Perdendo a cabeça (21)

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— O que está achando de estar em casa? — Dom pergunta deitado ao meu lado afagando meus cabelos.

— Me sinto melhor do que em hospitais! — confesso. Me detenho antes de falar. — Vou passar um pouco mais de tempo em casa. — ele parece não entender bem o que isso significa.

— Eu vou gostar muito disso. — confessa beijando meus cabelos.

— Assim espero. — evito prolongar o assunto. Ainda não sei como vou lidar com esse tempo que terei para conviver com as pessoas. Depois do pedido do meu filho, isso vem me torturando todas as noites. A muitos anos eu não sei o que é conviver em família sem ter algo a mais para fazer, sem uma missão me esperando a qualquer hora. Fecho os olhos e vejo corpo por corpo dos que matei cara a cara. Logo depois cada acidente e desastre que causei na intenção de concluir uma missão. Quando abro os olhos vejo tudo escuro e Dom dormindo abraçado comigo. Beijo seu nariz e o tiro de cima de mim. Pego o celular com os fones coloco na minha playlist e deixo tocar enquanto escrevo.

 

 .             ANOS ATRÁS

    Cheguei a empresa com a cara mais lisa. Minhas roupas poderiam não ser as mais adequadas para o ambiente mais como estou de folga ele deveria saber que eu não iria ficar por baixo. Todos os olhares estão em mim e no Hakiner.  Meu namorado é um colírio de qualquer jeito. Entramos no elevador ele me abraça.

— Odeio que olhem para você! — confessa cobrindo meu corpo com o seu.

— Mais só quem me tem é você! — fomos abraçados até o andar desejado. Ao sairmos do elevador, percebo um ar de tenção em todo o local. — Tem algo errado. — comento. Assim que paramos entramos no corredor que levava para a sala do Sr. Ângelo somos surpreendidos...

— Ele está na sala de reuniões! — olho para o Hakido andando de costas logo depois para o Hakiner.

— Acho melhor você ficar aqui e esperar por ele caso ele volte antes de mim, qualquer coisa me ligue.

— Tudo bem. — beijo seu rosto e vou para a sala de reuniões. Entro no elevador e como não estou no meu dia de sorte e tinha que haver uma facada final,  para o meu azar dou de cara a lambisgoia loira, finjo que nem a vi.

— Como vai Mara? — ignoro. É sério que ela tá falando comigo?

— Vou bem Vanessa! —  como ela percebe que não vou refazer a pergunta, responde a pergunta que não fiz.

— Estou ótima Mara, vim hoje perguntar ao nosso sogro se ele quer convidar alguém para o meu casamento com o Hakido. —
comenta como se eu estivesse interessada em saber, no entanto, estou parada olhando para esse bendito elevador que não chega ao andar que eu quero.

— Há... Já marcamos a data, vai ser no dia 20 de março, precisei de muito tempo pois quero um casamento digno de uma princesa. — essa peste pensa que é da realeza, eu mereço. — Não se preocupe pois o seu convite será o primeiro a ser entregue. —
com essa  me viro para olha-la. — Quem sabe eu te coloque até de madrinha!? — provoca.

— Não Obrigado. — respondo me contendo, ela sorri. Jesus deixa eu matar essa mulher?

— Há entendo... —diz tocando minha pulseira, cruzo meus braços, a encaro com ódio. — Compreendo muito bem, você sabe que nesse dia não terá espaço para você aparecer. — esboço um sorri. Coitada, se eu quiser eu acabo com esse casamento. — Só espero que não bata o desespero, ao ver o meu casamento perfeito com o Hakido, não vou tolerar qualquer, incoveniente. — continua a defecar pelo buraco errado. As benditas portas se abre, saímos eu a seguro pelo braço a puxando.

A Vida é Um Jogo (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora