para tudo, todos e em todas as circunstâncias. Bom humor não me falta. Aos 16 anos já cursava o segundo ano de faculdade de tecnologia na Universidade Federal do Estado de Minas Gerais. Não se assustem pela idade, eu tinha o QI superior a maioria, porem eu era muito diferente dos outros nerds, conseguia me comunicar e conviver com as pessoas muito bem. Isso intrigava os professores, para mim não era nada demais. Quase sempre chegava atrasada a faculdade, pois não só fazia faculdade mais também estudava no EPCAR ( Escola Preparatória de Cadetes do ar). Tenho realmente uma vida dupla, estudante de faculdade e "Militar iniciante", não é brincadeira não!? Deixei minha casa em Fortaleza onde viva com meus pais quando ainda tinha 14 anos. Me formarei em Cadete no próximo e daqui a 1 ano ou menos em tecnologia. Aspiro ser o melhor que puder ser.
